Nas entrelinhas da vida, onde se encontram os mistérios, bate o coração da vida. Lá onde o homem não toca, apenas supõe saber, e se exaspera por não saber o bastante, relativiza e transforma tudo em informações científicas, práticas, advindas de um Oceano frio, porém, profundo e belo. Nessas mesmas entrelinhas, coração, pulmão, cérebro, tudo, como em um grande ser humano, de forma infinita e imaterial, pulsam, em nome de Algo maior que jamais saberemos.
Muitos o chamam de Deus, alguns de Natureza, outros de Darman, mais alguns de Todo, o que equivale a dizer que várias culturas já possuíam o entendimento, graças a outros que viviam em função dele, e assim por diante. Civilizações que caíram, mas que, antes, em sua educação maior, traziam à tona o conhecimento baseado em premissas tradicionais que diziam que o homem não foi o primeiro dos seres, e que não dominara animais, muito menos acordara sem costelas... Sabiam que era preciso símbolos para determinadas explicações ocultas, e por isso materializaram, de acordo com sua visão, céus, infernos, paraísos, enfim, não mundos relativistas, mas propriedades que explicavam as entrelinhas -- ou tentavam.
Graças ao símbolos, temos uma parca sabedoria em relação ao oculto, e com eles tentamos nos "alfabetizar", nos baseando no que temos. E começamos a decair. As ferramentas que recebemos no passado as deixamos pelo chão, graças aos sistemas, aos reinos infindáveis da vontade humana, que refletia somente o egoísmo humano. Não menos que isso, opiniões que abriram espaço sem a verdadeira posse do que se expressava.
Assim, o homem, antes que olhava seu futuro dentro de um presente, no qual se baseava no passado, se tornou peça solitária, como uma estrela vazia perto do sol da sua própria ignorância. Sua existência, agora sem nexo, o fez procurar, num deserto, possibilidades de encontrar a saída e as respostas para voltar a procurar e encontrar a si mesmo.
E quando o fez, soube que poderia se reerguer, ficar de pé, andar e deixar marcas. E conseguiu. Hoje, por mais que tenhamos medo do passado, do presente e de um possível futuro inviável à nossa evolução, pensamos, refletimos, e nos transformamos em potências criadoras, graças ao que procuramos na entrelinhas.
Continuamos.
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