Ao mendigo que busca
desordenadamente seu caminho, ao sábio que se esconde em roupas remendadas e de
linho; nascerão outros e mais outros, naturais dessa terra tão hipócrita e
amante do homem vil e celeste, que busca nas entrelinhas da vida, o que se
esconde nas ruas, na riqueza, na peste.
Digo que não somente o divino
Cristo morreu, mas homens de estaturas tal Prometeu, os quais em cruzes,
altares, em guerras, em chamas por cujas ideologias viveu, também o fizeram. O que com eles se foi, foi um pouco de nós,
seres que morrem em busca de compreender a ferida própria, ou a do próximo, do
outro... Realizando o que humanos sempre
concretizaram em sonhos, saber o que somos, para onde vamos, e por quê...
Marco Aurélio, dono de uma
filosofia que aprendeu a plasmar, não somente foi um desses heróis, mas também nos
ensinou, em seu grande livro Meditações, a
olhar o céu nosso de cada dia, a respeitar a si mesmo, e por consequência, o próximo,
e a humanidade...
Para isso, usou de artifícios tradicionais,
os do estoicismo, escola que nascera em III a.C., cujo ideal era de recuperar o
sentido da existência humana, e isso em um século em que batalhas eram quase
que diárias, e nas quais não havia como refletir acerca de qualquer mundo,
apenas aquele que estava se desfazendo em sangue. Era Marco Aurélio, o
imperador filósofo.
A importância do Agradecer
No inicio de Meditações, Marco agradece a todos que o educou – seu pai, sua mãe,
seu avô, seus mestres, de modo a deixar claro que até ali seu caráter dependia
de fatores educacionais ao bem de si mesmo, ao que almejava ou ao que o
ensinaram almejar.
Não eram apenas parentes, como
vimos hoje, ou apenas complementos de nossa família – cada um por si – mas um núcleo
responsável pelo inicio de tudo que sabia ou que aprendera a lidar. Seu mundo
começava; e sua vida a se expandir; sua
personalidade forte, e ao mesmo tempo leve, comungava com o respeito humano, e Aurélio
sabia que tinha que começar com aqueles que um dia o ensinaram a andar, falar;
ser disciplinado e honrado, desde o inicio...
O estoicismo, em suas palavras
iniciais, não tinha começado.
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