Folhas ao vento
que se vão,
Nuvens ao sol
que se espalham,
Asas ao norte
que revoam,
Para onde vão?
Flores
perfeitas que decaem,
Ciscos de meus
olhos abertos,
Que caem
incertos,
Em sopros se
vão.
Por quê?
Pingos de chuva
em meu rosto,
Se agrupam e
molham meu corpo,
Encharcam minha
alma de frio,
E transbordam
ruas feito rio...
O que são?
Salivas que
saem de minha boca,
Turvas dores de
meu coração,
Clamam ao céu
respostas,
E quando de
paixão se movem,
Desfazem
lágrimas sem ação.
O que faço?
E o céu se move
como ontem,
A terra tão
fértil sem parar
Sorria abaixo
do Arco,
O que há nesse
olhar?
Sei que um
pingo nos traz o oceano,
Das menores
nuvens, o mar.
De uma asa
solitária,
Ao fim do dia,
Um poeta dizia
“que venha a
passarada ao meu lar”.
E no jardim de
tua alma...
Linhas deságuam
na imensidão,
Torneadas pelo
vento,
Que me
aproximam do teu corpo,
Que alimentam
meu gosto...
Canção.
O que fiz?
Como santidade
eu te toco,
Cheiro como
jardins,
Se infiltram
como planos,
Me desmontam no
fim...
O que faço?
Jogo-me na
escuridão da tarde,
De olhos
fechados ao chão,
Esvazio minha
alma de dores,
Espero teus
lábios, em vão.
Percorro as
esquinas da vida,
E as tuas, que
se vão,
Alimento-me do
teu segredo,
E com meu
cetro... Paixão.
Para onde vou?
E os mistérios
continuam,
Entre almas que
suam,
Que soam, que
sangram,
Em desejos
ímpios,
Segredos
libidos,
Amores férteis,
Que são meu
vinho, meu pão.
O que sou?
E na dança do
Vento
Baila como
rosas na primavera,
Me congelam no
outono febril,
Me caçam como
leões doentes,
E você, uma
hiena ardente,
Sorria em meu
canto ardil.
Como eu te amo,
minha senhoria,
Que não clama
meu nome em vão,
Pois rebenta a
porta de minha áurea,
Com a violência
de uma brisa em
Formação...
Grande sol se foi,
a tarde se baniu...
Teus olhos sob o meu
Não eram ilusão,
e sim, castanhos sonhos
de deusa febril.
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