terça-feira, 28 de maio de 2013

Para Meninos ou Meninas? A confusão de um mundo moderno


Sociedade com olhos vendados



Minha mãe sempre dizia que brincos eram para meninas, cabelos cortados bem curtinhos, para meninos; tatuagens, para homens; pulseiras, para mulheres. Depois que se passaram mais de trinta anos, ainda ouvimos pessoas de bem, agora, a relatar o tempo em que isso era uma realidade, pois tudo se inverteu. Motivo? Modas, tempos que mudam; modernismo, falta de identidade, adolescência... Enfim, tudo que pensamos a respeito e nos sufoca na tentativa de entender tudo isso...

E em razão dessas modificações, muitos são obrigados (ou se acham obrigados) a modificar suas mentes, seus modos, sua personalidade em função de uma sociedade confusa, que não aceita homens, mulheres ou homossexuais, transexuais, etc, mas que, ao mesmo passo, não se referencia em modelo algum para adotar uma regra, uma lei, pois o que temos é um lado feminista – das que se dizem mulheres, e do outro, machista, dos que se dizem homens, e do terceiro lado, que quer transcender os primeiros... Ah, temos também o lado dos hipócritas, que dizem aceitar a todos.

Onde fica a criança, o adolescente ou o adulto, que um dia tinha a certeza de que homem era homem, mulher era mulher e que homossexual era...Homossexual?!... Ele se perde em esferas criadas por um sistema que não se decidiu, por uma lei vaga que ainda não sabe o que é família, sociedade, apenas difunde (e decide) o que a mesma sociedade confusa decidiu.

O que acontece.

Hoje, nada mais comum do que nascer com problemas de personalidade, e tentar, por meio de brinquedos, brincadeiras, conversas, amizades encontrar o que o pai ou a mãe não ajudaram. Se for homem ou mulher, tudo bem, a sociedade está pronta para sanar sua confusão; mas e se nasce com o terceiro lado, tipo... Gay...?

Eu conheço um amigo que está sabendo lidar com isso, mas, no inicio, ele nos disse “preferia que fosse um Fernandinho Beira-Mar!”... E sofreu o bastante para entender e compreender que ainda se referia ao seu filho, não àquele que um dia fora assunto nas esquinas com seus amigos.

Ainda, contudo, passa por deveras dificuldades em aceita-lo, mas não como antes. O que significa que, ainda que tenhamos medo, e achamos que o inferno não existe, estamos propensos a passar por situações nas quais nem mesmo o grande Ulisses (de Troia) passaria. E passamos! E vemos, depois, que voltar a sermos nós mesmos, é transcendental!

Digo isso porque a aceitação física, ou seja, aqui perto de nós, nos faz temer, até mesmo por preceitos antiquados, religiosos, a pessoa que passa pelo problema de aceitação. O medo é de ser corrompido, ser o “terceiro lado”, ou a negação divina, como diria uns crentes xiitas; o medo é de que nossos filhos, passivos ou não, sejam livres e tomem suas decisões, mais cedo ou mais tarde...

E no passado...

Sabemos que ser o não ser, hoje em dia, um gay, lésbica, homo... Não é nenhuma doença pegajosa, muito pelo contrário. No fundo sabemos que nada mais é que um vaidosíssimo comportamento do homem e da própria sociedade em aceitar alguns direitos.

Sempre houve, em passados muito distantes, humanos além de homens e mulheres. A questão é que quando eram homens e mulheres, não eram mais nem menos que isso; e quando havia o terceiro lado, assumia-se sem dor, preconceitos; e da sociedade, nenhuma discriminação, até que, claro, fizesse algo contra o Estado.

Como na  Roma Antiga, por exemplo, que era palco de grandes heróis, de guerreiros, de mulheres maravilhosas, mas também sabia lidar com essa confusão da sociedade de hoje. Colocava-os em seus devidos lugares, ou seja, não eram generais, nem soldados, pois sabiam que os deuses não tinham o terceiro lado, pois o logus, a que me referi no texto “quarto logus”, não existia! E que decisões, em batalhas, em estratégias, em planos contra o inimigo, até mesmo para tangenciar o país, não poderia ser feito senão por homens reais.

A própria natureza reserva apenas lados femininos e masculinos, mas o ser humano, que possui um certo probleminha com regras universais, ou até mesmo com as suas, há milhões de anos trouxe o terceiro lado – o que confunde a maioria que os defende.

Mas isso não quer dizer a não aceitação do homo, do gay, etc, pois não quer dizer que não possuem alma, educação, caráter, vivência, experiência, amor... Muito pelo contrário! Na atual sociedade, sem heróis, sem generais, cavalheiros, damas..., o que nos falta é humanidade primeiramente. E aceitar – palavra chata – é um ato obrigatório e natural da humanidade.

Crianças...

Mas salientando a confusão de uma sociedade, gostaria de fazer uma observação. É em relação às crianças que passam por tudo isso... É triste, no mínimo. Tenho medo que percam suas identidades, medo que percam a coragem e de seguir com suas próprias pernas, pois sintetizam a indecisão coletiva de um povo perdido entre os tons de cinza!

Na semana, li reportagens de creches que incentivam meninos a brincarem com meninas de bonecas; de meninas a brincarem de carrinhos, tudo, segundo a creche, para “quebrar” um tabu de anos.

Penso que muitos, por meio dessa afirmativa, me vejam como preconceituoso, mas explico: se a criança tem tendências homo..., vai brincar sim de geladeirinhas, bonecas, e vice-versa a menina. Mas se não tiver... ainda sim... seria bom que os acostumassem a brincar com seus devidos brinquedos.  

A educação não pode se perder em devaneios de uma confusão coletiva. Cabe aos pais (que ainda não sabem que seu filho é ou não é; ou tem medo de aceitar...) desvendar os segredos da problemática existencial do seu filho. Se já o aceitou, noventa por cento dos problemas já foram sanados.


Para aqueles que não têm problemas, ótimo. Agora, faça seu filho entender que há leis a serem obedecidas, inclusive respeitar o próximo é uma delas.

Referenciais.

Eu sempre falo em referenciais, mas é pouco quando me encontro em meio a situações como essas, pois não sei como sanar dúvidas de muitos. Mas, mais uma vez, gostaria de dizer... O que nos falta são referenciais. 

Quando uma sociedade não sabe o que é moderno demais, antigo demais para elaborar uma boa educação aos seus cidadãos, é sempre bom convidar alguém que já viveu um passado e dizer a ela o que é realmente Bom, Belo e Verdadeiro. 

A voz da experiência vai dizer que o que é homem aprende valores referentes ao próprio homem, assim também à mulher, que, como já foi dito no texto anterior, sofre em ser feminista ou fêmea, exibindo-se como carne a cães, em internetes, sites pornôs, faces, etc. 

Dirá a grande voz do passado que os deuses e deusas tiveram sempre essências masculinas e femininas, dentro das quais a natureza, a nossa, deve sempre encaixar. Não somente a nossa, mas a de tudo que no universo existe, pois masculino e feminino é apenas um rótulo, não uma lei humana e social na qual interesses escusos tentam se sustentar.



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