terça-feira, 23 de setembro de 2014

A Fuga dos Ícaros

Vamos dar uma pausa ao grande Marco Aurélio e falar um pouco da juventude. O que ela quer, para onde irá, e por quê. Sei que o grande filósofo tem algo a dizer sobre esses seres eternos que brilham sob o sol da eternidade, mas vamos devagar, sem pressa, e de repente chegaremos lá...


Ideal do jovem: simples, ao passo complexo.





Sei o quanto é difícil construir dentro de um tema atual uma reverberação filosófica a partir de premissas tradicionais. Fica difícil se aprofundar. As ferramentas que temos, pelo menos as que eu tenho, não são muitas, mas acredito serem o bastante para começar algo.

Eu quero falar dos jovens, de seu comportamento, tentar entrar em suas indagações, seus jogos, seus ganhos, ainda que pequenos; sei que é um tema que geraria outros e mais outros, nos quais me perderia; contudo, dentro do aspecto filosófico, ao que venho martelando há tempos neste blog, posso iniciar alguns devaneios, por assim dizer, acerca do que podemos salientar em termos de mudança necessária a eles, ou mesmo salientar a força que desprezam, a força não física, mas a metafísica... Essa se esperdiça em tempos, a olhos vistos em todos os lugares e momentos...

O que significa a metafísica ao meu prisma? Algo que possa salientar uma busca mais aprofundada por um comportamento digno de um jovem, baseado em premissas educacionais mais humanas, não necessariamente clássicas, ou seja, não precisa o jovem (seja um humilde soltador de pipas ou um revolucionário idealista) saber a respeito de Platão, Aristóteles, etc...

Mas trabalhar um Bom-Senso enraizado em algo que ele próprio possa trabalhar, crescendo, em comunhão com evidências nas quais ele mesmo passa. Meros pensamentos... Sim, mesmo porque exemplos há, em experiências – agora, minhas – em que o jovem prefere a politica do “não cabresto”.

Não sei se é a politica, a própria democracia, as revoluções anteriores, as passeatas pós-ditaduras dos estudantes que pediam um governo melhor, os quais passaram a imagem de guerreiros de uma época amarga, porém, ao mesmo tempo, singularizaram a outros a imagem de buscadores da liberdade perdida...!

Será? Não sei. Talvez, tudo isso e nada disso. O que meu prisma permite dizer é que estamos assistindo a uma forma desastrosa de cópia do que fazemos de mal, como se somente o que não fosse válido... Fosse realmente válido!

Exemplos... Na década de setenta, eram músicas românticas e em outro extremo politizadas, geniais. Hoje, um romantismo quente, cheio de sexo, palavras vãs, e quanto à politica, formas aleatórias, às vezes formais e, no outro extremo, desinteressantes... Ontem tínhamos a TV, o Som, a Radiola... E hoje, internet, watzap, etc, em comunhão com o que pensam, fazem e realizam, assim como os instrumentos do passado fizeram aos revoltados de calças com zíper...!

Não sei... De repente estou certo; mas é possível que esteja mais errado, mesmo porque há pessoas que possuem filhos que vão de encontro a tudo aquilo que digo e ao mesmo tempo há outros que singularizam o que eu disse, enfim, nesse quesito é sempre bom pegarmos um pouco da Tradição e tentar encontrar um modo de entender o que idealizam, o que realmente querem e podem fazer a respeito de si próprios.


E para iniciar, gostaria de salientar um dos maiores mitos já colocados aqui, nesse blog, a respeito da juventude e seu caminho. O Mito de Dédalo e Ícaro.





Até amanhã.

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