terça-feira, 28 de maio de 2013

A Real e a Pseudo Cultura.

Culturas: muito do que somos.





Para muitos, cultura nada mais é do que a junção de formas racionais adquiridas durante a vida toda. É o escudo que o protege dos ignorantes; é estar acima, inclusive, dos homens que se subjugam cultos. Aqui a palavra cultura perde seu valor, transformando-se pó, poeira, cinzas, em comportamentos ecléticos, ou diferentes em relação a alguém, ou ao um povo.

Não. Não se pode deixar que o cultivo de valores sagrados em determinadas épocas, enraizados em preceitos mais sagrados ainda, torne-se uma peça inadequada em mãos espúrias, egocêntricas. É assim que se conceitua Cultura:

A sociedade egípcia, uma das mais fantásticas do planeta, hoje, se perde em meio a muçulmanos, árabes e alguns quinhões de egípcios se digladiam por um prato de comida, além de desafiar o sistema de governo. Contudo, em meio a todas essas caricaturas, passeamos pelo Cairo, e à sombra da grande pirâmide de Gizé, observamos os mistérios que há muito foram deixados pelos cultivadores reais de uma sacralidade, a qual jamais será superada... Os faraós.

Nesse meio, esconde-se uma cultura de mais de cinquenta mil anos, quando, segundo a lenda, muitos dos sábios para lá se foram quando um determinado continente fora afundado. Mas, seria lenda? Como então surgiram pessoas já notórias em sacralizar deuses, não só nessa mais em outras sociedades – Peru, México, até mesmo no norte do Brasil, -- com semelhanças em cultivo daqueles. Sem falar no comportamento tão gêmeo?

Repostas há. A questão, no entanto, é entender que tais comportamentos possuem uma forma de expressar um pouco do que somos. Sagrados. O respeito à divindade maior, ainda que potencialidades naturais são reveladas como protetoras aos quatro elementos. A tentativa de melhorar nossos atos em relação a nós mesmos, ao próximo, e por que não dizer, a tentativa de ser um pouco divino, assim como o próprio Deus.

A cultura, aqui, se faz. Revela a essência natural a devemos buscar. Ou seja, um pouco mais humano, um pouco mais divino. Ao contrário do ser que acredita que seu entendimento acerca de um mero assunto, pode dar a ele louros de uma vitória alcançada após anos e anos de estudos. É a queda do homem.

Pois esquecer que, há tempos, possuíamos homens que sempre se subjugaram ignorantes, sem sê-lo (“Só sei que nada sei”), e hoje, “eu sei de tudo”, sem sequer saber a metade de sua história!...  Realmente, fomos sucumbidos por formas  racionais que nos transformaram em seres do sofá, ou melhor, críticos, com palavras secas, acerca de tudo e todos, simplesmente, por sermos...Cultos!

Não somos nada ainda. Até o dia em que negarmos de onde viemos, e porque viemos; o que fazíamos, e porque fazíamos, não teremos nada, a não ser partidários de uma decadência que se revela em forma de palavras vãs, homens vãos.



Culturas

Hoje, quando se passeia pela Europa, podemos vivenciar o que foram os grandes homens, as grandes culturas, em todos os sentidos. Mas não o foram simplesmente pelo fato de fazerem estátuas lindas, monumentos eternos, não, não é isso. Todos eles, inclusive as estátuas, tiveram o seu porquê. Foram consequências – todos eles – de manifestações sagradas de uma época, na qual, de algum modo, queriam demonstrar sua origem.

Os deuses nas praças, como personagens dos grandes mitos universais ou da própria sociedade, revelam-se obras que sempre deixaram humanos boquiabertos, e serão (claro) motivo de falaciosos modernistas, os quais tentarão explicar, do seu modo, o papel dos deuses. Nunca conseguirão.

Os deuses, como potencialidades, como diria um grande filósofo, nunca poderão ser confundidos com pessoas, pois estão acima de nós, em estratosferas diferentes, das quais não podemos pensar, refletir acerca de seus comportamentos... Podemos, sim, refletir acerca de nós mesmos e do nosso papel frente a eles.

Mas o historiador racional jura que Zeus era garanhão, que Quetzocoatle era uma cobra em forma de homem, misturada a um galo; enfim, buscará meios racionais para deduzir seu pensamento que começou lá trás, quando não compreendeu a espiritualidade de uma época... O pior é que todo esse pensamento se torna coletivo.

Assim, não compreendendo os mitos, vai transformar Adão e Eva em meros transgressores sexuais, além da cobra, coitada, em um ser que só quer o mal ao homem; e Deus, o grande Pensador de tudo isso, como a sombra do homem que quer descanso eterno. Vai, mais, vai reduzir deuses, heróis, mitos – em mentiras --; fará todos acreditar que o mundo é outro, e que os valores são melhores do que os do passado, e que este deve ser esquecido... E que devemos começar tudo de novo.

Mal sabe ele que a cultura humana se baseia sempre nas grandes Alvoradas que um dia fizeram parte dos grandes céus humanos, e o sol não é apenas uma esférica morna da manhã, que nos esquenta na praia à tardezinha. Mal sabe ele que as estrelas não são apenas astros que aparecem na noite, às vezes norteando o cientista em relação a outros, ou ao poeta perdido; não.







Na verdade, há muito que aprender. Somos crianças. E precisamos crescer.

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