quarta-feira, 29 de maio de 2013

O Pingo d´água no Oceano da Vida


Pingo d´água: uma metáfora aguda 




Todos sabemos que, ao jogar qualquer faísca em um aquário, sem peixes, pode-se observar pequenas ondas se formarem na água. Claro que serão quase invisíveis pelo fato de serem faíscas, mas, em outro teste, em uma bacia com água, com uma pequena pedra, teremos a mesma visão, só que agora com mais evidentes ondas.  

Voltemos ao diminuto aquário. Vamos diminui-lo mais ainda. E mais, e mais. Agora, usando a imaginação, percebe-se que, ao jogar uma pequena pedra, quase invisível, sabemos que o efeito é o mesmo... É ou não?

Enfim, depois dessas ilustrações (teóricas) podemos fazer uma alusão metafórica em relação ao universo. Aquele que visualiza pode ser o ponto infinito, de bem longe, observando o comportamento universal, que, por meio de ações e reações, também se move.

O infinito, aquele que observa, de longe, tudo, de algum modo sofrerá reações, sim, ainda que demore, pois ondas pequenas que se desintegram literalmente é uma coisa, mas as mínimas influências de qualquer átomo, o cosmos revela-se mutante. “Nunca se toma banho num mesmo rio”, como dizia Heráclito... Ou seja, os cosmos é mutante em razão de ondas cósmicas que não cessam, por atos que ele mesmo produz, relevando-se, por segundo que seja, outro cosmos.

Terra

Hoje, o planeta terra, ao sofrer alterações, em razão do comportamento humano, que há muito vem transformando o mundo em uma sua casa, começa a se adequar, como uma célula que se transforma em outra, ao mal moderno. E assim, consequentemente, o universo... e o próprio cosmos.

E quando refletimos sobre o que podemos fazer, aqui e agora, é como se estivéssemos estacionados em uma geleira sem poder se mexer. Mesmo que ainda façamos algo, é como nada tivesse sido feito. O universo já está sofrendo as alterações de outrora, e não tardará a sofrer as de hoje, como ondas que chegam tardias às margens de um grande oceano – por isso, muitos o veem assim, como águas primordiais, ou seja, as primeiras águas nas quais tudo é tudo. As consequências são maiores que as das tsunamis...

Para desfazer o que fazemos, todos os dias com o universo, é preciso que fábricas parem de enviar lixo tóxico às nuvens, que lixos em céu aberto sejam queimados, destruídos; é preciso que bilhões de pessoas respeitem, ao mesmo tempo, as regras de comportamentos básicos em relação à economia de água, luz, gás, enfim, providências realmente difíceis, mas que podem nos trazer esperanças.

Claro que o universo não cessa, mesmo porque como diria um filósofo, “nada mais constante do que um universo em movimento”. E porque esse movimento? – Em razão de seus elementos conhecidos e desconhecidos, pela Física. E mais, o que devemos nos preocupar é com cada ato que se propaga em casa, da qual pode ser repetido em sociedades, depois em países, no mundo... Desses atos voluntários, a partir de nós mesmos, podemos dizer que é quase impossível reverter as consequências, mas como disse, podemos iniciar um processo prático em favor do dele.

Assim, como uma pequena partícula de água que vira uma onda, o que fazemos nada mais é que jogar uma pequena pedra em torno desse lago imenso, como se fôssemos  crianças de quatro anos, cujos atos involuntários, inocentes, chegam até o infinito, ao topo... Então, reverter situações nunca foi de nossa alçada. Mas temos que fazê-lo!

Então proponho que outras ações sejam a pedra maior que a outra pedra, e que as consequências sejam tais quais os atos, ou melhor, por meio de ensinamentos clássicos de comportamento humano, façamos o que as grandes civilizações sempre faziam... respeitavam a todos os seres – animais, plantas, pedras – como parte do todo, e que sem eles seriamos como a um quebra-cabeça com peças faltando.

Mais que isso, através de atos voluntários e conscientes, dentro de casa, até mesmo consigo mesmo, e por que não dizer com o próximo, partículas imensas se formaram em torno de uma sociedade, de um país e mundo, como se fosse uma tsunami benéfica tomasse aos poucos de baixo para cima todo o universo. Assim, o grande espirito universal responderá a nós como uma brisa no rosto, numa tarde quente.


O Tronco de Uma Árvore Invisível

Árvores da Vida: em direção ao céu.



Abrir mão de nossa educação é muito difícil. Quando chegamos ao período de escolhas é como já sintetizássemos o que somos ou podemos ser; ou, naturalmente, o que acreditamos ser. Assim, começa período em que a personalidade, já voltada ao que tanto buscou e conseguiu, com o mínimo de experiências, a se formar.

Alguns especialistas já disseram que a criança de sete anos já possui a personalidade já pronta. Eu não sei o que significa personalidade para esses especialistas, pois, se preciso  levar algum tempo para formá-la, o que teria uma criança de sete anos desenvolvido em seu livrinho de experiências internas? – não sei.

Contudo, talvez, em razão de algumas que já nascem “quase prontas”, inclinadas a computadores, celulares, sejam referências a eles, pois, fora isso, não sei o que dizer em relação a elas.

Há outras também, que superdotadas, chegam ao mundo resolvendo problemas alheios, na medicina, advocacia; além daquelas que desenvolvem um espírito de colaboração ideológica em países em guerra. É... , pelo que percebo, há mais motivos do que não motivos para salientar tal pesquisas em crianças com personalidade já pronta...

Ainda sim, acredito que seja necessário – fora os casos por mim considerados acima como anormais – que haja no mínimo uma semente,  uma raiz, depois uma longa data para formar o tronco, após, os galhos... E por consequência, no mais tardar, os frutos.

A raiz de uma personalidade é a o período de escolhas, ao se deparar entre o certo e o errado, entre o que se quer e o que não se quer; aqui, muitos pais enlouquecem, pois, quando o pequeno demostra o poder de querer, desejar, e levar o que quer, já inicia seu primeiro passo para escolhas maiores – assim, é a raiz de tudo.

O tronco, podemos visualizar como aquele que sabe o quer, e deseja firmemente, por meio de escolhas das quais ele não abre mão. É, de certa forma, um individuo que possui a força certa para desenvolver seus projetos, pois é preciso que vá até o fim para saber do que é capaz.

Os pequenos galhos, mal direcionados, nos mostra a imperfeição nata do ser humano, mas que também dão frutos. E estes, doces ou amargos, são o auge de nossos comprometimentos, enraizados em projetos bons ou maus, por isso alguns são doces e outros, um pouco amargos, e mais alguns, apodrecem antes do tempo...

