quarta-feira, 29 de maio de 2013

O Tronco de Uma Árvore Invisível

Árvores da Vida: em direção ao céu.



Abrir mão de nossa educação é muito difícil. Quando chegamos ao período de escolhas é como já sintetizássemos o que somos ou podemos ser; ou, naturalmente, o que acreditamos ser. Assim, começa período em que a personalidade, já voltada ao que tanto buscou e conseguiu, com o mínimo de experiências, a se formar.

Alguns especialistas já disseram que a criança de sete anos já possui a personalidade já pronta. Eu não sei o que significa personalidade para esses especialistas, pois, se preciso  levar algum tempo para formá-la, o que teria uma criança de sete anos desenvolvido em seu livrinho de experiências internas? – não sei.

Contudo, talvez, em razão de algumas que já nascem “quase prontas”, inclinadas a computadores, celulares, sejam referências a eles, pois, fora isso, não sei o que dizer em relação a elas.

Há outras também, que superdotadas, chegam ao mundo resolvendo problemas alheios, na medicina, advocacia; além daquelas que desenvolvem um espírito de colaboração ideológica em países em guerra. É... , pelo que percebo, há mais motivos do que não motivos para salientar tal pesquisas em crianças com personalidade já pronta...

Ainda sim, acredito que seja necessário – fora os casos por mim considerados acima como anormais – que haja no mínimo uma semente,  uma raiz, depois uma longa data para formar o tronco, após, os galhos... E por consequência, no mais tardar, os frutos.

A raiz de uma personalidade é a o período de escolhas, ao se deparar entre o certo e o errado, entre o que se quer e o que não se quer; aqui, muitos pais enlouquecem, pois, quando o pequeno demostra o poder de querer, desejar, e levar o que quer, já inicia seu primeiro passo para escolhas maiores – assim, é a raiz de tudo.

O tronco, podemos visualizar como aquele que sabe o quer, e deseja firmemente, por meio de escolhas das quais ele não abre mão. É, de certa forma, um individuo que possui a força certa para desenvolver seus projetos, pois é preciso que vá até o fim para saber do que é capaz.

Os pequenos galhos, mal direcionados, nos mostra a imperfeição nata do ser humano, mas que também dão frutos. E estes, doces ou amargos, são o auge de nossos comprometimentos, enraizados em projetos bons ou maus, por isso alguns são doces e outros, um pouco amargos, e mais alguns, apodrecem antes do tempo...

O que quero dizer é que, depois de formada a personalidade – o fruto nosso – não há ninguém que possa desfazer o que aprendemos, desde que nascemos até a idade natural de cada um. É a educação básica – aquela que temos de maneira natural, além daquela que nossos pais nos dão. Esta, a depender de quem as tem, jamais abre mão. É o caso da maioria, mesmo porque o que seria de nós sem a educação de nossos genitores?... Uma educação mundana? Cega? Com predileção à vulgaridade, invertendo nossos modos práticos?...

Talvez.

Mas o que nos faz, então, às vezes, abrir mão do que nossos pais nos deram para cair em arapucas, ciladas politicas, religiosas, pseudo filosóficas-idealísticas?... O nosso descontentamento com o a educação de base?... A  inocência, a falta de personalidade?...

Sim. A falta de personalidade. Há aqueles que ainda não a possuem, ainda que passem anos a fio, na tentativa de lidar consigo mesmo e criar troncos idealísticos ou mesmo gerar frutos, e quando o fazem, tem dúvidas acerca de sua capacidade de fazê-lo.

A personalidade volúvel é isso. Tão pobre de elementos nos quais ela mesma deveria se fincar, que armadilhas há que a fazem desabar (não é nem cair) em arapucas simples, como em falácias de partidos, de religiosos, de sociedade secretas (à vista deles...), que só deturpam o real significado da própria instituição, que, na maioria das vezes, em seu conceito, só quer o bem, porém, seu membros, com ideias escusas, se acham na obrigação de criar outras para levar mais indivíduos a ela... O mundo tá cheio dessas!

Há outras sociedades, no entanto, que não abrem mão se seguir a tradição do Bem, como um todo, e dentro de sua filosofia leva o individuo a raciocinar em cima daquilo que ele conseguiu ser até então. Depois, usando como ferramenta maior a sua persona (máscara em grego), transforma-o em um grande homem ou mulher.

Assim, deveriam ser os manipuladores de mentes. Pensar no Bem. Contudo saber conceituá-lo e levá-lo ao cume do entendimento ao jovem que há tanto busca em sua empreitada o que é certo e errado no mundo.  Fazer, ainda, projetos nos quais pode-se praticar o Bem, não excluindo o Mal propriamente, pois um é a raiz do outro, e os dois são elementos de uma mesma face.

Assim, trabalhar a personalidade é tentar entender a si mesmo um pouco, e também aos outros. Moldá-la até que tenhamos um único objetivo, fortalecer mais o tronco, em direção ao céu de nossas possibilidades.

Um comentário:

  1. RegisBama,

    é sempre um prazer ler suas pílulas de sabedoria!

    Abraço fraterno,

    Lulupisces.

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