sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Do Coração



A beleza humana em fazer algo ao próximo sem desejar nada além da própria felicidade, ou mesmo de um simples bem estar, foi comercializada -- não hoje, e não sei quando --, e autalmente, todos os atos voluntários humanos, voltados ao bem são vistos como capitalistas, comerciais, frios e calculistas, como sorrisos de aeromoças, dos quais percebemos a desconfiança quando ela diz... "está tudo bem, podem ficar calmos".

Nem sempre podemos ver assim. Somos humanos. Em algum coração não muito distante há de haver um simples ato voluntário -- sagrado -- em que possamos confiar. Caso contrário, teremos sempre a mente voltada à desconfiança, ao medo, e nunca teremos meios para entender o que somos por meio de pessoas realmente maravilhosas, pois elas existem.

Sucumbir aos noticiários que traduzem o desejo popular de ter -- e não de ser; ao usufruto comercial em nome de religiões, sociedades, famílias, grupos que, pelo bem de todos (entre aspas), passam anos produzindo presentes com fins de lucrar em cima daqueles que esperam um grande abraço sem preço.

Agora que o Natal está chegando, atos voluntários em nome do real amor crescem, mas crescem também o desejo de ter, de comprar, de sair e não voltar mais em nome de um presente que há muito se espera: o seu próprio. Nele, o desejo de não voltar, de sumir em direção ao universo sem fim, de pegar uma nave espacial emprestada e passear pelas esferas planetárias e quem sabe não voltar mais... É o presente que se deseja a si mesmo.

... Mas como fora dito, nem todos os são assim. Percebemos que corações e mentes esperam a data (Natal) com fins de voltar à origem, à sua família, ao bojo natural do qual saiu. Cantar, chorar e amar junto daqueles que, mesmo tão diferentes quanto seus amigos, são da mesma raiz -- mãe, pai, avô, avó... enfim, de sua árvore que o caracteriza fruto do mesmo pomar.

E esse sentimento de voltar à origem, tão belo quanto o ouvir de uma sinfonia que nos remete ao mais íntimo de nossos ser, nos carrega para longe sem que precisamos sair do lugar, e nos une, em laços que se entrelaçam, ainda sejamos duros na queda, ou melhor, duros com a vida.

A beleza humana em realizar o bem ao próximo deve sempre estar preso nas qualidades humanas, antes mesmo que as datas comemorativas o denuncie. Esperar que tenhamos meios para presentear, ou quando estamos imbuídos daquele sentimento livre que quando acordamos, nos faz ciborgs, presos a alertas ligados em nossa mente, como relógios pela manhã...

Não precisamos disso. O Natal é agora. Nosso aniversário é hoje. O dia das crianças foi ontem, e o dia do amigo é sempre!


Tenhamos uma bela sexta feira (friday, Dia de Frida, dia do Amor!).

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