O que quero dizer é que, depois de formada a personalidade – o fruto nosso – não há ninguém que possa desfazer o que aprendemos, desde que nascemos até a idade natural de cada um. É a educação básica – aquela que temos de maneira natural, além daquela que nossos pais nos dão. Esta, a depender de quem as tem, jamais abre mão. É o caso da maioria, mesmo porque o que seria de nós sem a educação de nossos genitores?... Uma educação mundana? Cega? Com predileção à vulgaridade, invertendo nossos modos práticos?...

Talvez.

Mas o que nos faz, então, às vezes, abrir mão do que nossos pais nos deram para cair em arapucas, ciladas politicas, religiosas, pseudo filosóficas-idealísticas?... O nosso descontentamento com o a educação de base?... A  inocência, a falta de personalidade?...

Sim. A falta de personalidade. Há aqueles que ainda não a possuem, ainda que passem anos a fio, na tentativa de lidar consigo mesmo e criar troncos idealísticos ou mesmo gerar frutos, e quando o fazem, tem dúvidas acerca de sua capacidade de fazê-lo.

A personalidade volúvel é isso. Tão pobre de elementos nos quais ela mesma deveria se fincar, que armadilhas há que a fazem desabar (não é nem cair) em arapucas simples, como em falácias de partidos, de religiosos, de sociedade secretas (à vista deles...), que só deturpam o real significado da própria instituição, que, na maioria das vezes, em seu conceito, só quer o bem, porém, seu membros, com ideias escusas, se acham na obrigação de criar outras para levar mais indivíduos a ela... O mundo tá cheio dessas!

Há outras sociedades, no entanto, que não abrem mão se seguir a tradição do Bem, como um todo, e dentro de sua filosofia leva o individuo a raciocinar em cima daquilo que ele conseguiu ser até então. Depois, usando como ferramenta maior a sua persona (máscara em grego), transforma-o em um grande homem ou mulher.

Assim, deveriam ser os manipuladores de mentes. Pensar no Bem. Contudo saber conceituá-lo e levá-lo ao cume do entendimento ao jovem que há tanto busca em sua empreitada o que é certo e errado no mundo.  Fazer, ainda, projetos nos quais pode-se praticar o Bem, não excluindo o Mal propriamente, pois um é a raiz do outro, e os dois são elementos de uma mesma face.

Assim, trabalhar a personalidade é tentar entender a si mesmo um pouco, e também aos outros. Moldá-la até que tenhamos um único objetivo, fortalecer mais o tronco, em direção ao céu de nossas possibilidades.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Para Meninos ou Meninas? A confusão de um mundo moderno


Sociedade com olhos vendados



Minha mãe sempre dizia que brincos eram para meninas, cabelos cortados bem curtinhos, para meninos; tatuagens, para homens; pulseiras, para mulheres. Depois que se passaram mais de trinta anos, ainda ouvimos pessoas de bem, agora, a relatar o tempo em que isso era uma realidade, pois tudo se inverteu. Motivo? Modas, tempos que mudam; modernismo, falta de identidade, adolescência... Enfim, tudo que pensamos a respeito e nos sufoca na tentativa de entender tudo isso...

E em razão dessas modificações, muitos são obrigados (ou se acham obrigados) a modificar suas mentes, seus modos, sua personalidade em função de uma sociedade confusa, que não aceita homens, mulheres ou homossexuais, transexuais, etc, mas que, ao mesmo passo, não se referencia em modelo algum para adotar uma regra, uma lei, pois o que temos é um lado feminista – das que se dizem mulheres, e do outro, machista, dos que se dizem homens, e do terceiro lado, que quer transcender os primeiros... Ah, temos também o lado dos hipócritas, que dizem aceitar a todos.

Onde fica a criança, o adolescente ou o adulto, que um dia tinha a certeza de que homem era homem, mulher era mulher e que homossexual era...Homossexual?!... Ele se perde em esferas criadas por um sistema que não se decidiu, por uma lei vaga que ainda não sabe o que é família, sociedade, apenas difunde (e decide) o que a mesma sociedade confusa decidiu.

O que acontece.

Hoje, nada mais comum do que nascer com problemas de personalidade, e tentar, por meio de brinquedos, brincadeiras, conversas, amizades encontrar o que o pai ou a mãe não ajudaram. Se for homem ou mulher, tudo bem, a sociedade está pronta para sanar sua confusão; mas e se nasce com o terceiro lado, tipo... Gay...?

Eu conheço um amigo que está sabendo lidar com isso, mas, no inicio, ele nos disse “preferia que fosse um Fernandinho Beira-Mar!”... E sofreu o bastante para entender e compreender que ainda se referia ao seu filho, não àquele que um dia fora assunto nas esquinas com seus amigos.

Ainda, contudo, passa por deveras dificuldades em aceita-lo, mas não como antes. O que significa que, ainda que tenhamos medo, e achamos que o inferno não existe, estamos propensos a passar por situações nas quais nem mesmo o grande Ulisses (de Troia) passaria. E passamos! E vemos, depois, que voltar a sermos nós mesmos, é transcendental!

Digo isso porque a aceitação física, ou seja, aqui perto de nós, nos faz temer, até mesmo por preceitos antiquados, religiosos, a pessoa que passa pelo problema de aceitação. O medo é de ser corrompido, ser o “terceiro lado”, ou a negação divina, como diria uns crentes xiitas; o medo é de que nossos filhos, passivos ou não, sejam livres e tomem suas decisões, mais cedo ou mais tarde...

E no passado...

Sabemos que ser o não ser, hoje em dia, um gay, lésbica, homo... Não é nenhuma doença pegajosa, muito pelo contrário. No fundo sabemos que nada mais é que um vaidosíssimo comportamento do homem e da própria sociedade em aceitar alguns direitos.

Sempre houve, em passados muito distantes, humanos além de homens e mulheres. A questão é que quando eram homens e mulheres, não eram mais nem menos que isso; e quando havia o terceiro lado, assumia-se sem dor, preconceitos; e da sociedade, nenhuma discriminação, até que, claro, fizesse algo contra o Estado.

Como na  Roma Antiga, por exemplo, que era palco de grandes heróis, de guerreiros, de mulheres maravilhosas, mas também sabia lidar com essa confusão da sociedade de hoje. Colocava-os em seus devidos lugares, ou seja, não eram generais, nem soldados, pois sabiam que os deuses não tinham o terceiro lado, pois o logus, a que me referi no texto “quarto logus”, não existia! E que decisões, em batalhas, em estratégias, em planos contra o inimigo, até mesmo para tangenciar o país, não poderia ser feito senão por homens reais.

