terça-feira, 26 de junho de 2018

Oculto e Imaterial

Ao citar o oceano cósmico, que seria o espaço infindável, ocultistas não o fazem por competição, mesmo porque não se está jogando ou exercendo qualquer modalidade de esporte ou brincadeiras com o desejo de modificar mentes, e sim uma realidade -- a nossa --, baseada em preceitos estanques, e é contra isso que muitos têm lutado. Outros, filósofos clássicos, pelo que defendiam, aconteciam de sumir, desaparecerem, ou morriam misteriosamente por trazer à tona verdades não tão assustadoras, mas que, para sua época, o era.

Assim o foi Platão, que, em uma Grécia e um mundo destelhados de moral, fez alusão a um mundo dentro do qual a perfeição sintetizava, reinava: o Mundo das Idéias (já nos sobram textos sobre ele por aqui). Dizia o filósofo, formado pelas mãos de Sócrates -- seu mestre --, e iniciado na terra dourada do Conhecimento, que o que vemos são apenas sombras, nada mais. Que nossas aparências -- não apenas a nossa -- são a imagem quase perfeita do que realmente somos. Ou seja, que por trás do que vemos e ouvimos, sentimos, há mais verdades que desconhecemos, há mais elementos, de repente átomos!, que não percebemos.

Claro que se forem átomos, de alguma forma são visíveis, mas indivisíveis, entretanto, se são visíveis, vieram de outros mais indivisíveis ainda, pois estes são ocultos. Platão, claro, teria lido Pitágoras, que, sabe-se, passou pela mesma tradição, dentro da qual aprendeu acerca dos átomos sagrados, purificados, e tentou, de algum modo, elevar a moral grega apesar do tempo em que ela se encontrava, porém, não conseguira em razão da má compreensão humana acerca de sua sabedoria. Tentou erguer escola, mas foi queimada, segundo contam.

E deixando escritos, que foram lidos pelo discípulo de Sócrates, nos mostrou, talvez pela primeira vez, a ciência das esferas, também conhecida como harmonia das esferas ou música universal, uma existência maravilhosa e divina entre o macrocosmo e microcosmo... tudo pela matemática, demonstrando que, muitas vezes, o homem buscava referenciar-se no céu, pelas fases da lua, pelo alinhamento das estrelas, pelas estações conhecidas, pela noite e dia, enfim, como se fosse parte de um Todo -- que é.

Depois, claro, bem mais tarde, houve pensamentos estanques dentro dos quais o próprio homem se desconectou do todo, dando início a um modo de pensar diferente, sem referenciais, no qual pensamentos, práticas e ideais não eram mais  o mesmo. Isso, no entanto, não deixou abalada mecânica celeste, como diriam os mais modernos, e sim fez com que vários outros, em pequeno número, mas bem acentuados em sua caracterização, formassem escolas, como a Jônica, na antiga Grécia, onde Tales de Mileto, Anaximandro, Anaximendes, Diógenes de Apolônia, Anaxágoras e Arquelau, absorviam tradições egípcias e babilônicas com o intuito de trazer à tona a realidade esquecida: de que somos parte do Uno.

Sua filosofia era unificar as ideias atômicas em relação ao universo, de demostrar que cada elemento -- água, ar, terra e fogo -- possuíam e ainda possuem um papel interativo, harmônico e essencial em sua estrutura de formação. E se observarmos bem, toda cultura, além da grega, nos alimenta de tais pontos comuns, e ainda há mais algumas que dizem que, em nós, tudo também tem um pouco desses elementos, mas de maneira simbólica.



Continuemos.

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