Pingo d´água: uma metáfora aguda |
Todos sabemos que, ao jogar
qualquer faísca em um aquário, sem peixes, pode-se observar pequenas ondas se
formarem na água. Claro que serão quase invisíveis pelo fato de serem faíscas, mas,
em outro teste, em uma bacia com água, com uma pequena pedra, teremos a mesma
visão, só que agora com mais evidentes ondas.
Voltemos ao diminuto aquário.
Vamos diminui-lo mais ainda. E mais, e mais. Agora, usando a imaginação,
percebe-se que, ao jogar uma pequena pedra, quase invisível, sabemos que o
efeito é o mesmo... É ou não?
Enfim, depois dessas ilustrações
(teóricas) podemos fazer uma alusão metafórica em relação ao universo. Aquele
que visualiza pode ser o ponto infinito, de bem longe, observando o
comportamento universal, que, por meio de ações e reações, também se move.
O infinito, aquele que observa,
de longe, tudo, de algum modo sofrerá reações, sim, ainda que demore, pois ondas
pequenas que se desintegram literalmente é uma coisa, mas as mínimas influências
de qualquer átomo, o cosmos revela-se mutante. “Nunca se toma banho num mesmo
rio”, como dizia Heráclito... Ou seja, os cosmos é mutante em razão de ondas
cósmicas que não cessam, por atos que ele mesmo produz, relevando-se, por
segundo que seja, outro cosmos.
Terra
Hoje, o planeta terra, ao sofrer
alterações, em razão do comportamento humano, que há muito vem transformando o
mundo em uma sua casa, começa a se adequar, como uma célula que se transforma
em outra, ao mal moderno. E assim, consequentemente, o universo... e o próprio cosmos.
E quando refletimos sobre o que
podemos fazer, aqui e agora, é como se estivéssemos estacionados em uma geleira
sem poder se mexer. Mesmo que ainda façamos algo, é como nada tivesse sido
feito. O universo já está sofrendo as alterações de outrora, e não tardará a
sofrer as de hoje, como ondas que chegam tardias às margens de um grande oceano
– por isso, muitos o veem assim, como águas primordiais, ou seja, as primeiras
águas nas quais tudo é tudo. As consequências são maiores que as das tsunamis...
Para desfazer o que fazemos,
todos os dias com o universo, é preciso que fábricas parem de enviar lixo
tóxico às nuvens, que lixos em céu aberto sejam queimados, destruídos; é
preciso que bilhões de pessoas respeitem, ao mesmo tempo, as regras de
comportamentos básicos em relação à economia de água, luz, gás, enfim,
providências realmente difíceis, mas que podem nos trazer esperanças.
Claro que o universo não cessa,
mesmo porque como diria um filósofo, “nada mais constante do que um universo em
movimento”. E porque esse movimento? – Em razão de seus elementos conhecidos e
desconhecidos, pela Física. E mais, o que devemos nos preocupar é com cada ato
que se propaga em casa, da qual pode ser repetido em sociedades, depois em
países, no mundo... Desses atos voluntários, a partir de nós mesmos, podemos dizer que é quase impossível reverter as consequências, mas como disse, podemos iniciar um processo prático em favor do dele.
Assim, como uma pequena partícula
de água que vira uma onda, o que fazemos nada mais é que jogar uma pequena
pedra em torno desse lago imenso, como se fôssemos crianças de quatro anos, cujos atos
involuntários, inocentes, chegam até o infinito, ao topo... Então, reverter situações nunca foi de
nossa alçada. Mas temos que fazê-lo!
Então proponho que outras ações sejam a pedra maior que a outra
pedra, e que as consequências sejam tais quais os atos, ou melhor, por meio de
ensinamentos clássicos de comportamento humano, façamos o que as grandes
civilizações sempre faziam... respeitavam a todos os seres – animais, plantas,
pedras – como parte do todo, e que sem eles seriamos como a um quebra-cabeça
com peças faltando.
Mais que isso, através de atos voluntários e conscientes, dentro de casa, até mesmo consigo mesmo, e por que não dizer com o próximo, partículas imensas se formaram em torno de uma sociedade, de um país e mundo, como se fosse uma tsunami benéfica tomasse aos poucos de baixo para cima todo o universo. Assim, o grande espirito universal responderá a nós como uma brisa no rosto, numa tarde quente.
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