A própria natureza reserva apenas lados femininos e masculinos, mas o ser humano, que possui um certo probleminha com regras universais, ou até mesmo com as suas, há milhões de anos trouxe o terceiro lado – o que confunde a maioria que os defende.

Mas isso não quer dizer a não aceitação do homo, do gay, etc, pois não quer dizer que não possuem alma, educação, caráter, vivência, experiência, amor... Muito pelo contrário! Na atual sociedade, sem heróis, sem generais, cavalheiros, damas..., o que nos falta é humanidade primeiramente. E aceitar – palavra chata – é um ato obrigatório e natural da humanidade.

Crianças...

Mas salientando a confusão de uma sociedade, gostaria de fazer uma observação. É em relação às crianças que passam por tudo isso... É triste, no mínimo. Tenho medo que percam suas identidades, medo que percam a coragem e de seguir com suas próprias pernas, pois sintetizam a indecisão coletiva de um povo perdido entre os tons de cinza!

Na semana, li reportagens de creches que incentivam meninos a brincarem com meninas de bonecas; de meninas a brincarem de carrinhos, tudo, segundo a creche, para “quebrar” um tabu de anos.

Penso que muitos, por meio dessa afirmativa, me vejam como preconceituoso, mas explico: se a criança tem tendências homo..., vai brincar sim de geladeirinhas, bonecas, e vice-versa a menina. Mas se não tiver... ainda sim... seria bom que os acostumassem a brincar com seus devidos brinquedos.  

A educação não pode se perder em devaneios de uma confusão coletiva. Cabe aos pais (que ainda não sabem que seu filho é ou não é; ou tem medo de aceitar...) desvendar os segredos da problemática existencial do seu filho. Se já o aceitou, noventa por cento dos problemas já foram sanados.


Para aqueles que não têm problemas, ótimo. Agora, faça seu filho entender que há leis a serem obedecidas, inclusive respeitar o próximo é uma delas.

Referenciais.

Eu sempre falo em referenciais, mas é pouco quando me encontro em meio a situações como essas, pois não sei como sanar dúvidas de muitos. Mas, mais uma vez, gostaria de dizer... O que nos falta são referenciais. 

Quando uma sociedade não sabe o que é moderno demais, antigo demais para elaborar uma boa educação aos seus cidadãos, é sempre bom convidar alguém que já viveu um passado e dizer a ela o que é realmente Bom, Belo e Verdadeiro. 

A voz da experiência vai dizer que o que é homem aprende valores referentes ao próprio homem, assim também à mulher, que, como já foi dito no texto anterior, sofre em ser feminista ou fêmea, exibindo-se como carne a cães, em internetes, sites pornôs, faces, etc. 

Dirá a grande voz do passado que os deuses e deusas tiveram sempre essências masculinas e femininas, dentro das quais a natureza, a nossa, deve sempre encaixar. Não somente a nossa, mas a de tudo que no universo existe, pois masculino e feminino é apenas um rótulo, não uma lei humana e social na qual interesses escusos tentam se sustentar.



A Real e a Pseudo Cultura.

Culturas: muito do que somos.





Para muitos, cultura nada mais é do que a junção de formas racionais adquiridas durante a vida toda. É o escudo que o protege dos ignorantes; é estar acima, inclusive, dos homens que se subjugam cultos. Aqui a palavra cultura perde seu valor, transformando-se pó, poeira, cinzas, em comportamentos ecléticos, ou diferentes em relação a alguém, ou ao um povo.

Não. Não se pode deixar que o cultivo de valores sagrados em determinadas épocas, enraizados em preceitos mais sagrados ainda, torne-se uma peça inadequada em mãos espúrias, egocêntricas. É assim que se conceitua Cultura:

A sociedade egípcia, uma das mais fantásticas do planeta, hoje, se perde em meio a muçulmanos, árabes e alguns quinhões de egípcios se digladiam por um prato de comida, além de desafiar o sistema de governo. Contudo, em meio a todas essas caricaturas, passeamos pelo Cairo, e à sombra da grande pirâmide de Gizé, observamos os mistérios que há muito foram deixados pelos cultivadores reais de uma sacralidade, a qual jamais será superada... Os faraós.

Nesse meio, esconde-se uma cultura de mais de cinquenta mil anos, quando, segundo a lenda, muitos dos sábios para lá se foram quando um determinado continente fora afundado. Mas, seria lenda? Como então surgiram pessoas já notórias em sacralizar deuses, não só nessa mais em outras sociedades – Peru, México, até mesmo no norte do Brasil, -- com semelhanças em cultivo daqueles. Sem falar no comportamento tão gêmeo?

Repostas há. A questão, no entanto, é entender que tais comportamentos possuem uma forma de expressar um pouco do que somos. Sagrados. O respeito à divindade maior, ainda que potencialidades naturais são reveladas como protetoras aos quatro elementos. A tentativa de melhorar nossos atos em relação a nós mesmos, ao próximo, e por que não dizer, a tentativa de ser um pouco divino, assim como o próprio Deus.

A cultura, aqui, se faz. Revela a essência natural a devemos buscar. Ou seja, um pouco mais humano, um pouco mais divino. Ao contrário do ser que acredita que seu entendimento acerca de um mero assunto, pode dar a ele louros de uma vitória alcançada após anos e anos de estudos. É a queda do homem.

Pois esquecer que, há tempos, possuíamos homens que sempre se subjugaram ignorantes, sem sê-lo (“Só sei que nada sei”), e hoje, “eu sei de tudo”, sem sequer saber a metade de sua história!...  Realmente, fomos sucumbidos por formas  racionais que nos transformaram em seres do sofá, ou melhor, críticos, com palavras secas, acerca de tudo e todos, simplesmente, por sermos...Cultos!

Não somos nada ainda. Até o dia em que negarmos de onde viemos, e porque viemos; o que fazíamos, e porque fazíamos, não teremos nada, a não ser partidários de uma decadência que se revela em forma de palavras vãs, homens vãos.



Culturas

Hoje, quando se passeia pela Europa, podemos vivenciar o que foram os grandes homens, as grandes culturas, em todos os sentidos. Mas não o foram simplesmente pelo fato de fazerem estátuas lindas, monumentos eternos, não, não é isso. Todos eles, inclusive as estátuas, tiveram o seu porquê. Foram consequências – todos eles – de manifestações sagradas de uma época, na qual, de algum modo, queriam demonstrar sua origem.

