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Mulher: um cofre bendito. |
.. Nesse universo em que homens e mulheres possuem suas diferenças, aquelas que mais me detêm são a força e a fraqueza de cada um. O homem, na sua coragem, força, no seu desbravamento histórico, e porque não dizer disciplinador; e a mulher em sua brandura, pureza e amor, me fazem repensar o porquê somos assim... E caio sempre na resposta: a grande necessidade universal dos dois se encaixarem como indivíduos que são (que somos!).
Por outros lado, quando nos vem o lado mais sombrio, quando a colheita não vai bem, ou mesmo quando há uma devasta em nossos corações em meio a impossibilidades de levantar, as reações são diversas, seja para um, seja para o outro...
O homem, em sua natureza explosiva, desfaz seus lamentos, sua ira, seus males internos como um dragão que acabara de ser solto, ou mesmo um cão raivoso que devora o dono quando faminto... E a mulher, esse ser belo por natureza, perfeito em sua práticas cotidianas, a qual possui a grande capacidade de lidar com vários problemas diários, repele a nuvem negra, espanta o cão raivoso com seu sorriso, acaricia o dragão com a sutilidade de uma flor.
Contudo, em seu coração, abalado pelas batalhas naturais por que passa, mora o maior mistério de todos: o de resguardar por mais tempo a amargura humana, a dor, como uma caixa de pandora às avessas, que, aberta, revela o mais terrível do sentimentos, pois, aqueles que guardara no início se transformaram de pepita para um ouro maldito.
Duas Faces
A face humana se revela, na realidade, em cada problema, em cada degrau que se sobe todos os dias. E a depender da pessoa, tal degrau não se escala, porque prefere ficar naquele eternamente a dizer que a culpa pelo problemas não era dele, e sim do amigo, parente, Diadorim*, enfim, descartando todas as vertentes humanas em resolver o que veio para nos elevar.
O homem, em sua explosão, deveria, assim, repensar suas palavras, seus atos, de modo a não causar impacto em seu grupo, meio ou sociedade, mesmo porque o que as palavras traduzem são como flechas atiradas no coração de cada ser, não apenas em um ou dois... Mas de todos. Isso às vezes proporciona separações, revelações, até mesmo distorções em relação aos seus objetivos. Não adianta, depois, desculpar-se.
A mulher, de certo modo, sorrateira em sua forma de resguardar o mal, assim dizem os mitos antigos, nos quais a mulher, como simbolo do cofre da dor, nos proporciona mais tempo para lidar com a correnteza que vem, após a quebra do dique. Podemos nos abrigar das consequências como habitantes medrosos da morte...
O estouro, claro, é maior do que o do homem... Já ouvi mulheres declararem morte a outra por problemas mais antigos que o conflito. Já ouvi (e ouço) mulheres quererem modificar suas vidas em função de uma simples briga, ou por uma simples palavra mal colocada.
Por isso, recomendam os mestres que façamos o melhor possível em nossas vidas, em nosso cotidiano, pois explosões, draconianas ou não, dividem casais, e por isso dividem o mundo. E se dividem o mundo, o próprio universo sente a necessidade de mudar sua própria ordem, como uma célula que acabara de falecer num cérebro doente: ele se adapta.
Não queremos que o universo se adapte ao humano, e sim ao contrário...
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