Eternidade. Por que buscamos? |
Sei que é um assunto deveras complicado a se falar, e talvez
por isso não vamos ser muitos específicos quando falarmos de eternidade.
Assunto que mexe com a vida, com a morte, com nossos brios e que às vezes nos dá
calafrios, mas como eu disse não serei especifico...
E nada melhor que começar falando de nós mesmos, dos
pequenos momentos que nos fazem eternos, humanos e com alguns... Quase divinos.
Entre tais momentos, quando somos agraciados por presentes belos que nos fazem
refletir acerca de nossa existência, do porquê estarmos aqui, pisando em um chão
frio, lidando com pessoas mais frias ainda, mas que não são donas do mundo –
ainda que se achem – porém, mesmo assim, olhamos para o céu, em sua imensa
grandiosidade e dissemos...
“Obrigado”... Palavra que não retrata de forma clara o que
queremos dizer, mas traduz o mínimo, o simples, o mero prazer de ser agraciado –
ou abençoado – por um presente que ninguém jamais poderia (ou pode) nos
retirar... Um filho.
Um ser que – esse sim – pode nos passar a alegria da alma de
maneira concreta, e ao passo livre de rejeições, complicações, sempre ao lado da
verdade de sentimentos, o que não nos ocorre quando estamos em situações complexas,
ao lado de pessoas que buscam outras felicidades, e que se recusam a ver a paz,
a alegria, somente para satisfazer suas razões.
Um filho, o terceiro ponto entre duas pessoas, torna-se
eterno dentro do seu simbolismo, que é religar as duas partes, transformá-las
ou fazer com que compreendam que, na vida, se não há um terceiro ponto, um
tríade natural em tudo, a possibilidade entender Deus é muito pouco...
No próprio universo, no próprio homem, nas mínimas criaturas,
há essa tríade, caso contrário, não seríamos imagens divinas ou como diria a Bíblia... “O
homem não seria imagem de Deus”, e haveria, assim, um universo imperfeito – o que
não é... – A única coisa imperfeita, no entanto, sabemos, é o próprio ser
humano, que busca realizar-se nas pequenas coisas, ao passo desconhece o grande
mistério que se esconde tão perto dele quanto o gral de Artur, o rei que
procurava pelo cálice sagrado, tanto que enviou seus homens para tanto e depois
ficou vislumbrado por saber que todo tempo estava ao seu lado...
Assim o somos. A verdade se esconde em nós, Deus se esconde
em nós, a Felicidade, também. E por que não a eternidade, que somente se
reitera quando olhamos para trás e dissemos “Como eu era feliz e não sabia”?..
É mais que isso, é uma junção de elementos simples que se concatenam com a
finalidade de nos dizer que somos felizes, aqui e agora, e para sempre...
Nem por isso, vamos jogar nossas malas de inutilidades pela
janela, ou mesmo rasgar nossas roupas antigas ou novas, a viver de ventos em
nossas entranhas, não, pelo contrário... Felicidade não é jogar fora o que possuímos,
mas sim o mal que se acumula, todos os dias, em nossa alma; é vivenciar cada
pessoa, cada passo como se fôssemos crianças que estão se iniciando com seus
pezinhos na terra; é descartar a hipocrisia quando bate a nossa porta
consciente gerando outras em nós...
Enfim... Felicidade, hoje, não sei de ontem, mas é descartar
o anjo mal, esquecê-lo, não descartá-lo de nossas vidas, pois sem ele não há a
dúvida, a determinação, o conflito natural, mas é preciso não alimentá-lo às
vezes, deixando-o rosnando no fundo do porão quando ele quer nos tomar os
objetivos.
E no fundo queremos entender a eternidade, nem que seja por
meio de religiões que se julgam bases da civilização, contudo, atravessam
gerações germinando o mal na mente e na alma dos homens. Não é religião. Não é
nada. Queremos entender a eternidade nos sentido mártires em nossos atos, em
nossa máximas depois de um ato forçoso. Queremos mais... queremos escrever o
que somos, deixar tudo para a posteridade, na qual falarão de nós, e realizarão atos
em nosso nome, pelo que fomos, ou pelo menos pelo que tentamos ser...
Eterno, entretanto, foge a todas as regras naturais a que
fomos concebidos intelectualmente em entender, inclusive quando olhamos ao sol
sem saber que ali, tão longe e tão perto, flutua um astro que pode se ir.
Para entender a eternidade, devemos buscar os grandes do
passado que um dia, na seriedade de suas buscas, disseram que possuíamos um
Ser, um espírito, que, assim como tudo que é vivo – ou seja, tudo – sobrepõe-se
ao que pensamos ser, e que, dentro do que se pode dizer acerca de nós, O somos.
Amanhã tem mais eternidade.
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