Nosso pequeno espaço, esse em que andamos, partilhamos, vivemos, possui tantos mistérios, tanta religiosidade e sabedoria que, se fôssemos refletir acerca dele, levaríamos a vida inteira. Então vamos começar...
Somos religiosos por natureza. |
Em minha elucubração acerca de mesas e cadeiras não percebi
o quanto fui inútil em minha profundidade, pois não falei nada que pudesse
aproveitar para uma reflexão real ao que o texto proporia antes mesmo de ser
idealizado.
Mas posso me redimir, dizendo que o que fora proposto nada
mais era que dissertar sobre o que somos, e o que podemos fazer em prol de um
mundo que precisa – assim como mesas e cadeiras – se encaixar em seus propósitos,
a fim de melhorar, paulatinamente, nosso espaço, e quem sabe um grupo, uma
sociedade; e se isso for feito de maneira clara, sem incoerências, como se
realmente acreditássemos no que estamos fazendo, podemos mudar o mudo.
Não sei se já assistiram ao filme “A Corrente do Bem”, com
Kevin Space e Haley Joel, o menino prodígio, que, no longa, tem uma ideia
surpreendente em ajudar ao próximo com atos de bondade ao extremo. A corrente
seria a partir de coisas que seriam dadas às pessoas sem que elas percebessem o
porquê, assim se impressionando com o ato, fariam o mesmo. Não sei se isso seria uma boa ideia, penso. Sou a favor de ideias que possam ser concatenadas dentro de uma relação de principio, não
de dação material. A corrente, a que me refiro, seria a corrente natural do homem
para com a humanidade, com os deuses.
Platão e Ciclos
Quando Platão (filósofo) cita o Demiurgo como inteligência
suprema, fala de naturezas das quais não temos nem mesmo como imaginar, mas
deixa claro que temos relações com tais divindades, as quais se sobrepujam ao nosso
entendimento acerca de Deus, ou seja, que, indiretamente, mesmo com toda nossa
ignorância, a possuímos em algum nível.
Contudo, mais que teoricamente, precisamos saber que nosso nível
de consciência está preparado somente para entender o que é do seu limite. E
que pertencemos a um ciclo no qual nascemos e crescemos, morremos, voltamos à
vida, e mantemos esse processo evolutivo dentro desse ciclo – fora disso não há
como compreender mais nada.
Muitos, no entanto, divergem de ciclos e preferem retas que
sobem, com se fossem linhas que um dia vão alcançar o espaço, o que não nos
traz a realidade dos processos de ida e volta, de Pralaya e Manvantara, de
recolhimento e expansão da vida, até mesmo do espaço. Diverge dos processos pelos
quais a Historia das civilizações passa, e das próprias pessoas – e destas
ultimas nos interessa saber.
E a partir disso podemos dizer que somos uma
microcivilização partidária ou não, com seus princípios religiosos ou não, com
elementos para entender o que somos, porém, estamos preocupados demais com o
que não é real.
O real
E o que seria real? Como diria o sábio, real é aquilo que
permanece para sempre, é aquilo que sempre estará dentro de nossas
possibilidades, onde quer que estejamos. Com certeza estamos falando de princípios
regados de conhecimentos que não se vão, e que permanecem desde antes de nossa
existência.
No entanto, como criador de “eternidades falsas”, homens há
com esse principio, de gerar, com suas máquinas, realidades diárias, as quais
transformam gerações dependentes de mentiras, de hipocrisias, de fantasias, com
o nome de realidade...
Voltamos à realidade
no próximo texto.
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