...Não é tão simples, como eu vos disse em edição anterior, nem mesmo quando temos em nossas mãos a melhor ferramentas de todas -- a Educação. Muitos sobre ela escreveram, com o sentido de nos traspassar a melhor das intenções, isto é, de fazer com que sejamos um pouco melhor a cada dia, com ou sem os nossos problemas... E parece-nos que a palavra chave (problema) nos irrita, nos transforma em monstros, em seres frios, deseducados e famintos pelo outro humano...
Sim. O que nos vem à mente nada mais é que encontrar alguém que nos possa ser um sparring, aquele que leva socos de graça antes da luta oficial, com vista a testar a potência dos nossos golpes. Não podemos ser assim... Mesmo porque nossa única e preciosa arma deveria ser a educação, assim como um dia foi ao longo dos tempos quando a raça humana teve, em seus preceitos, gestos cavalheirescos como parte de um símbolo, ainda que não tenha sido para todos, mas para algumas classes que obtiveram a certeza de que é preciso que tenhamos o básico, em gestos, em falas, em modos, os quais refletiram em sociedades que até hoje demonstram sinais de que há saída.
Por outro lado, não podemos nos enganar com relação a tais gestos e modos, e comportamentos, os quais retratam ou retrataram tais sociedades ditas clássicas ou avançadas em educação, simplesmente porque estamos falando de algo mais profundo, de algo que pode sim fazer parte do ser humano como legado, como força natural que vem de dentro, não apenas como falas e gestos que um dia sobrevoaram o passado. Estou falando do edutiere, o que nos remete a potencializar nossas energias para o bem, como se para uma oração, para o alto.
Nessa empreitada, nessa tentativa (de autoconhecer-se) de forma pequena quase mínima, por parte do homem que descobre, em suas possibilidades, que tudo não passa de uma ilusão, fortalece-se, procura manter o equilíbrio interno baseado em premissas nas quais permeia a tradição, em palavras, em gestos heroicos, mitológicos, lendários e até mesmo presente, quando este se alinha com os antigos.
Palavras são palavras nessa hora. Entretanto quando se tem uma árvore a nascer para se fazer uma sombra, se pergunta: nasceu para mim ou para a natureza? Genericamente não nasceu nem para um nem para o outro e sim para ser Árvore, com um conceito além dicionários, além do meu e do teu conceito, o que não a faz, no entanto, ser melhor por isso, e sim como exemplo universal do que devemos refletir acerca do que somos, e porque existimos.
Somos homens e mulheres, mas não introduzimos o real conceito, o universal, em nossas vidas, mesmo porque relativizamos tudo, e isso na maioria das vezes nos atrapalha, nos coíbe, e nos faz ignorantes que andam para trás quando nos sujeitamos a ver o que somos com olhos físicos. O que somos ultrapassa as normas humanas, o que somos perpassa as palavras, e ao mesmo tempo nos torna compreendedores de que não apenas somos humanos, mas temos que agir como tais, em primeiro lugar, e em segundo lugar, também.
O assunto é bom.
Volto mais tarde.
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