quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A Singularidade das Almas

A Alma está em tudo



...Não adiantou muito aquele ditador queimar a maioria dos livros de sua época, a fim de tornar ignorante seu povo, sua gente. Não adiantou muito a Igreja coibir direitos e obrigações religiosas, como se fossem ordens celestes, advindas de deuses pessoais; não adiantou o massacre de milhões de pessoas pelo mal em pessoa, como se fosse exterminar uma raça inteira, e “limpar” a humanidade e iniciá-la do nada, ou melhor, com outra.

O ser humano tem por natureza o começar. Nele, seja estruturalmente, psico e espiritualmente, estamos sempre começando. Não adianta eliminar as possibilidades que acredito serem errôneas, elas voltam com outra face. Não adiantam eliminar um físico, há sempre um “herdeiro” para continuar o que fora deixado; não adianta eliminar uma alma, ela... de algum modo... sobrevive nas pessoas que nela acreditaram, ou, como diria o sábio, a própria alma não pode ser eliminada, ela tem muito que fazer...

E a alma, seja ela individual ou coletiva, tem seus ideais. Não adianta eliminar pessoas e ideias, corpos e mentes, livros e letras, seja em fogueiras imensas, símbolo de uma época, ou seja em fogueiras ocultas, metáfora de uma outra época. Ela está sempre viva.

Há autores esotéricos que dizem que a alma grega não se foi... (a alma coletiva), ela se encontra em países que a respeitam, e que seguem aquela singularidade em leis e princípios que um dia nortearam uma época. Talvez não saibam, mas até mesmo a alma romana, da época de Júlio César, e não me refiro à alma senatorial, mas a dos guerreiros que, antes de seu vínculos com a terra, tinha um compromisso com a deusa maior – a própria Roma, a qual, para eles, era mais que uma ideia, era, enfim, o espírito maior de qualquer cidadão daquela cidade.

Sobre a alma egípcia, não sei, mas deve sobreviver em homens que, às escusas, tentam, a pingo d´água, imprimir seus ensinamentos, baseados nos grandes sacerdotes do passado, os quais deram a espiritualidade jamais alcançada por homem de país algum, seja de uma Roma, de uma Grécia, seja de uma Índia, enfim, até mesmo por países atuais que se julgam “espirituais”, mas que se adentram em confusões de interpretação bíblicas (de todos os tipos), trazendo à tona conflitos religiosos sem fim.

E hoje, quando sinto que podemos respirar um pouco dessas almas, assim com uma brisa que nos passa pelo rosto de vez em quando, sinto em meu coração mais forte, quente, em busca de uma realização só dele. É um trabalho em conjunto... Nossos corações, em sua pureza, ainda que em poucos milésimos, sentem a necessidade de encontrar uma verdade que lhe sobressai, que está além-alma.

Rejeitar essa busca é rejeitar ser humano. É propiciar que ventos separatistas (sectaristas) se aproximem e levem tal brisa para longe. É dizer a si mesmo, “não, quero isso, pois estou conformado com o que me deram”. A brisa, no entanto, vem de um universo misterioso, cheio de intenções de fazer evoluir nossos desejos, nossa natureza terra, e direcionar nossa mente, nosso corpo, nosso mundo ao céu.


Assim, e por isso, desde que aquele ditador enraigado por mudanças frias, natas de seu bel prazer, que queria que o mundo iniciasse a história por ele, esqueceu-se de que as brisas que sopram desse universo oculto revelam verdades antes de qualquer livro, antes de qualquer humano, e caem em consciências já voltadas a busca. Em filósofos. 

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