Os deuses nas praças, como personagens dos grandes mitos universais ou da própria sociedade, revelam-se obras que sempre deixaram humanos boquiabertos, e serão (claro) motivo de falaciosos modernistas, os quais tentarão explicar, do seu modo, o papel dos deuses. Nunca conseguirão.

Os deuses, como potencialidades, como diria um grande filósofo, nunca poderão ser confundidos com pessoas, pois estão acima de nós, em estratosferas diferentes, das quais não podemos pensar, refletir acerca de seus comportamentos... Podemos, sim, refletir acerca de nós mesmos e do nosso papel frente a eles.

Mas o historiador racional jura que Zeus era garanhão, que Quetzocoatle era uma cobra em forma de homem, misturada a um galo; enfim, buscará meios racionais para deduzir seu pensamento que começou lá trás, quando não compreendeu a espiritualidade de uma época... O pior é que todo esse pensamento se torna coletivo.

Assim, não compreendendo os mitos, vai transformar Adão e Eva em meros transgressores sexuais, além da cobra, coitada, em um ser que só quer o mal ao homem; e Deus, o grande Pensador de tudo isso, como a sombra do homem que quer descanso eterno. Vai, mais, vai reduzir deuses, heróis, mitos – em mentiras --; fará todos acreditar que o mundo é outro, e que os valores são melhores do que os do passado, e que este deve ser esquecido... E que devemos começar tudo de novo.

Mal sabe ele que a cultura humana se baseia sempre nas grandes Alvoradas que um dia fizeram parte dos grandes céus humanos, e o sol não é apenas uma esférica morna da manhã, que nos esquenta na praia à tardezinha. Mal sabe ele que as estrelas não são apenas astros que aparecem na noite, às vezes norteando o cientista em relação a outros, ou ao poeta perdido; não.







Na verdade, há muito que aprender. Somos crianças. E precisamos crescer.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A Essência da História

Homero: a tradição em forma de poemas.



Para quem entende a História como a essência que religa o homem com seus ancestrais, com a divindade ou mesmo com a sua origem, sabe que as Antigas Civilizações sempre demonstraram interesse em procurar manter os mistérios sagrados de seu povo, pois entendiam que tais mistérios viessem um dia virar pontos coloquiais, até mesmo racionais, e por sua vez mal compreendidos em épocas que os sucederiam.

Para isso, existiam, como já fora dito aqui cansativamente, os mitos, os quais tinham a finalidade de resguardar uma realidade que só eles – o povo que o formou – entendiam. Depois de tempo, é claro, o mito tornou-se universal, explicando caminhos humanos a serem buscados, além da própria essência divina, que estaria intrinsecamente dita em meio a deuses e heróis citados... Como em Troia, etc.

E mais, antes deles, histórias que se adequavam ao povo, depois as lendas, os contos, enfim, uma necessidade clara de nos fazer visualizar o que não era possível racionalmente.  E hoje, infelizmente, embutimos o racional em tudo.

Mas não se pode perder o que a História nos traz desde épocas em que o homem começou a se questionar a respeito de si e do próprio universo. Pois a necessidade de se comunicar não apenas com seus pares, mas acima de tudo deixar marcas humanas, das quais pudéssemos retirar mais uma vez a essência...

Contudo, classificamo-los como seres que construíram pirâmides, apenas para satisfazer faraós; sendo que nem todas as civilizações os tiveram, e, quando são vistas em países da América do Sul, e não no Egito, ficam a se questionar “... Por quê?!”...

Nada melhor do que consultar os clássicos, sem preconceitos, e desligar-se do que você chama hoje de religião, e praticar a verdadeira, entrando em contato com suas origens, observando de perto, se puder, as ruinas de Cuzco, Machu Picchu, se adentrar nas grandes pirâmides egípcias, respeitando, e se possível com questionamentos livres de um modernismo ignorante.

Nós somos ignorantes. Pronto. Com relação a tudo. Se observarmos a medicina, saberemos que no passado morreram menos pessoas do que hoje, em hospitais, e observe que nem mesmo hospitais – com esse nome claro – havia na época! Na educação, nem se fala.

Obras como Ilíada e Odisseia são maiores que o próprio tempo que as criou. Homero, o maior historiador de todos os tempos, não fragilizava nas palavras, e demonstrava as culturas com louvor que mereciam, além de suas lendas. E o muito que aprendemos em relação as historias gregas, romanas, egípcias, persas devemos a ele. Pois sabia que ali nossas origens estavam como larvas em vulcão.

A educação atual, no entanto, não ressalta a figura de heróis, nem mesmo dos mitos, ainda que se configure como necessária à informação diária do individuo – criança, jovem, adulto, enfim – de modo que mais tarde possa se tornar um cultuador de suas raízes.

Por isso, cada pais deve respeitar e amar sua cultura, pois cada uma delas resguarda em sua essência um pouco de nossa ancestralidade, ou seja, um pouco de nós. E hoje, o que vejo são jovens que querem falar outra língua, vestir roupas de outros países, cultuar astros de cinema, como se fossem reais heróis. Vejo modos modernos baseados em elegâncias frias, não cordiais, não cavalheirescas, assim como as jovens que se adentram em mundos quentes, em vulgaridades, em modas rápidas, sensuais, esquecendo-se do seu lado feminino, muito mais para satisfazer seu ego ou mesmo o sexo oposto.

A história, assim, se encarrega de demonstrar a sabedoria bem segredada,  pois, se todos tivessem acesso aos mistérios, teríamos torres de babel em todos os lugares, pois o ser humano, levado a interesses escusos, compraria e venderia toda ela a preço de banana pela internet...

A Dívida com Prometeu

Nossa maior dívida: buscar a verdade



Pesquisadores de todo o mundo procuram saber de algum modo a nossa origem, em escavações, em bibliotecas, até mesmo em reflexões, estão sempre buscando, de forma natural e humana, saber o que somos e como surgimos. É mais que natural, pois, assim como um filho que busca saber quem é seu pai verdadeiro após saber que seus pais adotivos não o são, o homem tem essa obrigação de saber quem ou quê lhe criou.

A maioria, vamos dizer..., enraizada em opiniões breves, simples e elucidativas, se contentam em dizer que sabem toda a verdade. É o problema de alguns milhões de indivíduos que, sem ferramentas, sem apoio cultural, iletrados, aceitam respostas de uma minoria que acredita, piamente, que é âncora natural, sagrada, advinda de Deus, apenas para revelar a Palavra.

