segunda-feira, 18 de junho de 2018

Manvanthara

Sabe-se que qualquer época que citarmos ao longo de nossas histórias, todas elas irão mostrar um pouco da alma coletiva humana, em todos os sentidos. Não há como ser diferente. Se parto do princípio material, posso mostrar a beleza de algumas nações, mas, a decrepitude também; se partimos para o lado espiritual, iremos demonstrar estruturas maravilhosas, personagens incríveis, como reis e faraós ou pessoas comuns, enfim, uma coletividade com fins elevados; entretanto, mesmo fazendo alusão a esse ponto, teremos comportamentos falhos, governantes, sistemas nos quais tudo -- espiritualmente relativo --, podem decair em opiniões, sem a praticidade de Antes.

Isso demonstra o que somos e o que fomos. Hoje, totalmente opinosos ao que fazemos, às vezes, sem direção e referenciais, adotamos princípios errados, nos quais a opinião é deveras importante para uma nação, para uma época; o que para outras não era. Tudo se vê em nós mesmos. Somos opinosos, levados a acreditar em indivíduos que discursaram em favor de um ponto de vista que vai ao encontro de nossos interesses, não de interesses maiores. E de maneira macro, prosseguimos como cegos em um grande precipício, a desabar no infinito.

Daquelas grandes nações, não tiramos nada, apenas admiração; daqueles seres que lutaram em favor de uma modificação interna e valorosa humana, não conseguimos deles nada, nem o entendimento de suas palavras que vieram em forma de enigma. O que fica é a nuvem a se formar em cima de nossas cabeças, tão brandas de chuva, tão cheias de negritude, tão fortes em potencial lesivo, que duvidamos de sua existência.

E quando nos cai a tempestade em forma de violência, de sistemas falhos, de homens sem ideias, os quais se beneficiam com o racionalismo barato, do qual nascem mais outros, filhos destes a continuar a violência em forma de opiniões falhas, a chuva forte continua, molhando os mais insípidos de vontade, de saber, de ir atrás de uma realidade que lá trás éramos práticos, aprendizes, mestres, deuses...

Hoje, de encontro ao que fomos, estacionamos nossas almas, como a história pede. Também violamos nossas educações, nossos princípios, e esperamos pela ajuda de homens que amam a si mesmos. E presos por uma jaula enorme, e acostumados com ela, não pedimos para sair, nem refletimos sobre isso, buscamos pessoas que possam gerenciá-la  melhor, de modo que não tenhamos que nos mexer em favor de nossa liberdade, nem mesmo nos alimentar com tal sentimento, mas nos afixar mais no que podemos colher dela -- da jaula: alimentação, saúde, segurança, educação, religião e uma boa política...

Não há o interesse, assim como no grande passado histórico, em questionar a jaula, suas barras de ferro, nem mesmo como nos metemos nela; não há processo legítimo em perseguir a verdade em torno de nossas existência, do que somos e por que estamos aqui. Não há a busca pelos reais valores, nos quais no passado, não eram opiniões, como hoje, mas conceitos sagrados, impressos na alma de uma coletividade cujo referencial era um rei, um faraó ou mesmo um pai.

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