terça-feira, 21 de maio de 2013

Em Busca de Grandes Homens (i)


"Não foi de um salto que os grandes homens chegaram às culminâncas do êxito, mas sim trabalhando e velando enquanto outros dormiam"- James Alan.



Obama: querendo ou não segue de olhos fechados,


Às vezes fico pensando... “Quando é que teremos exemplos de grandes homens que defendiam seu país, seu povo, como no passado?”... Antes, havia uma pitada de espiritualidade advinda de um caráter mais que religioso – quase divino. Tal caráter se sobressaia em atos organizados em parâmetros universais – de acordo com as leis sagradas.

Hoje, o que predominam são, no mínimo, máximas de grandes homens que nos sustentam com seus exemplos desde épocas antes de Cristo, o que é aterrador. Talvez, eu esteja sendo um tanto quando radical, erradicando seres que estão aqui e ali, sempre nos realizando, e tapando nossos problemas com peneiras... Mas um grande homem, um grande ser, não há.

Presidentes


Uma prova disso é a própria época. Temos Barack Obama, como o primeiro presidente negro americano, passando por todas intempéries que um presidente tem que passar, sem grandes atos, nos quais o heroísmo, regado a grandes idealismos, não se vê; nele não há o que se pode dizer acerca de justiça paralela, ou como se diz, diferente, ao ponto de nos espantar com seus atos.

Muito pelo contrário... Obama, assim como todos que passaram pela Casa Branca, não possui a inteligência tangente, natural daqueles que levantam uma nação e a faz ser diferente no sentido mais moral possível. Segue, assim, seus antecessores, os quais tanto castigou com suas palavras bem colocadas.

É claro que, mesmo que ele queira, não será fácil, pois um Estado com dificuldades mil, advindas de vários outros que fizeram estragos, é como dar “cavalos de pau” em um navio em direção a um iceberg. Nesse caso, é melhor que espere bater, verificar as avarias, e iniciar o conserto...

Abraham Lincoln, talvez o melhor presidente americano, se sobressaiu, não porque fora lenhador, pobre sonhador, mas em razão de certos quesitos em sua época foram solucionados, baseados em uma tradição que ele mesmo seguira – a dos filósofos, os quais sempre nortearam, ainda que insipidamente, alguns governos atuais. E o dele, pela humanidade, simplicidade aliada a garra, revelou-se no ápice da liberdade restrita, indo de encontro a vários partidários da escravidão, conseguindo, com todo seu fervor e ideal, uma lei que beneficiasse a todos afro americanos.

Brasil


Lula: pego pela Ditadura.



Há anos – não muito – tivemos, aqui no Brasil, um presidente chamado Luiz Inácio Lula da Silva, ou apenas Lula, para os mais íntimos. Sua prerrogativa: desfazer a pobreza, elevar o patamar de vida de muitos miseráveis, fazendo com que se alimentasse, pelo menos, três vezes ao dia... Só.

Sem muita filosofia, a política do “presidente dos pobres” fez com que todos tivessem esperança em algo que há muito nos sucumbe, a pobreza. Mas um homem que viera do fosso, e que fora preso, no passado, defendendo interesses de trabalhadores, que fora visto como herói para uns e vilão para uma elite armada, o que nos poderia ser senão um defensor da pobreza?... Isso, inicialmente, claro. Porém, revelou o que muitos não fizeram no passado (recente...), o qual nos vem como síntese do que aprovamos ou não em urnas?...

Isso não importa. O que nos importou foi sua promessa, sua realização, e o... Desfazimento de sua pessoa. Sim... Lula, o defensor dos pobres, guardava, por trás de suas convicções políticas, o que todos os grandes políticos também guardavam, ou seja, a necessidade de enriquecer, pois a pobreza já não fazia parte de seus planos há tempos...

Claro que nem no nosso, porém, somos obrigados a trabalhar, trabalhar, e no meu da semana, ou no fim dela, fazer uma “fezinha” e esperar que saiamos do estado de endividamento, ou desconforto de um emprego que nos trás dissabores muitas vezes. E Lula, sem muitas palavras chiques, sempre deixou claro que viera de um passado triste, penoso, miserável, etc, no qual sua grande mãe sempre tivera uma pontinha...


Décadas depois, presidente pelo PT. Partido de sempre.


É assim mesmo... Políticos quando querem pedir ao povo permissão para ficar poderoso sempre falam de seu passado. E o povo consente. No caso de nosso presidente, hoje um ex-presidente que vive às custas do que “ganha”, que deve custar cifras em milhões, foi de imediato. Suas palavras, seus gestos, sua quebra de protocolo, sua barba imensa, seu linguajar... Já premeditavam a aprovação. Era o que queria...

