quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Reflexões sobre Mesas e Cadeiras

Há um universo que gera todas as ideias, um mundo tão concreto quanto a esse que passeamos por cima, e quando temos a impressão de que somos uma ideia ambulante, refletimos acerca do que somos, e para onde vamos.


Evolução externa nos objetos, e no homem?




Ao observar uma cadeira e nela nos sentamos, e a nossa frente temos uma mesa, que por sua vez assegura os objetos mais simples, porém necessários ao homem, percebemos que há âmbitos diferentes e ao mesmo tempo harmônicos, dos quais podemos retirar um pequeno aprendizado que nos servirá para a vida toda. Um aprendizado que diz... As coisas são diferentes, necessariamente diferentes, e por mais que o sejam sempre serão harmônicas entre si.

A cadeira, em sua plenitude, em seu âmbito – gostaria de expor essa palavra em sua grandeza --, que nos serve de objeto para nos sentarmos, descansarmos, passarmos o tempo, tem um “link” natural com a mesa, ou melhor, com o universo ‘mesa’. São duas ideias (mesa e cadeira) que se encaixam, pois nos parecem que uma é plasmada em razão da existência da outra. Será?

Claro que, naturalmente, quando pensamos em mesa, ou a possuímos de maneira concreta, outra forma nos vem, que é a da cadeira, a qual, sintetiza duas ideias, ainda que hiperdiferentes, não “vive” sem a outra...

Mas demos um jeito nisso...

Passaram a existir poltronas, bancos imensos, cadeiras de balanço, como novos elementos do universo cadeira, no entanto o da mesa, como ideia mestre, a que deu inicio ao pensamento existencialista das duas, foi coroado apenas com avanços individuais, como a mesa de vidro, de madeira de lei; a mesa de praça, na qual se jogam xadrez, enfim, várias das ideias que supervalorizaram o elemento mesa, sem a cadeira...

Contudo, não se pode pensar na mesa  sem sua pequena parceira, sem a qual não se pode sentar-se e apreciar o que a mesa nos traz de bom pela manhã, na tarde, quando o lanche cai com o sol, e na noite, quando a grande família se une...

Estamos a falar de elementos diferentes em seus extremos, tentando mostrar que, mesmo a  depender de seus âmbitos, tão elásticos quanto nossa alma, se religam, se encaixam, e traduzem o que os mestres do passado chamam de Amor.

Quando Platão nos disse que fora o Amor o primeiro deus, queria nos dizer que todas as coisas, dentro do seu âmbito, tinham em si algo que religasse uma com a outra, não importando a cor, nem mesmo a sua forma, simplesmente porque tinham a mesma origem.

E quando recorremos ao ser humano, essa célula em meio a outras milhões, e tentamos encaixar valores como o próprio amor, o desmistificamos, mesmo porque não abrimos mão do que somos, nem mesmo de um arcaísmo que acreditamos ser real e bom aos nossos filhos.

O Amor é só um exemplo. Mas se recorrermos ao pensamento da mesa e da cadeira, como universos não paralelos e sim unos, podemos dizer que nossa raça, por mais heterogênea que seja, se encontra na origem, no inicio de tudo, ou seja, nossos âmbitos – como humanos que somos, se diferenciam no sentido de nos harmonizarmos um com o outro, sem que tenhamos que nos questionar acerca de qual é melhor raça, pois, um dia, um grande estoico deixou claro que devemos nos portar como dentes da parte superior e da parte inferior, ou seja, precisamos sempre um do outro.

Mesa e cadeira, em seus universos individuais que se conectam quando plasmados, são tão concretos em seus mundos quanto antes de vir a esse em forma de peças necessárias ao homem. Nesse mundo de Ideias (Platão), também há o pouco do homem como ideia, e quando somos plasmados para a perecível mundo, não entendemos para que viemos ou porque das diferenças...


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