...Como diria uma grande professora, que, como a maestria de Vila Lôbos, sutilidade de Bach, meiguice de Gibran*, a sorrir frente a poucos alunos, mas fisgados por seu talento em hipnotizar mentes ávidas, "Levamos tempo para subir uma montanha, mas a descemos tão rápido quanto um menino em um carrinho de rodas"...
Ela se referia às batalhas humanas, as quais nos ensinam que, em todos os aspectos, levam um grau de dificuldade para vencê-las. Isso já sabíamos, porém, quando fazemos alusões ao ser humano, ao mais íntimo dele, percebemos que precisamos mais do que uma vida para entender. Ficamos, assim, somente com a teoria da montanha.
Um pouco mais distante que a nossa querida professora, um dia um grande filósofo deixou-nos uma máxima... "Temos um ser humano preso dentro de nós, amarrados por nossas debilidades, louco para sair".. Platão aqui foi um pouco mais profundo, tal qual um submarino que não volta há anos, mas ao mesmo tempo, claro como um rio que não fora tocado por qualquer ser.
O filósofo, que viveu há mais de dois mil anos, revela que sobrevivemos com o que temos, com o que acreditamos está certo em nossas possibilidades, e nos cala ante ao que realmente somos. Presos dentro de nós mesmo. Um ser real, claro e verdadeiro em sua essência, e que buscamos em ideais mais altos que arranhas-céus, porém mais misteriosos que as águas não navegadas.
Tanto a professora quanto Platão discorrem acerca do ser humano, do mais verdadeiro ser. Seja no pico mais alto, seja do oceano mais profundo, a simbologia cresce quando estamos prontos para entendê-la. Ou seja, dispensamos esforços, mentes e corpos, apenas se esvaziarmos nosso copo, o qual, pleno de contaminações, ainda se envaidece com racionalismos frios, que fazem questão de abandonar o seu real papel.
A dificuldade, entretanto, segundo os mestres, em buscar a sua essência, faz parte de uma outra realidade, a mais necessária talvez, porque somos passivos de errar, e muito, assim como uma criança que tenta levantar-se de uma queda, de um animal que não aprende com a punição do seu dono, enfim... A (deusa) Necessidade se faz, se materializa ante nós, e aprendemos aos poucos que a montanha somos nós, e que estamos também no alto, observando o que a personalidade nos faz... Estamos presos, ao passo livres, graças a consciência que nos revela o que somos, pelos menos em alguns instantes, e quando isso nos acontece, a venda dos mistérios cai um pouco de nossos olhos.
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