quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Fuga de Ícaros: mistérios que se perdem.

O Mito de Dédalo e Ícaro se expande sobre terrenos mal vistos pelo homem, por isso vamos nos ater somente ao que nos interessa nele, falar um pouco mais acerca de uma juventude presa a valores que ela mesma cria como forma de sol, a voar com asas de seda, ou antes mesmo desse voo, a cair de suas torres tão altas.



"Não voe tão alto".





E por falar em torres, por que que temos em nosso tempo, nessa época tão corriqueira, mais jovens que se suicidam do que em épocas passadas?  Muitos questionamentos podem ser feitos... O que na realidade nos traz à tona respostas claras, e ao mesmo tempo vagas, mesmo porque nesse terreno temos reverberações acima de uma verdade de que nós mesmos fugimos...

Como por exemplo, o fato de que há jovens se suicidando pode ser um fator de responsabilidade social, ou seja, de uma sociedade fria, consumidora, até mesmo desumana e que foge de responsabilidades à criança, ao jovem e ao idoso... O jovem, no entanto, aquele que poderia trasladar seu destino, transformar ser caráter, iniciar um processo de respeito a si próprio, é o que mais nos preocupa...

Em festas, por exemplo, quando brilha em suas roupas de moda, com seu corpo astuto, cheio de energia, e sua mente ávida, ao invés de encher-se de bebidas dilacerantes, dialogar acerca de namoros e paixões corriqueiras, desgastando-se em sentimentos estéreis, poderia conhecer outros licores mitológicos como o próprio ideal, que corre em suas veias; conhecer a saga dos grandes homens, e fazer refletir em seus sonhos um Marco Aurélio, um Júlio César, como conselheiros-mores, na batalha diária de uma vida cuja aventura está apenas começando...

Não menos do que isso, as meninas, tão belas e ao mesmo tempo tão sem rumos, seriam mais belas se entendessem que a feminilidade se esconde no caráter, e o amor, na sutileza, e não na leviandade.
Há saídas modernas se quiserem... Mas sem referenciais a adotar, é como um cometa desgovernado, sem calda, sem brilho: pode destruir famílias e o mundo. Se o próprio jovem soubesse que está entre o céu e a terra, como aquelas espadas que são erguidas e que só tomam decisões bárbaras quando descem, se portaria como futuros homens e futuras mulheres, pois o mundo, este mesmo em que vive, só realiza sonhos a partir do momento em que há pessoas para sonhar... Estamos sendo dilacerados!

O sonho

O sonho do jovem, no entanto, reserva-se em suprir o básico: ter seu computador, seu celular, seu smart phone, ter sua namoradas, sua roupa e tênis da moda, enfim, não há mais grandes sonhos de modificar uma estrutura como a nossa, mesmo porque o próprio sistema, o atual, engana mais que velho babão dando em cima de menininhas... Ou seja, só ele não sabe que está sendo percebido. O resto, na certeza de mudar, podemos fazê-lo, mas o jovem atende muito mais ao apelo do físico (ficar forte, bonito, tatuagens, minissaias da moda, shorts rasgados, chapéus mal colocados em cabeças, etc... ), à vontade (sexo casual, ficar,  beijos demorados em festas; bebidas fortes, etc), a falta de zelo pelo que poderia ser responsável (camas, café da manhã, lavar sua roupa, seus pratos, etc), a auxílios naturais (trabalho, auxilio ao irmão, à mãe, ao pai...)...

Enfim, como se pode falar em sonhos àqueles que preferem o próprio desgoverno a mudar governos?...

Voltando...

Sei o quando é complexo falar em jovens que se vão dessa vida, por um ato simples, mas que se resume em terror à família e ao mundo, simplesmente porque não há leis humanas ou universais que aceitam esse ato: o de se matar.

Hoje, quando vejo o desgaste de jovens em teclas de computador, ou mesmo na falta de algo que lhe interesse, ainda que seja fútil; mais ainda, a falta de alguém que lhe possa mostrar que há sentido em tudo que se faz. Do momento em que se levanta, do momento em que se dorme, há sentidos extremos de divindade, e que estamos violando a todo minuto tais mistérios se não os aceitarmos...


Por isso, Marco Aurélio diz “largue o livro”, pois sabe que a experiência vital é única, e não somente em batalhas reais se aprende sobre o inimigo, mais muito mais sobre si mesmo. E jogar para o alto tais valores, é jogar para o alto a própria humanidade, e isso não queremos.






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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....