Falar de uma valor é difícil, por mais claro que queiramos deixá-lo ante nossas explicações acerca dele. Pessoas sempre vão interpretá-los à luz de seus interesses, por mais rico ou pobre que sejam, espiritualmente falando. E quando falo do valor Educação, me refiro a algo tão precioso quanto àquele que reverbera depois dele, como Justiça, Bondade, Beleza, Paz, Amor... simplesmente porque possuímos algo que nos "desdireciona" ao seu real significado.
O livre arbítrio, talvez, seja um deles, um desses agentes manipuladores de conceitos, de sonhos, de realidades, ou devo dizer de mundo...Não sei. Consciência?...O que seria consciência para nós? mais uma vez caímos num abstracionismo cíclico, do qual já era difícil sair, mas deixamos claro que tal abstracionismo é uma necessidade humana até encontrarmos o ponto preciso, o referencial, a ponta da corda, assim como o início e o fim do novelo do herói que, no mito, conseguira sair de dentro do grande labirinto, da luta, dos conflitos...
Nosso labirinto, hoje, mora em nós, e não sabemos; nosso novelo de lã, a peça fundamental para não nos perdermos ante à nossa consciência, ou mesmo ao nosso livre arbítrio, deve ser resumido em uma só palavra, Filosofia. Não apenas a didática, não aquela que te impõe racionalismos diários em tornos de questões mortas, ou pobres, no sentido mais puro da questão -- caso contrário, não seria uma novelo, mas sim uma corda para a própria forca...
Ou seja, se por eventualidade buscarmos somente o que nos interessa, ainda que com alma, passaremos nossa encarnação atual sem propagar o que a palavra nos pede: amor à sabedoria, ao conhecimento, tangenciando não somente ao que sabemos de praxe, mas buscando novas esferas de pensamentos, os quais, hoje, nos faz como cães buscadores de rabos e não de verdades.
Tangenciar é importante, pois nos dá novos horizontes, formas claras do outro lado que tanto dele refletimos e quando estamos nele sentimos que um dia fizemos parte dele. Não apenas em pequenos problemas, mas em seus detalhes, mistérios sobre os quais sempre indagamos, e nunca por ele passamos, em razão do medo ou da dor.
A prova disso foi em uma sombria época. Na Idade Média, dizem, muitos lugares foram bloqueados, principalmente mares, em razão de seus senhores da imensa caverna que foi, deixarem pensamentos quase concretos de que ali havia a 'mão de Deus', ou pior, 'monstros indescritíveis', 'seres do demônio' que engoliriam a todos quem pelas águas passassem.
Graças aos cavalheiros de várias ordens, tudo foi quebrado. O senso filosófico falou mais alto. Claro que, quando falamos em desbloqueio, devemos respeitar cada um, mesmo porque todos são diferentes, possuem ritmos diferentes, mas ao mesmo tempo, refletir sobre o que temos medo, e se vale à pena dar os passos -- em caso positivo, avançamos, em negativo, retroagimos.
Falo de uma Filosofia não vã, que nos auxilia a pensar e como potencializar nossos valores, concretizá-los em cada ação, não somente no básico, mas no aspecto interno, como no moral, no ético, no grande e pequeno detalhe que a grande vida nos oferece. A Educação, um dos valores dos quais falamos ao longo de vários textos, não seria apenas uma palavra bela, que reflete atualmente o que podemos ou não em fazer pelos alunos fisicamente -- dando-lhes informações, salas de aula, objetivos, canudos, (in)formação em várias profissões, mas naturalmente o que há de mais precioso dentro de cada um: a busca pela vocação, o que significa em poucas palavras, o que de melhor posso fazer por mim, a direcionar-me aos outros e ao universo, consagrando o que sempre fui, humano -- como um grande Ideal.
É um assunto e tanto.
Voltamos.
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