terça-feira, 25 de agosto de 2020

O Filos e Felas

Platão, filósofo grego, em suas citações clássicas ao longo do tempo, sempre soube lidar com as palavras quando o assunto era o Homem. Em uma delas, disse que éramos apenas um amontoado de pernas, braços, pensamentos, instintos, mas que, para sermos reais homens, estaríamos um tanto quanto longe.

Para muitos, isso é uma afronta, pois tentam levar para o lado ofensivo, acreditando que estaria o filósofo nos chamando de animais. Só isso. Porém, aos que o compreendem, ou pelo menos se debruçam ante a sua filosofia, sabem que o mestre, ou melhor dizendo, o discípulo de Sócrates, outro grande expoente grego, que morrera heroicamente em sua época, por, segundo dizem, ir contra a ideologia sagrada de Atenas, sabem muito bem que não apenas seu mestre, mas o próprio Platão não comungava valores relativos sobre os quais os homens de ontem e de hoje se pautam e vivem.

É natural errar acerca daqueles grandes tempos, dos grandes homens, que, provavelmente, possuíam uma visão um tanto quanto elástica em relação aos de hoje, que precisam se pautar em algo, com que para crescerem e serem percebidos. E semelhantes a crianças que tentam atrapalhar os adultos em frente à televisão, falam bastante, dançam, cantam, se expressam de maneira difícil, combinam palavras, e sorriem ao vento, em meio ao vazio de sentidos que deixou o mundo, que já está vazio de filosofia.

Se se pautar em programas sem sentido, em personalidades evasivas em suas semânticas, o filósofo atual não tem forças para iniciar uma empreitada significada ou mesmo a chamada praticidade, baseada em conceitos que estão aqui e agora para serem reinventados. O medo de encontrar a pedra filosofal, que tanto foi de Platão e Cia, o faz perder tempo (ou como mesmo gostam de dizer "dinheiro"), então não é elucidativo para qualquer pessoa o que se coloca em páginas, cheias de parágrafos inúteis, pois chega-se a criar 'fiéis discípulos' racionalistas, dentro de uma Era em que estamos cansados de criticar tais seres,

Esses dias, em uma visita ao youtube, queria ver o que tinha de bom para se ver, ou pelo menos não acreditar em premissas falsas de que a internet é totalmente do mal... E não é. Enfim, havia uma grande palestra com três filósofos (renomados) modernos, os quais iam debater sobre os dias atuais, e quem sabe fazer aplausos. Um deles, careca; o outro, com barba bem feita; mas foi o terceiro que, sentado no meio dos dois primeiros, se acalorou mais com a discussão. 

Chegaram ao ponto. O grande filósofo grego chegou aos lábios dos iniciados em opinião. Um deles, o do meio, já revoltado com nem sei o quê, disse bem alto ",,,Eu nem sei por que Platão criou aquela caverna mentirosa, pois ela é mentirosa mesmo! como é que pessoas ficam presas de costas, com algemas, desde a infância" -- só faltou dizer, 'Cadê a polícia?',,, 

Enfim... Levou uma risada vergonhosa na cara dos seu 'amigos', que, com certeza, viam a infantilidade nas palavras, e portanto sem chances de incrementar qualquer assunto do nível. Eu desliguei a tevê.




Amanhã continuo.



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