segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ser Forte, o Grande desejo Humano

Devaneios




Olhar para si mesmo. Primeiro passo.



Não sei ainda o que é ser... Forte. Sei que passei por diversas dificuldades, em razão de problemas sérios, os quais ainda se portam como meros batedores de porta de consciência de final de semana, mas admiro quem é. Esses grandes homens que, por mais dificuldades que passam, sorriem, dormem bem, e ainda agradecem a Deus pelo grande dia em que se tornaram heróis, sobrevivendo ao próprio homem.

Estranho não? Agradecer a Deus pelas mazelas, pelo sofrimento, pela dor e ainda sorrir ao fim da noite a dizer, “que amanhã seja um pouco melhor”. Eu não saberia explicar tamanha dedicação, força, e ao mesmo tempo prazer em... Viver, ou sobreviver em um mundo desses.
Não saberia ser tão forte ao ponto de “dar” a outra face depois de um tapa, nem mesmo que o sujeito fosse um parente, um amigo, um pai... Uma mãe, não sei. Mas esperaria que o tempo me dissesse isso, e parece-me que está custando a dizer.

Hoje, quase uma década casado, pergunto-me, por que o ser humano não consegue ou não conseguiu ante aos seus antepassados realizar-se sozinho?... Mas após perceber que a natureza, esse grande Oceano que nos cerca, possui Logus distintos dos quais homens e mulheres se somam em importância em auxiliarem-se, pois nenhum poderia fazê-lo sozinho, respondo, a mim mesmo, que é um tremendo egoísmo da minha parte questionar a união de seres opostos, que, a principio, se matam, se traem, se enlouquecem, e ao mesmo tempo não conseguem viver nem um segundo sem a respiração do outro...

Há coisas que não se questionam, aprendi. Responde-se por si mesmas. Os questionamentos caem como pingos de chuva, e nos molhamos naturalmente sem que os percebemos. Mas existem. Nos molham. E ao passo se respondem com o tempo. E um desses questionamentos é a união do homem e com a esposa, com seu filho, com o mundo... Essa vertente que se torna bela por si mesma, se levada de forma teórica, mas fria e densa, dolorosa e rara, levada ao pé de uma prática que, se não tivermos coração (a palavra que nos conduz), não entenderemos nem mesmo o porquê de nosso andar.

São apenas devaneios, tão simples, que nos aquecem a alma nos primórdios de nossas raízes mais profundas. E provocar nossa origem é provocar pensamentos que nunca tivemos, é tentar explicar a existência – não como o grande Sartre – mas --, é olhar mais a vida, a escuridão na qual trabalham estrelas, na qual acorda a lua e dorme o sol; é questionar a si mesmo nesse pequeno oceano em que residimos e ao passo colidimos com o maior deles.
Nada mais.

Ser forte talvez não nos cabe teorizar, mas entender que a própria natureza necessita de nós, caso contrário não existiríamos, e quando me refiro a existência, não falo somente desta, mas daquela que um dia nos pôs em evidência há muito tempo, mais do que nossas atuais vidas. E Ser forte, aqui, é penetrar no âmago de nosso pequeno mundo, perpetrar erros de consciência, acertá-los, avalia-los, remover quando necessário as folhas do tempo, varrendo-as do quintal de nossa alma que quer se renovar.

Olhar para um universo, talvez, sem que precisemos olhar para cima; ler um livro sem que precisemos folheá-lo, amar sem esforço, ajudar sem questionar, agir conforme uma razão voltada ao Belo, Justo e Verdadeiro... Isso é ser forte.

Por isso é que se morre. Para entender a morte. Uma ideia prática, clara, certa, natural e, como diria uma grande mestre, “inexorável”. Sim, sem medo, sem dor, sem devaneio, aceitável de todos os pontos de vista, sem prismas, apenas um e simples: ser.

Queria ser forte para entender tudo isso, aqui e agora, sabendo quem sou e para onde vou, e o porquê. E por mais que soubesse, viveria minha pequena e simples jornada, com meu caminhar claudicante, em busca do nada, apenas sorrindo em nome de algo que um dia brilhou dentro de mim e um dia não me sucumbiu por fazer questionamentos inerentes a essa grande jornada.




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