Não podemos desprezar nosso físico, mesmo porque é a carapaça em que nascemos e com ele aprendemos o prazer e o desprazer, o ódio e o amor, ainda que tenros, fadados ao desgaste se com ele tivermos algum prisma. Ou melhor, assim como ele, os valores que por ele são vistos, e por ele embasados, se vão como riscos em areia.
Mesmo assim, pelo amor enraigado a ele, ao físico, acredita-se que esse grande substrato no qual viemos, e nele vamos, mesmo depois da morte. Ou melhor, da vida. Não nos importamos com os vermes que corroem nossos rostos no fim, quando no caixão estamos, pois somos indestrutíveis, sarados e que há um mundo no qual nossos físicos estão mais fortes quanto agora...
É o materialismo em forma de crença, destruindo tradições de conhecimentos profundos, aos quais devíamos nos inclinar simplesmente porque 'achamos' que somos o que vemos nos espelho... Isso pode nos trazer uma falta de equilíbrio constante, porque deixamos -- com o tempo -- de buscar o que realmente ocorre lá dentro de nossas esferas físicas, e quando digo esferas, me refiro também a conhecermos o que há dentro e fora de nós, sendo 'nós' tudo -- o que está dentro e fora. Mas o que está dentro?
Sei que temos respostas biológicas para tanto, mas somos filósofos e queremos entender o que se passa por dentro e por quê. De onde vem a ânsia, o amor ao próximo, os sentimentos mais profundos, tal aquele que vem quando assistimos a um filme belo ou mesmo ouvimos uma música que nos levita a... Alma...
A alma, esse 'outro' ser de quem devíamos falar e para qual devíamos trabalhar, desde o dia em que nascemos para não nos sentimos tão distante dela quando a ela nos referimos (!), até o dia em ela se vai, ou parte dela, rumo ao desconhecido (?). Este, filho de várias culturas que inventam lugares nos quais lá nossa alma se encontra, se derrama de vinhos caros, de humanos humildes, porém felizes graças ao senhor que os dignifica, a depender da cultura, como reis mirins; em meio a um paraíso ou cachoeiras, lotadas de terroristas aos quais um dia foram levados ao céu a tomarem banho de cachoeiras de mel....
Falando assim, dá até vontade de morrer!
Volto com o assunto.