sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Ideias, Homens, Tradição... Universo.

Passado, presente e futuro se encontram em construções antigas. Por quê? Qual o segredo que se esconde dentro dessas mega-construções que até hoje nos encantam, a fazer-nos caminhar, em nome de algo que persiste em nos burlar a alma, em ocultar respostas que empiricamente fazemos a nós mesmos?






Modificar baseado em premissas que não nos levam a nada, querer mudar por meio de ideias estanques,  sem nexo; pensar sem olhar o que o passado nos deu em termos de conhecimento, ensinamento legado por nossa tradição... Assim caminha a humanidade...

Caminha como coiotes em desertos atrás de um progresso papa-léguas... Nunca será alcançado. Enquanto houver pensamento de elevação estrutural, apenas como meio imediato, sem qualquer objetivo plural – em nome de uma sociedade ou país, apenas como síntese de um pensamento político, governos entrarão e sairão sem que entendam a pérola da ideia...

Por falar em ideia... Roma era uma ideia que se fez no Olimpo, em que cidades, países, até a própria história das nações se fez, no sentido mais idílico da semântica. Nesse olimpo de ideias, homens de grande valia se estruturam, erguendo-se com práticas que até hoje se revelam uteis à humanidade – ao contrário de pontes, edifícios, estradas, das quais podemos dizer que saíram de desenhos animados, que se apagam com chuvas, terremotos, etc...

E quando falamos em estruturas, pensamos em grandes obras como as pirâmides, as quais foram feitas com materiais perfeitos, de uma forma que até hoje se cogita que foram os marcianos, não humanos (!)... É natural, pois quando olhamos um presente caótico em termos de ideias, de evolução material, e aprendemos muito mais com o passado, fica-nos o sentimento que estamos regredindo ou descendo os degraus que a vida nos faz subir naturalmente... Descer, sem que tenhamos nem mesmo subido o primeiro degrau!






Antes, não havia empresas terceirizadas, concorrências, licitação, e sim homens e mulheres ao comando de um homem – talvez um rei-sacerdote, que acreditava em mitos, lendas, divindades, mas que, dentro desses elementos nos quais vivia, sabia que eram necessários para elevar aqueles que estavam ali, na consecução de sua ideia...

Ideia de erguer não somente uma grande pirâmide, uma ponte, uma cidade... Mas a própria humanidade. Os efeitos seriam do próprio tempo nos dando uma lição após milhares de anos de existência, de segredo, de questionamentos acerca de um passado maravilhoso.

Não que a modernidade não tenha obras incríveis, talvez até mais que as do passado, porém, não possuem a mesma mística ou mítica que um dia nos delatou o que somos, humanos. Prova disso são cidades nas quais hoje seus governos são uma putrefação humana, e que ao mesmo tempo contrastam com suas obras gloriosas que ainda persistem em nos fazer ajoelhar em nome do sagrado, como a própria Roma, Grécia, Egito, cidades que foram berços de nossa civilização, relevando-se, contudo, atualmente, a decadência maior dos sistemas mundiais.




Não podemos erguer qualquer ideia de maneira estanque, como dito. Pensemos em algo que nos religue com algo que seja Bom, Belo e Verdadeiro – premissas das quais foram feitas obras que até hoje reluzem em nosso presente arcaico – não somente em grandes obras, mas nas pequenas que sintetizam, na maioria das vezes, a intenção do homem.

Quero dizer que, quando se percebe aquele instrumento simples, porém que favorece a todos, é como se estivéssemos ao lado de uma sombra que há muito quer aparecer, e quando grandes obras são erguidas por meio dessa ideia – tradicional – temos em nossas mãos a realização de um passado inteiro que se realizou em nome de Deus – e isso equivale a dizer que não somente a humanidade, mas o próprio universo esteve (e está )em comunhão com outros universos.

Por isso, quando se dizia que grandes reis do passado tinham em mente chegar a Deus com suas obras, não queriam dizer “perto de” um Deus pessoal que residia no espaço, ou como diziam outros, com intuito de igualar-se Àquele.

Queriam, na realidade, demonstrar, simbolicamente, que a sutilidade do espirito pode ser vista por meio de obras, sempre para o alto, como nós, que sempre crescemos, que a própria natureza cresce, se desenvolve, evolui.

A ideia veio do céu. Harmonizando com as estrelas, com as posições dos astros, ela passou por caminhos hereditários, plasmados por homens que compreenderam as divindades, deram seus nomes, canalizaram, em seu dia a dia, as potencialidades, levaram a seu povo, e um dia nos deram a maior lição de todas, a do viver em  prol dos mistérios sagrados, fossem nas construções, nas lições diárias, sempre tentando chegar ao céu, mesmo com os pés no chão.






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