quinta-feira, 24 de maio de 2018

Guerras Infinitas (iii)

Quando se nasce um líder em meio a tormentas de valores, sabe-se que o papel do homem é seguir seus instintos naturais, ir a fundo em seu talento, dedicar-se àquilo para qual foi feito: defender a humanidade, morrer por ela. E muitos, no passado, o fizeram, com valentia e amor. Exemplos como Giordano Bruno, o qual, dentro de um período sombrio, soube até o fim lidar com o desprazer de conflitos internos e externos, os quais, se fossem em outra época, teriam sido bem aproveitados.

Questão é que nem todos nascem para enfrentar a própria história seja ela com agá maiúsculo ou não, isto é, nem todos confrontam com seu destino de modificador natural da sociedade -- leia-se, aquele que possui um quinhão dentro de seu meio, -- muito pelo contrário, retrai-se, encolhe-se como tartarugas medrosas, e na maioria das vezes pula para fora do cenário, se afastando daquilo que realmente é, um idealista.

E hoje, quando nos afastamos dessa qualidade que nos é inerente, "despontencializamos" a nós mesmos, indo de encontro ao que um dia, lá trás -- em vidas passadas -- colhemos; e passamos para o lado errado, destruindo sociedades, pessoas, ou criando valores relativos, nos quais, a depender de meu poder de convencimento, mergulham todos, sem racionalizar, refletir, como se fossem mergulhadores, pronto para caírem em pedras pontiagudas no mar.

Nossa luta deve ser às avessas, lutando sempre contra tais mentalidades que nascem e desfazem sonhos, ou que nos querem presos em cavernas de seda, cheias de morcegos de borracha, dando a entender que são reais -- e o fazem com maestria. Graças a eles, muitos, cujas mentes são brilhantes, entram em devaneios sem sentido, e sem saber, desvirtuam conceitos, fazem prevalecer os mais arcaicos conceitos -- no sentido mais ultrapassado da palavra, -- e conseguem ser até donos do mundo,  o pelo menos de países que se acham donos.

Aqui, nos sobra falar dos homens que possuem força, dedicação, determinação e vontade -- entretanto, completamente direcionados a si mesmos, de modo a realizar sonhos relativos, não absolutos, a construir formas concretas inúteis, somente para que seu nome esteja estampado acima das nuvens, como forma de eternizar seu ato. 

Tais homens são consequências do não ato, ou seja, da parcimônia dos homens de bem, até mesmo dos heróis vivos, porém, mortos de vontade, de amor ao próximo, à vida. O perigo se faz, e somos obrigados a sermos escravos da incompetência, dos sarcásticos seres bípedes, do mal que separa o real do imaginário, pois, chega um tempo, que não sabemos mais a diferença.


Vamos vencer.

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