Mas as pesquisas nunca cessam. E Muitas descobertas são escondidas em salas especiais, outras queimadas, destruídas por xiitas, fanáticos, supra religiosos, enfim, tudo em nome de uma época que precisa manter-se firme em seus valores culturais, agregados a uma mentira imensa que se transformara em uma verdade, maior ainda...

E as pesquisas não cessam. Arqueólogos, geólogos, antropólogos... se infiltram em lugares nunca antes levados a sério por clãs fanáticas, e são agora palco de estudos, e viram lugares realmente sagrados para desafiar a verdade de hoje. E conseguem. Porém, são obrigados a se calar, assim como aquela criança que descobre no meio da multidão que o rei estava nu, quando todos aplaudiam sua “nova roupa”..., porém, em vez de gritar, “o rei está nu”, fica em silêncio.

Até quando?

É preciso entender que até mesmo os precários informados, aqueles que abraçam causas mentirosas, se perguntam, calados no meio da noite, coisas que jamais podemos responder, nem mesmo a sua religião. A questão é que ele – o desinformado – tenta adequar sua pergunta ao que o pastor, ancião, mestre, professor, sei lá, que lhe ensinou. E a verdade, mais uma vez, fica à deriva.

Assim, se vai um questionador, um pesquisador, um homem.  Vai-se aquele que poderia com toda sua instrumentalidade humana descobrir uma fresta do sol real. Fora bloqueado, porém, pela simplicidade ignóbil de aceitar tudo de todos, como um boneco de palha.

Sou obrigado a dizer que a morte aqui também se faz, pois, se somos detentores de questionamentos, desde a infância, por que somos obrigados a nos reter quando nos aparece mestres sem linhagem, sem amor às raízes humanas, mestres que se recusam até mesmo a ensinar sobre nações que entendiam muito mais de espiritualidade do que nós, ocidentais de hoje? Por que tais mestres se subjugam tanto, sem ter ao menos algo?

Sim, a morte. Muitos a entendem como a porta para o céu ou para o inferno. Ou, para aqueles incrédulos em tudo, apenas o adeus ao corpo, a tudo, ficando apenas lembranças do que fizemos em... vida.


Quando um ser humano deixa de fazer aquilo que lhe apraz, ou seja, o que lhe inerente, torna-se um objeto, ou na pior das hipóteses, uma besta, pois se inicia o processo de animalização, vegetação, mineralização, se ele não se importa mais com aquilo que o faz realmente diferente, ou como diria um filósofo, quando se esquece do homu divinus em si. É a morte.

Os questionamentos, em si, no entanto, não cessam, assim com pesquisas em campo, jamais vão parar. Os estoicos já diziam “o dia em que os questionamentos cessarem, a terra para de girar”, e é vero. Como eu disse, se somos desde crianças questionadores, de algum modo, em algum nível, seremos crianças questionando, pesquisando, refletindo, encontrando, mas sempre buscando, por meio de nossas personalidades, ou por meio de uma alma inquieta – como vários contos sempre o dizem – e descobrindo realidades que nos lacram desde tempos idos.

Contudo, questionamentos, às vezes, são perigosos nos dias de hoje. Muitos dizem que não, mas contradizer papas, padres, pastores, mestres (falsos), é quase uma decapitação voluntária, pois a natureza de cada um – diferente da dos homens que buscavam a verdade no passado e se harmonizavam com outras – as de hoje se confrontam, e, na maioria das vezes, vem o conflito físico ao extremo.

O Mestre

Por isso, quando encontramos homens que seguem linhagens do passado, dentro das quais o respeito ao que é humano, não só aos questionamentos, mas ao que realmente o leva a questionar, está cada vez mais difícil. No entanto, é possível.

Há homens que se alimentam da verdade, a praticam, e assim como cavaleiros solitários buscam seu fiel escudeiro para, um dia, suceder-lhe a maestria. Prova disso são monges disfarçados de cristãos, no atual Egito, com a carapaça e até mesmo palavras gêmeas, mas que detêm, no fundo de sua alma, o poder dos grandes sacerdotes que um dia passaram de geração e geração ensinamentos que nunca mais serão revelados – e sim, velados. Esse monge, um dia, encontrará alguém, um grande discípulo, e dará todas as coordenadas para continuar a tradição, ainda que velada.

O mestre é aquele que segue a verdade tradicional daqueles que sempre a buscaram, e de algum modo conseguiram passar, por meio simbólicos, racionais, literais, o que muitos ainda claudicam em entender. Mas o mestre entende que a verdade deve ser simbólica, pois o homem, como mero deturpador de obras e destruidor de verdades, e inventor de outras, ainda não sabe lidar com o maior de seus dons.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Homens Esperança

Todas as sextas-feiras lançarei um texto especial, que fala um pouco de cada um de nós. Ou seja, não menos diferente dos outros. Mas é sexta, e isso o torna um pouco mais especial, certo?



E pensar que podemos ser heróis!




Eles viveram os mitos do universo, guerrearam por liberdade ou por amor à terra. Deixaram marcas em fogueiras, em suas fumaças que subiam e viravam estrelas. Eles eram deuses, semideuses, seres que iam para guerra como se fossem imortais, e assim se tornaram com o tempo, este que se encarregou de torna-los heróis, tão amados, venerados, que seus povos, após gerações e gerações, ainda não os esqueceram.

Suas ideias, que coadunavam com o universo, se encontram em bibliotecas imensas, nas quais somente aquele que ama a sabedoria pode entendê-los, e quem sabe reavivá-los. Não menos que isso, o pretendente a guerreiro dos dias atuais, que levanta, corre, vive, atravessa, sente e chora ao ver o sol.

Pois são mais que homens!  São mais que aquele politico que tece palavras livres ao vento e não se arrepende de fazer o mal. Mais que o religioso que abre o livro, sorri e diz... “encontrei a Deus!”; mais que o pai que chora, que a mãe que tem medo; mais que o filho sem caminho, mais que os olhos do incrédulo.

São nortes em forma de homens, são deuses que caminham entre nós; são ideais concretizados, poesias na história, lágrimas retidas e espalhadas em forma de sangue. São a paz e a guerra; são amores e ódio; são o próprio sentimento ambulante, perseguidos, ao passo invioláveis, graças aos seus elmos naturais – o espírito!

Seus corações, nem leões chegam perto. São filhos do deserto. Não pedem nada. Arrebentam como cachoeiras no riacho, nas rochas! São montanhas além-sol. Olhar para eles é olhar para si mesmo, é entender as forças latentes do ser humano, é ter a coragem como a menor das companheiras, é ter ao mesmo tempo a virtude e a temperança; é entender que não há nem morte ou esperança, por isso a força, a destreza, riqueza em forma de homens.






