Só não vê quem não busca. |
Há uma linha imaginária que nos separa a realidade dos sonhos; o mal do bem; a vida da morte... E assim consequentemente. Não menos, porém, há uma grande ilusória (ou não) linha nos que separa do que percebemos e do que não percebemos, quando Deus está diante de nós, ou mesmo em nós.
Não é fácil, ou como diria o gramático, "não é gratuito", e sim uma questão de saber distinguir. Claro que não falo pelo homens incrédulos, que buscam dúvidas e não certezas, com o porte de abarcar mais incertezas ainda para seus caminhos ateus. Falo aos homens que se levantam, e buscam nas miríades solares o perpetrar divino na alma, quando se abre os olhos ante a um sol ainda que ameno. Aos pequenos bruxos, que sorriem a todos, mesmo quando seus telhados desabam em seus pés; falo às pessoas exaustas, cansadas do trabalho árduo, que se jogam na cama quando sentem que o descanso pede, mas não faz parte de sua labuta, tanto que, ao mínimo som da vida, dos pássaros na varanda, dinamizam suas dores, e iniciam tudo de novo..
São poucos aos que me dirijo, porque acreditam os demais que tais características são meramente humanas (não estão erradas), porém são meios com os quais lidam com o sagrado e com o profano quando invadem suas vidas. O mistério da vida, talvez, se encontre aí, na percepção dos detalhes, dos mais simples aos complexos, dentro dos quais, se houvesse um microscópio espiritual, saberíamos a razão do que nos ocorre, e a primeira sensação seria entender uma verdade: nada nos ocorre por acaso.
Assim, trabalharíamos mais com fervor e sabedoria, com mais amor e sutilidade, com determinação e praticidade, até encontrar o real motivo de nosso mundo ser o que é. Nada é por acaso, nada passa aos olhos da Vida, do grande Oceano, do Silêncio, do Tudo e do Nada. Dessa maneira, sentiríamos a Música das esferas, o ritmo das Ondas invisíveis, a linha que nos prende ao Outro.
Não é questão de religião, mas de Religião.
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