segunda-feira, 21 de maio de 2018

Guerras Infinitas

Um dia nascemos e começamos a fazer parte do mundo, de seus problemas. Outro dia descobrimos que somos educados à luz de uma educação esmerada dos pais, ainda que parcos no valor, ao qual sempre nos direcionamos. Mas, lá na frente, percebemos que temos nossas visões, pontos de vistas, ainda que híbridos àqueles que aprendemos de berço, e inicia-se o primeiro rompimento psicológico, emocional e espiritual, e formatamos nosso idealismo, seja para cima -- para o céu simbólico, seja para baixo, para o crime.

Vários elementos se formam em nossas mentes e alma, com pretensões de alimentar não somente o significado, mas também a prática do que acreditamos, mais um vez, para cima ou para baixo. Se para cima, podemos alimentar o que nossa alma, de há tempos, vem se alimentando -- não é algo de agora, temporal, talvez hibernoso, porque, quando se descobre, em algum aspecto, que somos idealistas naturais, que sentem nas veias a vontade de defender o mais fraco, organizar uma sociedade, buscando Justiça... temos mais possibilidade de descobrir o céu.

Por outro lado -- nesse ponto polêmico da questão --, vejo que há alguns que nascem com características fortes para o lado terreno, ou seja, para o lado criminoso da matéria: aqueles que nascem com liderança negativa, com fortes tendências ao mal, e que se alimentam com isso. Muitos acreditam que tais indivíduos são consequências de onde nasceram, e se tornam o que são em razão das causalidades existentes no lugar. 

Esses crédulos talvez não sabem que foi o grande Joaquim Maria Machado de Assis, ou simplesmente Machado de Assis, um dos melhores (se não o melhor) escritor do século, que nascera em favelas, cor híbrida de mulato e negro, cuja mãe não era nem mesmo funcionária publica, muito menos o pai, e mesmo assim aprendera francês, inglês, português, e ensinara a sua irmã tudo que soubera com seu talento e vontade, e que mais tarde fundara a Primeira Academia de Letras, na qual somente os imortais da Língua pátria poderiam dela fazer parte. Não era causalidade... Ele nascera com seu idealismo e não perdera chances em alimentá-lo desde o dia em que nascera.

Assim como muitos que venceram, que ultrapassaram a causalidade imposta pelo destino, subiram ao topo da montanha com suas pequenas e singulares ferramentas, Machado de Assis o fez, e quando nos referenciamos nesses homens, tais quais muitos que já passaram em nossas vidas, nossos corações se dilatam de forma diferente, como que quisessem sair sozinhos em busca de algo maior, perfeito, como ele próprio o é.



A Guerra só está começando.




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