Uma ótima sexta-feira a todos.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Em Busca de Grandes Homens (fim).


Uma lenda viva.




Para quem assistiu ao filme “Invictos”, com Mat Damon, um jogador derugbi, e Morgan Freeman, como o presidente recém-empossado da África do Sul, Nelson Mandela, sentiu a necessidade de tirar algo, um algo maior que o próprio filme. Apenas em duas ocasiões, no entanto, pude perceber que o autor do filme conseguiu fazer com que a vida do grande líder Africano fosse entendida... E intuída.

Quando o jogador, branco, líder de seu time, olhava pela janela de sua casa, com aquele ar pensativo, sua namorada o perguntara... “Estás pensando na partida de amanhã?”... Eis que ele responde... “Não... Não estou. A partida pode se ganhar ou perder. O que penso agora é no que eu ouvi ele (Mandela) dizer, depois de vinte sete anos encarcerado injustamente, sob os grilhões dos homens que o prenderam: ‘eu perdoo todos eles’”. A outra cena, quando todos, negros e brancos, pela primeira vez, se juntam, em uma integração, promovida pelo esporte...

Mandela era mais que isso, ou se tornou maior que seu idealismo que fora ponte para a consecução de sua luta contra o apartaide – regime de restrição naquele país na década de setenta e oitenta --, sobressaindo-se acima de valores que eram deturpados em leis, em atos, pela minoria branca.

Hoje, com cicatrizes do sistema que lhe fora embutido, e a outros de sua época, Mandela é mais consciência, mais experiência, mais sabedoria. Nada melhor do que olhar o passado, como paginas em livros velhos, e dizer... como fomos imbecis! – e foram.

No entanto, não poderia qualquer que fosse o líder comunitário, líder espiritual, líder de gangue... deixar que suas crias estivessem sob o manto injusto de uma minoria por muito tempo. Alguém poderia (e deveria) levantar-se, tomar as rédeas, peitar as armas, torturas, e ser um notório pelo que fez, mas Mandela, apesar dos pesares, disse “eu pendoo”!...

Mandela talvez, pelo inconsciente cristão, tomado há tempos, lembrou Cristo, o qual, na cruz, disse quase a mesma coisa “Perdoe, Pai, eles não sabem o que fazem”. E, na sua cruz, ou depois que a deixou no chão, após deixar a prisão de vinte e sete anos, Mandela, assim mesmo, foi sábio.

Entretanto, sabe ele, acredito, que a consciência maior, a experiência maior que adquiriu o transferiu para margem daqueles que simplesmente um dia foram sábios, não religiosos – talvez religiosos no seu sentido mais amplo, o que não acredito – e intuitivamente, com essa carga, entendeu que, mesmo após anos e anos preso, as coisas serão sempre as mesmas se continuarmos com nosso espirito de vingança, ódio... enfim, gerações poderiam perder-se, e milhares de pessoas morreriam à míngua com o desejo de morte aos brancos... Por isso, talvez, o “perdoo”, de Nelson Madela.

Ainda que haja beleza em seu ato, podemos dizer que Mandela serviu apenas – desculpe-me a todos – para uma determinada época. A questão é que o racismo, a discriminação, o preconceito ainda se praticam, talvez, com mais precisão do que antes, mas escondidos, formando apartaides em ruas, em sociedades ricas, em senados, câmaras, em festas... obstruindo vozes de novos Mandelas. Por isso, até hoje, assim como lutas de Martin Luther King, Steeve Becow, Malcon X, Mandela nunca será esquecido.

Não era assim, contudo, que queríamos lembrar dos idealistas, mas de uma maneira na qual pudéssemos retirar de tais lutas (de todas suas lutas) como um dia lembramos de Júlio César, o grande General, que, em meio a grandes batalhas, tinha um ato, simples, heroico, religado às divindades; tal qual Alexandre, o grande, que, após conquistar a Europa, disse “não tenho mais nada a conquistar”. -mas o tempo é outro, e luta também. A guerra que Mandela travou tinha seu lado mais social do que universal, e a razão, com certeza, era a falta de consciência de determinados grupos em relação ao que chamamos de integração, harmonia, ou seja, o que achamos ter e não temos. 

As sociedades precisam de heróis, sejam eles brancos, negros, amarelos, dos quais possam tirar lições de amor, respeito, ética, mas também bravuras indômitas, sem o “perdoo” ao inimigo, pois sabemos que o universo é regido por uma Inteligência Metafísica, dentro da qual somos abrangidos, e, com a nossa, argumentamos, desejamos e possuímos, com ou sem respeito, contudo... passamos pelo ônus e bônus universal, pois nada é por acaso, ou seja, se estamos dentro da batalha, é porque a procuramos de alguma forma; se estamos sendo presos, enjaulados, tenhamos a compostura de aceitar nossas dores – isso não vale para a Ditadura! – e saiamos dela com a mesma ética que nos fez nela entrar.

Os idealistas de plantão, enraizados nesses líderes, podem até serem admirados, e levados como norte para a modificação e na busca pela identidade de um povo, mas em relação ao passado, aos seus grandes heróis, podemos dizer que a energia dispensada por eles poderia ser canalizada, primeiramente, para si mesmo, em um ato revolucionário interno, aprimorando o que muitos ainda não sabem sequer o conceito. Estou falando de Amor, Verdade e Beleza, a partir de atos, pensamentos, seja num combate de luta armada ou simplesmente num abraço ao inimigo.


Mandela, me perdoe.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Em Busca de Grandes Homens (i)


"Não foi de um salto que os grandes homens chegaram às culminâncas do êxito, mas sim trabalhando e velando enquanto outros dormiam"- James Alan.



Obama: querendo ou não segue de olhos fechados,


Às vezes fico pensando... “Quando é que teremos exemplos de grandes homens que defendiam seu país, seu povo, como no passado?”... Antes, havia uma pitada de espiritualidade advinda de um caráter mais que religioso – quase divino. Tal caráter se sobressaia em atos organizados em parâmetros universais – de acordo com as leis sagradas.

Hoje, o que predominam são, no mínimo, máximas de grandes homens que nos sustentam com seus exemplos desde épocas antes de Cristo, o que é aterrador. Talvez, eu esteja sendo um tanto quando radical, erradicando seres que estão aqui e ali, sempre nos realizando, e tapando nossos problemas com peneiras... Mas um grande homem, um grande ser, não há.

