terça-feira, 26 de agosto de 2014

Caminhando com o Mestre

Um legado humano que nunca deixaremos de vislumbrar. Uma prova de que nossa evolução precisa ser norteada por um ser que sempre esteve perto de nós, às vezes tão perto que chegamos a pensar que somos únicos.


Podemos tê-lo ao nosso lado e em nós, sempre.




Ele caminhava pacífico, como um ser que pensava em tudo, no mundo, nele mesmo e no próximo; um caminhar leve, sem exageros e na medida de cada passo sorria. Seus braços balançavam soltos como dois papeis em uma janela; sua paz, incomodada pela guerra dos outros quase saindo do eixo, firmava-se; e nessa paz que tanto busco, lá estava meu ideal, o que sempre em mim revela-se quando a vejo.

São mestres, todos eles, os que resguardam a estrela natural a que almejamos; são nos mestres que entregamos nossos insignificantes questionamentos, que, ao crescerem conosco, desenvolvem potenciais dos quais, mais tarde, plasmados, tornam-se ferramentas para lidar com o mundo.

E há muito nos estregamos, criamos esse vínculo; pois olhamos para o céu e vimos que nele há algo maior que pulsa, que evolui, há mais que isso... A hereditariedade. Nela aprendemos que devemos obedecer a cada grau, a cada ensinamento, de acordo com nossa capacidade, com nossa natureza...

Significado

Os mestres nada mais são que parte dessa hereditariedade universal, pois aprendem a resguardar o necessário, e passar o suficiente com a finalidade de entendermos o porquê desse mistério que se esconde em nós, ao passo descobrir que somos um pouco desse grande mistério que se mostra em forma de estrelas, de sóis, e quem sabe de um grande paraíso...

Por isso, nossa alma, em tempos idos, encontrou mestres, segui-os, realizou-se, elevou-se e fomos ao “céu” a que um dia tínhamos almejado, contudo, graças ao monstro do materialismo, nos perdemos, e confusos na história, fomos obrigados a ser um pouco do que não somos, e mais tarde, completamente sem rumo, nos desmistificamos, e em busca do nada nos perdemos por completo...

A figura do mestre, no entanto, nunca se perdeu. Sempre esteve perto de nós, como um mero sol que brilhava, e que brilha desde sempre, como uma figura – ainda que diferente fisicamente em todas as épocas --, que nos norteia em favor de um caminho para as estrelas, que burlam em nós, nos direcionando novamente...

Hoje

Ao caminhar com nossos mestres, sabemos que não podemos lidar com figuras metafísicas que nos trabalham o ego em nome do que podemos saber. Temos que nos firmar com aquela figura pacifica que nos ouve, como a um pai que perdemos há milênios.
O mestre é a prova real de nossa metafísica, daquela que buscamos em nome de uma tradição que não nos engana, e se revela tão necessária quanto nosso pão de cada dia; pois o pão, hoje, custa caro, a sabedoria, não.





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