quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Sonho Louvável

Do Homem Novo não se pode falar quase nada, nem mesmo dos seus modos, mesmo porque tudo nos soará como uma quimera atual, que rebate em nossas mentes como um sol imenso que se aproxima da terra, e ao invés de nos trazer caos, nos trará ternura, amor, esperança. 

Ele estará -- ah isso eu sei... -- escondido em algum lugarejo, preso às suas funções simples, seja ela qual for, mas sabendo que o fará sem que sua a mente esteja voltada à ditadura das leis trabalhistas, às justiças sem ideais, à paz arbitraria.

Estará ele sozinho, ainda que esteja com dezenas de pessoas, pois saberá que seu mundo não é desse mundo, que as glórias a receber não são feitas de medalhas, ou mesmo troféus que enfeitam prateleiras; saberá que a conjugação do Bem e do Mal é a necessidade humana em prosseguir seu caminho rumo ao Elevado.

Tudo será abstrato, até mesmo simbólico. Seus atos relacionados à vida, por mais semelhantes ao nosso, não serão apenas atos, mas uma modificação na estrutura terrestre, uma oração na qual todos estarão, pois todos serão membros de uma família, cujo Pai é o elemento metafísico, não racional ou antropomórfico, não, mas singular e mítico. Estará como um microcosmo ambulante na parte Desconhecida do homem.

O Homem Novo vai brilhar sem que queira. Andará por entre nós, com seus olhos ardentes de ideais, ao passo frio pelas Injustiça humana, assim como violências que pairam na persona de cada um. Não será o Salvador, nem mesmo aquele que se entregará a governos como sinal de opositor-mor, pois sabe que toda esfera, seja ela humana ou não, tem seus ciclos, e somos parte dele. Até mesmo ele, o Homem Novo.

Vai sorrir como criança, com toda a sua graça, pelos mais diversos motivos, os quais, ao falar do coração, trazem a lágrima verdadeira principiada da alma humana. Este Homem vai se encontrar com a vida, com a morte, com a paz, com a guerra, com a terra, com o sol, e ao mesmo tempo lhes fará reverência como um súdito ao rei. Vai amar a todos, indiscriminadamente.

Do Homem Novo podemos dizer que temos muito o que reverberar sobre ele, aos quatro cantos do mundo. Porém, antes, olhar no espelho da vida, reconhecer o que somos, identificar o novo em nós, e segui-lo.


Aos Grandes do Nosso Tempo

 

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