Presidentes


Uma prova disso é a própria época. Temos Barack Obama, como o primeiro presidente negro americano, passando por todas intempéries que um presidente tem que passar, sem grandes atos, nos quais o heroísmo, regado a grandes idealismos, não se vê; nele não há o que se pode dizer acerca de justiça paralela, ou como se diz, diferente, ao ponto de nos espantar com seus atos.

Muito pelo contrário... Obama, assim como todos que passaram pela Casa Branca, não possui a inteligência tangente, natural daqueles que levantam uma nação e a faz ser diferente no sentido mais moral possível. Segue, assim, seus antecessores, os quais tanto castigou com suas palavras bem colocadas.

É claro que, mesmo que ele queira, não será fácil, pois um Estado com dificuldades mil, advindas de vários outros que fizeram estragos, é como dar “cavalos de pau” em um navio em direção a um iceberg. Nesse caso, é melhor que espere bater, verificar as avarias, e iniciar o conserto...

Abraham Lincoln, talvez o melhor presidente americano, se sobressaiu, não porque fora lenhador, pobre sonhador, mas em razão de certos quesitos em sua época foram solucionados, baseados em uma tradição que ele mesmo seguira – a dos filósofos, os quais sempre nortearam, ainda que insipidamente, alguns governos atuais. E o dele, pela humanidade, simplicidade aliada a garra, revelou-se no ápice da liberdade restrita, indo de encontro a vários partidários da escravidão, conseguindo, com todo seu fervor e ideal, uma lei que beneficiasse a todos afro americanos.

Brasil


Lula: pego pela Ditadura.



Há anos – não muito – tivemos, aqui no Brasil, um presidente chamado Luiz Inácio Lula da Silva, ou apenas Lula, para os mais íntimos. Sua prerrogativa: desfazer a pobreza, elevar o patamar de vida de muitos miseráveis, fazendo com que se alimentasse, pelo menos, três vezes ao dia... Só.

Sem muita filosofia, a política do “presidente dos pobres” fez com que todos tivessem esperança em algo que há muito nos sucumbe, a pobreza. Mas um homem que viera do fosso, e que fora preso, no passado, defendendo interesses de trabalhadores, que fora visto como herói para uns e vilão para uma elite armada, o que nos poderia ser senão um defensor da pobreza?... Isso, inicialmente, claro. Porém, revelou o que muitos não fizeram no passado (recente...), o qual nos vem como síntese do que aprovamos ou não em urnas?...

Isso não importa. O que nos importou foi sua promessa, sua realização, e o... Desfazimento de sua pessoa. Sim... Lula, o defensor dos pobres, guardava, por trás de suas convicções políticas, o que todos os grandes políticos também guardavam, ou seja, a necessidade de enriquecer, pois a pobreza já não fazia parte de seus planos há tempos...

Claro que nem no nosso, porém, somos obrigados a trabalhar, trabalhar, e no meu da semana, ou no fim dela, fazer uma “fezinha” e esperar que saiamos do estado de endividamento, ou desconforto de um emprego que nos trás dissabores muitas vezes. E Lula, sem muitas palavras chiques, sempre deixou claro que viera de um passado triste, penoso, miserável, etc, no qual sua grande mãe sempre tivera uma pontinha...


Décadas depois, presidente pelo PT. Partido de sempre.


É assim mesmo... Políticos quando querem pedir ao povo permissão para ficar poderoso sempre falam de seu passado. E o povo consente. No caso de nosso presidente, hoje um ex-presidente que vive às custas do que “ganha”, que deve custar cifras em milhões, foi de imediato. Suas palavras, seus gestos, sua quebra de protocolo, sua barba imensa, seu linguajar... Já premeditavam a aprovação. Era o que queria...

Contudo, quando o poder nos sobe a cabeça, principalmente quando olhamos nosso passado desértico, somos picados pelo inseto do “querer mais”. Foi aqui que o símbolo das massas se foi, como folha ao lago, desesperado para subir o riacho. Foi aqui que o isolamento bateu-lhe a porta, a ignorância, ponte usada para comunicação com os demais desinformados, o “pé na pobreza”, a falta de cultura, a falta de incentivo à leitura, à ética, à moral, prevaleceram...

Lula é citado em processos que por sua vez podem leva-lo, ou não, mais possivelmente não, à cadeia, o que é uma impossibilidade aos políticos com escudos de platina como ele e outros... Mesmo assim, em razão do que defendia, pelo que idealizava, pelo que dizia amar não será lembrado, talvez quando ser for...

Lula não foi um salvador, não foi um grande homem que poderia igualar-se aos grandes do passado e nem passou perto. Não tinha nem mesmo máximas, palavras fortes, atos eternos. Lula foi o que muitos pobres de alma e dinheiro queriam ser, presidente.

João Goulart


O presidente que deu certo. Por isso, exilado.



Voltamos a um passado maior, o de antes da Ditadura. Ao entrar em contado com a política, com seus grandes pensamentos ideológicos, Jango, João Goulart, hoje um enigma para a maioria política que o via como um comunista inveterado, por visitar países à época do mesmo naipe, trouxe pensamentos frios e rigorosos a empresários que sentiram que o Brasil estava por sucumbir a um sistema vermelho, mas...

Pensar em reestruturar um país a partir de ideias democráticas, nas quais apenas empresários se davam bem... É triste. Não que o grande político fosse comunista – ou que eu defenda tal sistema--, mas eclético, e seu ecletismo manchou suas mãos e vida. Até hoje é visto por muitos como um homem que admitiu o comunismo no Brasil.

O comunismo, seja no Brasil, seja em Cuba, seja em qualquer estratosfera, por si só, não existe em caso concreto. Mas a sua ideia, sim. Pois traz à tona valores básicos em defesa da família, da sociedade, e do próprio país. Isso, em um Brasil que pensava pequeno, e que a percentagem de seus benefícios era voltada à elite, era perigoso. Enfim, Jango caiu. Foi exilado... Morreu na Argentina. E a Ditadura se fez.

Por fim... A diferença em relação aos grandes homens fora deveras imensa, mas não ficara, no entanto, esquecida por aqueles que queriam comungar, mesmo que teoricamente, valores básicos.

Quando o idealismo surge...
Sem pretensões de ascensão a governos, e com emblemas em faces cruas, surgiram outros, que não eram presidentes, governadores, prefeitos, enfim, não eram partidários e sim guerrilheiros em favor de modificar estruturas desorganizadas por homens que se diziam de bem. Surgiram os heróis de imediato, os necessários da época em que surgiram, não de todas as épocas.

Luther King Jr.


King: "julgue pelo caráter não pela cor".


