sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Marco Aurélio. Na Obediência aos Deuses.

“Obedeça aos preceitos divinos e os deuses não lhe pedirão mais nada”.







Precisamos de uma placa que nos direcione o caminho quando estamos perdidos. Precisamos de uma bussola quando na selva estamos acampando ou em uma aventura. Precisamos olhar as estrelas, o sol, olhar para alguém, de modo que tenhamos a paz, a tranquilidade, e quem sabe o conforto em pensar que estamos no caminho certo...

Os homens mestres, aqueles de que falamos no limiar de nossas vidas, os quais passaram por diversas aventuras e não se esqueceram do próximo, ou mesmo da humanidade em seus sonhos, em seus ideais, são peças fundamentais para que possamos compreender a lição dos deuses, esses elementos que desconhecemos e ao mesmo tempo realizam seu trabalho independentemente do que somos, e fazemos.

Os deuses, por serem grandes demais em referenciais, nos faz partir para aqueles que são homens, que são mestres, os quais nos ensinam valores que nos fazem andar em direção ao real caminho sagrado. São placas falantes, cheias de setas que nos indicam para onde e porque devemos caminhar; são bussolas que nos fazem, em meio a florestas humanas de ódio e sombras, repensar o que temos a oferecer, ao mesmo tempo nos conhecendo, elevando-nos ao que sempre tivemos no inconsciente.

Marco

Quando Marco Aurélio disse “obedeça aos preceitos divinos e os deuses não lhe pedirão mais nada”, (em Meditações, capítulo V, livro III), fazia alusão a nossas obrigações naturais como seres humanos. E os deuses, como deuses.

Sabemos que tais entidades não pedem e nunca irão nos pedir nada, mas, em nome de uma natureza que nos faz sentir na pele nossos erros, podemos metaforizar e dizer que há “algo” que nos ensina, nos pede, e quase implora para que possamos voltar à linha...

Na Antiga Índia, por exemplo, isso era chamado de Darma. Uma linha imaginária na qual o Universo estaria inserido. Leis, Normas, artigos, parágrafos (não literais, claro), estariam em meio a uma Ordem maior dentro da qual estaríamos dançando como crianças que acabaram de conhecer um parque.

O Universo não é um parque. E o que fazemos diante de nossa evolução para com os deuses também não é uma brincadeira (mas achamos que é). O nascer de um feto, seus problemas; o mal viver de um homem, suas intempéries, tudo é consequência do que fazemos em prol ( ou não) dessa lei, a qual, ao passar dos tempos, foi antropomorfizada, rotulada, mas que sempre tem trabalhado em prol da Ordem.


Na obediência aos deuses, ou seja, com o passar de nossa consciência em relação à Natureza, com os primeiros objetivos em nome de algo maior; na compreensão de nossos ideais; na forma como lidamos com nossos problemas, a coragem (de coração) de ser o que somos, antes de nos transformamos em marionetes politicas, religiosas; no ensinar sem medo, no aprender com ou sem dor, mas nunca perdendo nossas estrelas internas – referenciais; no pensar ao próximo, em nós e em Deus, podemos entender, em alguns momentos, a grande Lei à que devemos obedecer.






Uma sexta-feira cheia de reflexões!

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