Contudo, quando o poder nos sobe a cabeça, principalmente quando olhamos nosso passado desértico, somos picados pelo inseto do “querer mais”. Foi aqui que o símbolo das massas se foi, como folha ao lago, desesperado para subir o riacho. Foi aqui que o isolamento bateu-lhe a porta, a ignorância, ponte usada para comunicação com os demais desinformados, o “pé na pobreza”, a falta de cultura, a falta de incentivo à leitura, à ética, à moral, prevaleceram...

Lula é citado em processos que por sua vez podem leva-lo, ou não, mais possivelmente não, à cadeia, o que é uma impossibilidade aos políticos com escudos de platina como ele e outros... Mesmo assim, em razão do que defendia, pelo que idealizava, pelo que dizia amar não será lembrado, talvez quando ser for...

Lula não foi um salvador, não foi um grande homem que poderia igualar-se aos grandes do passado e nem passou perto. Não tinha nem mesmo máximas, palavras fortes, atos eternos. Lula foi o que muitos pobres de alma e dinheiro queriam ser, presidente.

João Goulart


O presidente que deu certo. Por isso, exilado.



Voltamos a um passado maior, o de antes da Ditadura. Ao entrar em contado com a política, com seus grandes pensamentos ideológicos, Jango, João Goulart, hoje um enigma para a maioria política que o via como um comunista inveterado, por visitar países à época do mesmo naipe, trouxe pensamentos frios e rigorosos a empresários que sentiram que o Brasil estava por sucumbir a um sistema vermelho, mas...

Pensar em reestruturar um país a partir de ideias democráticas, nas quais apenas empresários se davam bem... É triste. Não que o grande político fosse comunista – ou que eu defenda tal sistema--, mas eclético, e seu ecletismo manchou suas mãos e vida. Até hoje é visto por muitos como um homem que admitiu o comunismo no Brasil.

O comunismo, seja no Brasil, seja em Cuba, seja em qualquer estratosfera, por si só, não existe em caso concreto. Mas a sua ideia, sim. Pois traz à tona valores básicos em defesa da família, da sociedade, e do próprio país. Isso, em um Brasil que pensava pequeno, e que a percentagem de seus benefícios era voltada à elite, era perigoso. Enfim, Jango caiu. Foi exilado... Morreu na Argentina. E a Ditadura se fez.

Por fim... A diferença em relação aos grandes homens fora deveras imensa, mas não ficara, no entanto, esquecida por aqueles que queriam comungar, mesmo que teoricamente, valores básicos.

Quando o idealismo surge...
Sem pretensões de ascensão a governos, e com emblemas em faces cruas, surgiram outros, que não eram presidentes, governadores, prefeitos, enfim, não eram partidários e sim guerrilheiros em favor de modificar estruturas desorganizadas por homens que se diziam de bem. Surgiram os heróis de imediato, os necessários da época em que surgiram, não de todas as épocas.

Luther King Jr.


King: "julgue pelo caráter não pela cor".


Antes deste, muitos defensores dos direitos humanos passaram por aqui, mas este, Martin Luther King Jr, enraizado em preceitos não violentos, conseguiu traduzir em suas palavras o que um grande homem do seu tempo, na ocasião mais certa, poderia  traduzir.

Em nome da não violência, em nome dos seres humanos, em principal dos negros que não tinham direitos na década de setenta, King deixou claro que a procura por culpar os negros era uma questão de caráter. E os brancos da época, pela violência que se aturdia nos ventos, em geral tornando-se uma patologia desde a infância, não sabiam, ou sabia a minoria, que o pastor tinha razão, tanto que, até hoje, não apenas os negros, como também brancos admiram a figura dele.

Na época, não apenas nela, era tão importante (e é) defender pontos nos quais somos diferenciados pela cor, raça, etnia, de modo a nos tornar isolados – ainda socialmente – pelos restos de nossos dias, trazendo à tona outros valores, só que agora com sabor de dor, e desumanos.

E quando nos deparamos com situações em que discriminamos, preconceituamos, temos em mente o grande discurso deste homem, que, levou tempo, mas conseguiu saciar sua vontade de unir e harmonizar muitos seres humanos, não só nesta, mas em muitas épocas que ainda se revelam discriminantes... “Eu tive um sonho... (...) no qual meu filho não era julgado pela cor e sim pelo seu caráter”... Não precisamos dizer mais nada...

O que podemos tirar desse aprendizado é que a sociedade precisa de vez em quando de defensores. Precisa de um Luther King, de um Gandhi, de um Che Guevara, de um revolucionário que espete a pele de um ditador, deixando claro que as vozes em favor de uma sociedade desmazelada, assim como a própria África na qual várias vozes se ergueram e defenderam com unhas e dentes – como nosso querido Mandela – os direitos, as obrigações e a humanidade daquela.

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