Antes deste, muitos defensores dos direitos humanos passaram por aqui, mas este, Martin Luther King Jr, enraizado em preceitos não violentos, conseguiu traduzir em suas palavras o que um grande homem do seu tempo, na ocasião mais certa, poderia  traduzir.

Em nome da não violência, em nome dos seres humanos, em principal dos negros que não tinham direitos na década de setenta, King deixou claro que a procura por culpar os negros era uma questão de caráter. E os brancos da época, pela violência que se aturdia nos ventos, em geral tornando-se uma patologia desde a infância, não sabiam, ou sabia a minoria, que o pastor tinha razão, tanto que, até hoje, não apenas os negros, como também brancos admiram a figura dele.

Na época, não apenas nela, era tão importante (e é) defender pontos nos quais somos diferenciados pela cor, raça, etnia, de modo a nos tornar isolados – ainda socialmente – pelos restos de nossos dias, trazendo à tona outros valores, só que agora com sabor de dor, e desumanos.

E quando nos deparamos com situações em que discriminamos, preconceituamos, temos em mente o grande discurso deste homem, que, levou tempo, mas conseguiu saciar sua vontade de unir e harmonizar muitos seres humanos, não só nesta, mas em muitas épocas que ainda se revelam discriminantes... “Eu tive um sonho... (...) no qual meu filho não era julgado pela cor e sim pelo seu caráter”... Não precisamos dizer mais nada...

O que podemos tirar desse aprendizado é que a sociedade precisa de vez em quando de defensores. Precisa de um Luther King, de um Gandhi, de um Che Guevara, de um revolucionário que espete a pele de um ditador, deixando claro que as vozes em favor de uma sociedade desmazelada, assim como a própria África na qual várias vozes se ergueram e defenderam com unhas e dentes – como nosso querido Mandela – os direitos, as obrigações e a humanidade daquela.

domingo, 19 de maio de 2013

Meus Sonhos que Nunca se Vão


Meu filho: regando um grande sonho.
 
 
 
Depois de realizar desejos de meus pares – família, esposa e filhos, e de alguns amigos – as vezes me sinto pronto para partir – morrer mesmo... – ir embora, sorridente, no grande caixão (urna como se diz), centro das atenções das quais um dia jamais queria em vida. Apenas realizar sonhos. E hoje, quando preso em minha casa, respirando tão bem, preso a meras obrigações caseiras, faço-me questionamentos do tipo... “será que me realizei também?”..;
É um questionamento natural, daqueles que se fazem quando se levanta bem, pelo menos, umas cinco ou seis vezes por semana... E no meu caso, é raro, pois sou uma caixa de preocupações na qual flutuam do menor ao maior dos casos. E sempre cabe mais quando se nasce com responsabilidades e, com certeza, morre-se com elas.
Nada fortuito, sempre há pedreiras, assim como ondas em rochas; do jeito que se vê, as coisas são em minha vida. Nada fictício, nada romântico ou apaixonante. Assim, sou obrigado a desfazer de meus sonhos, por enquanto, claro, e resolver, esclarecer, trabalhar, de modo a sanar todos os problemas de um mundo que ainda bate em minha porta, e eu os resolvo, esclareço, soluciono e vivo.


 
Resolvendo, volto para o fim de semana lento e agradável, porém, necessariamente fechado, pensativo, ou melhor reflexivo, unindo o que se forma em minha cabeça e as tralhas que colhidas durante a semana... Paro para ler.
Tangenciado pela leitura, encontro nela a face de uma vida forte, viva, cheia de confronto dos quais não devo sair, apenas aprender. Tento trazer toda ela para uma realidade da qual faço parte, dar passos lentos, porém direcionados, fecho os olhos, penso, encontro meios de refazer o que fiz de errado, mas...
É uma parede. Um muro, um edifício. Sou obrigado, assim, dizer a mim mesmo que sou maluco e ao mesmo tempo corajoso, pois não há base para realizar caminhos baseados em premissas teóricas. Mais um erro meu...
Na realidade, há sim; somos humanos, e esquecemos; tratamo-nos como seres que apenas andam e se alegram com momentos rápidos, e esquecemos mais, que há em nós centelhas tão naturais quanto nossas risadas, nossos bons momentos, há a divindade tentando se realizar em algum ponto nosso, dentro, bem dentro de nossas almas. Não é mentira.
E tudo isso pode ser buscado pela leitura clássica, aquela que fala de nós, de maneira profunda, enraizada em preceitos verídicos, ou seja, sem portas de papel, mas ao mesmo tempo, com chaves bem elaboradas, que nos fazem repensar nossas origens, e com isso nos fazer buscadores, ou antes disso pensadores do que somos ou podemos ser. Aqui inicia o sonho deste.
Com o pouco que tenho – sou um mero funcionário público sem a mínima pretensão ascender a cargos, mesmo porque não tenho a mínima intenção de dar ordens a ninguém..., um marido feliz, assim como um pai que espera reeducar-se e passar ao filho a colheita de tudo que plantou, ou apenas um amigo que gosta de estar com os amigos. Tenho meus defeitos, como beber um gole de vinho, quando frio; de cervejas, quando o calor resolve dar os ares de sua amarelice, enfim, após a ida de minha deusa-mãe, não tenho muito o que pensar em fazer, apenas esposa e filhos sintetizam ouros que devo guardar.
Assim, descobri que muitos encontram sentidos, sonhos nas alturas, nas igrejas, nos deuses, ou em suas raízes, das quais se projetam outros e mais outros sonhos. E eu, filho que ficara desolado dos sonhos por muito tempo, acredito, encontrei razão de sonhar e realizar aos poucos o que seres humanos buscam em suas viagens, nas montanhas, em países ricos, em  buscas até mas profundas... a espiritual.
É... Fantástico. Máximas do tipo... “Não precisa viajar para encontrar um lugar tranquilo, idílico, calmo. A própria alma tem esse cantinho, lá dentro”. Não é piada. Sinto-me, aos poucos, como um general que, em meio a artilharias pesadas, lê um livro, e se aprofunda em relação ao seu inimigo. Eu me sinto o próprio Marcus Aurélius, general romano, dono da frase acima.
E quando olho as estrelas da noite, antes de dormir, penso no Nows Platônico, que reside, segundo o autor, acima de nossas almas, e faço minha oração, como um faraó que pede ao grande deus Num, o deus das águas primordiais, proteção a todos...
E nessa calmaria, meus sonhos vão se realizando, tornando-se mais fortes, pronto para resolver e realizar outros.



 

 

A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....