O Início de um Novo Homem depende de cada um |
Em todas as culturas tivemos o prazer de ler e apreciar seus mitos, sua profundidade, por meio de elementos que a imaginação humana revelava quando plasmava a sensação de expor o sagrado, por meio de figuras humanas, animais, com histórias fantásticas que sempre dão um bom filme, as quais, com o tempo, se perdem em devaneio do próprio humano que o criou.
Na antiguidade clássica, por exemplo, não poder-se-ia viver sem dar credibilidade ao deus daquele mito, mesmo porque não fora colocado em vão, de forma aleatória, longe disso. Havia uma singularidade dentro da qual somente aquele sacerdote, que plasmou o mistério, saberia lidar com o seu significado... Assim o foi durante milênios. Heróis nasciam, monstros morriam, exércitos venciam, homem eram homens, e quando não, buscavam na excelência do mito o seu significado.
Enfim... O por acaso não existia; a vida tinha um sentido voltado às leis, ao perfeccionismo, ao Todo, que precisava ser levado às massas com fim de fazê-los mais perto de Deus, e conseguiam. Eles não tinham medo da vida, mesmo porque sabiam que tudo tinha uma semântica voltada ao que o homem seguia, o Espírito. Assim, o respeito ao todo, por meio do fogo, da água, dos ventos, da terra, dos elementos invisíveis que deram origem àqueles, e por fim, tinham a fé já cristalizada em sua alma, pois sabiam que estavam dentro de tudo e tudo estava dentro de cada homem...
Essa mágica, todavia, se foi. Não faz mais parte dos corações humanos. Hoje, oramos ao um deus semelhante ao homem, que ouve, que faz, que sorri, que chora, e que no fundo como uma grande alma boa, atende aos pedidos dos filhos... Ou seja, nos desconectamos de um Deus para cair em armadilhas religiosas sobre as quais temos medo de falar.
Além desse enterro sagrado das divindades, enterramos sua compreensão, seus mistérios reais, e inventamos mistérios baseados em nossas premissas ignorantes, pois deixamos de respeitar o passado e aos homens que um dia estiveram com seus escudos em nome da humanidade. Sim... Morreram os filósofos (?), os idealistas (?), os religiosos (?), os mitos (?), pois o que se vê são formas de ressuscitação de tragédias humanas no sentido mais espiritual da palavra. E o pior, o surgimento de um mito que desagrega a todos: o mito da democracia.
Surgem nele ideias relevantes à sociedade, ao povo, à nação -- como gostam de repetir --, aparecem salvadores da pátria, do mundo e até mesmo candidatos de Deus, como se estivessem prontos para governar em nome Dele. E acreditem, há homens e mulheres, graças às suas naturezas simplórias, são levados a acreditar que realmente são.
Nesse ínterim, a terra se vai em mortes genocidas, famílias de nativos sagradas, que um dia viveram de algum código, esmagadas; a natureza, a última culpada do desvario humano, se vai como cinzas ao vento. Não há, pela aparência, resoluções imediatas, mesmo porque tal mito não é de hoje, mas somente hoje ele sabe de sua existência e faz questão de subsistir em forma de promessas de homens que se julgam centros do mundo e por isso não olham e não ouvem o que não for de seus ouvidos ou olhos.
O mito se engrandece e na sua contraparte idealistas de plantão vão, meticulosamente, se questionando a respeito do seu papel em meio a devassa da vida, que era sua e de todos; ele, enfim, se olha ao espelho, dá seus primeiros passos e assim o mito. na sua profundidade, se inicia...
Precisamos disso.
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