terça-feira, 12 de junho de 2018

Minutos de Silêncio

Quando os espartanos frearam o grande rei Xerxes, nas Termópilas, há quase dois mil anos, e quando os gregos conseguiram, após, deterem a ira do rei dos reis -- assim era chamado o sucessor de Dario --, não sabiam o quanto que a humanidade os agradeceria depois. Não houve até então um ato de bravura ocidental igual, desde aqueles tempos, nos quais guerras havia até mesmo no café da manhã.

Muitos salvaram o mundo, com atos semelhantes, mas jamais se igualariam ao nosso Leônidas, que, parcimonioso, com palavras firmes e vulcânicas, sabia quem e o quê enfrentava e com que armas o fazia. Assim, em meio a um exército mágico -- assim como muitos o dizem,--, que brilhava ao longe, trazendo lágrimas até a inimigos, guerreiros eram dotados desde a infância a darem passos em nome das Leis e de Esparta, e quando mais maduros, iam a batalhas com seus pais, sempre com vistas a melhorar seu caráter junto à vida, que ia e vinha, em forma de morte e vida.

O medo existia, no entanto, era uma energia constante que os fazia ir em frente, não retroagir; eram livres, mas sabiam que tal liberdade nada valia se não obedecessem ao sagrado, à tradição; faziam justiça, mesmo porque agiam de acordo com suas naturezas e capacidades, e sabiam que Justiça era maior que suas opiniões junto ao pequeno mundo dos interesses humanos, por isso o amor às Leis.

O mundo vai agradecer sempre a esses homens de ferro.

Trago à tona esse espetáculo histórico para lembrar que, antes de realizar qualquer tratado em nome da paz, temos que nos questionar se realmente é em nome da paz; um ato tão complexo, que, a depender de quem busca, pode ou não mudar uma família, uma sociedade ou um mundo. A distância entre fazer um acordo de paz com interesses escusos, nos quais prevalece a arrogância por trás do aperto de mão, e a falta do café da manhã de um ditador, e simplesmente o amor às leis de um grande homem, que sabe, desde a tenra idade, que os valores universais devem sempre estar em voga, assim como tudo está para a vida e nós estamos para a morte... a distância é lunar, entretanto, pode ser alcançada.



Vamos fazer silêncio em nome da paz, que pede ao homem mais respeito e fidelidade aos seus valores.




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