segunda-feira, 4 de junho de 2018

A Maior Batalha de Todas (Fim)

... O mundo é repleto de símbolos e desde a antiguidade o homem os respeita, porque sabe que um dia, no passado (e até mesmo no presente), foram responsáveis para a compreensão de diversos mistérios nos quais ele se identifica. A exemplo, o Elefante, na antiga e atual Índia; o pássaro nas culturas egípcias, gregas e romanas e hoje, no norte da América. O dragão, no oriente; o javali, em outras, enfim, todos os eles, e mais uma enormidade de seres que, na essência, podem representar as fraquezas, a beleza e porque não dizer a fortaleza do Homem.


E com o sentido de compreender tais seres, nas escolas iniciáticas, com vistas ao crescimento espiritual, havia sempre na porta, ou mesmo dentro das salas restritas, várias figuras, ornamentos, pinturas, estátuas, sempre a significar o mais profundo do indivíduo. A principio, chega-se a dar medo, mas depois, repassado todos os ensinamentos a ele, ao neófito, familiariza-se, encontra-se e a partir daí começa a entender que a natureza por inteiro tem um significado ao homem, que, como ser único, tem a responsabilidade de respeitar e fazer respeitar o todo a partir daquela ponte.

Muitas culturas o respeitam, como das tribos indígenas, principalmente às da América do Norte, os chamados peles vermelhas, que possuem sua forma de preservação natural baseada em princípios tradicionais, por meio de seu chefe -- ou como diria por aqui, o pajé -- mas mui raro isso nos acontece na América do Sul, onde se há uma mescla de cultura indígena com a dos chamados "homens brancos", desmistificando o que poderia durar séculos. Mesmo assim, algumas das tribos que se "escondem" daqueles homens, em florestas do tipo Amazônica, sabem que a necessidade de preservação de seus rituais significa a preservação da própria espécie.

O que posso tirar disso é que vai se chegar um tempo em que teremos apenas livros a contar histórias a respeito de índios reais, não imaginários como os de hoje, que sucumbem ao modo de viver nas cidades, graças à modernidade que o catequiza como ondas que molham, bem devagar, as areias de longe. Vai chegar um dia que não saberemos identificar o que são ou quem são os índios que nos ensinaram a preservar a natureza.

Mas, voltando, o ensinamento, ou o real ensinamento, nos faz ver com outros olhos o que a vida nos reserva como seres humanos para um devido crescimento interno, com vistas a ver caminho que um dia o universo nos deu. Ver o que há por trás do dragão, o qual segundo a filosofia oriental nos diz, que é a soma dos quatro elementos e que o guerreiro que luta com ele não o vence, mas o domina, ou seja, inicia um processo de conhecimento de si mesmo, pois domina a água, representada nas barbatanas; o ar, a ser representado pelas asas; a terra, pelas unhas, e o fogo, pelo elemento que lhe sai das narinas.

Mas o dragão é apenas um dos grandes símbolos a representar o universo no qual os mistérios nos edificam a partir do instante em que damos nossa alma para desvendá-los. É uma das formas mais claras de que precisamos para nos conhecer e conhecer o universo, assim como diria o mestre grego Platão, que, dentro do seu racionalismo fértil, nos deixou inúmeras formas de compreender por meio da busca, e uma delas é o primeiro passo em direção a si mesmo, regando todos os dias um pouco da planta que se enconde dentro de cada um, com a água dos pequenos atos que religam o homem a Deus.



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*Esses três textos foram em homenagem a meu filho, Pedro Achilles, que passou por três tratamentos, antes de passar pelo maior deles, a rádio cirurgia, e ficar livre de vez dos resquícios do AVC, e voltar a ter a paz que tanto busca, e ser criança novamente.

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