Rebeldes com armas de grosso calibre: inocentes. |
EM se tratando de guerras civis, geralmente só coloca mãos alheias quando há crimes praticados fora dos limites da própria guerra. Como assassinato em massa de crianças, de jornalistas; quando há provas
de genocídio voluntário, praticado por governantes que abusam do poder de fogo,
que é o caso do ditador em voga, Bashar Al Assad, que, para não ser deposto,
comete crimes além-guerra.
Dessa forma, os Estados Unidos, o Grande Pai moderno, munidos de toda artilharia,
convoca todos os países com a finalidade de fazer o ditador honrar o
compromisso bélico como se faz em toda guerra civil. Porém, como todos sabem – como fora relatado aqui --, ditadores ditam a regra, e não cessam em
acreditar que o mundo nasceu a partir dele, e, mesmo sabendo das
regras, viola-as ao seu bel prazer, ou, como no caso de Al Assad, para governar
para sempre em nome da miséria humana...
O Fio...
O Fio de
Ariadne, nesse ponto, torna-se inviável de procurar a partir de
elementos expostos pelos assessores do
presidente americano Obama, pois o que se pretende na realidade é fazer valer
os valores americanos (como todo presidente americano diz, antes de invadir um país...), o que é diferente dos demais povos. Um pecado mortal.
Quando se fala em valores, se eu não me engano, deve-se lembrar
de que, no passado, não muito distante, poderíamos nos referir a algo que fosse
comum ao mundo, ao universo, a tudo. Não apenas aos americanos do Norte ou do Sul.
E isso ficou bem claro na história da humanidade quando os
romanos tomavam cidades, e nelas levantavam suas bandeiras e símbolos. Mesmo e
apesar disso, todos os que naquela cidade eram “reféns” não deixavam suas
culturas para adentrar na romana... Pelo contrário, era contra a lei do
colonizador.
Roma decidia que a cidade era dela, no sentido material, mas
na essência não. Sabiam os romanos que não poderiam tomar a alma daquele povo,
e por isso pretendia-se apenas lidar com o lado terra, não céu. Aqui, nesse
aspecto, pedia-se, claro, o respeito às leis, que eram universais, mas ao mesmo
tempo mal compreendidas pelo colonizado...
Claro, ninguém gostaria de ser escravo fosse de qualquer
maneira, ainda que sua cultura fosse respeitada. Mesmo porque se estava na
cidade em que o cidadão havia nascido... crescido... e se tornado filho da
pátria. Os romanos assim o viam, mas ainda sim atrapalhavam...
No caso da Síria, o medo de uma invasão, seja por qualquer
motivo (gás, crimes, genocídios...) já nos faz pensar em guerras passadas nas
quais os americanos tentavam impor limites democráticos, como o foi no Iraque.
Tanto que, após dez anos da invasão naquele país, americanos que eram a favor
da guerra, sentem, hoje, que não vale à pena convocar um soldado, fazê-lo ir à
guerra, matar inocentes, outros poucos culpados, e às vezes, não voltar,
custaria não só ao Estado milhões de dólares, como também às famílias...
Saudade dos filhos.
Hoje se fala que o ditador usa armas químicas a vencer
apelativamente a guerra, que já não faz mais sentido. E por ser uma guerra
assassina, ou seja, sem regras, as Nações Unidas pede que o ditador seja mais
comedido, e os Estados Unidos, não acreditando, pede uma invasão... mesmo
porque há tratados, que fizeram sentido, depois da Segunda Grande Guerra, que
diziam que tais armas usadas em guerras eram crimes contra a humanidade...
E eram. Mas, uma pergunta sobrevoa a tudo isso... Esperar
que se usem armas químicas para invadir um país que, por si só, já não
necessita de guerra para se desestruturar, pois se armas de grosso calibre são
usadas a todo instante, eliminando inocentes que há muito não usavam, armas químicas
vai fazer diferença?
A solução vem do frio, como já dizia o poeta. Mas o fio de
Ariadne não. Este vai de encontro ao que todos os homens de bem o quer. A
realidade é que há homens que querem a guerra, em razão de ter a certeza de é
um grande comércio de armas por trás de tudo, mas outros sabem que a
necessidade dela não existe, pois já morreram muitos civis, soldados, e que a
solução pode vir com a consciência de alguma das partes – da população que luta
armada ou do ditador e suas manobras escusas, a fazer de tudo para não ser
deposto.
Nesse caso, fica difícil, pois nenhum cidadão sírio quer
entregar o país a Al Saad, ainda que a guerra perdure; e o ditador, enquanto
houver possibilidades bélicas a seu favor, não deixará o cargo. A solução
realmente pode vir do frio. Vladimir Putin, presidente da Rússia, ao contrário
das medidas visivelmente precipitadas do presidente americano, Obama, dizia que
não aceitaria qualquer intervenção ou não acharia justa, se provas de gases
químicos não fossem concretas...
Enfim, após repensar, tiveram um tempo, refletiram e
entenderam que a natureza de uma invasão é mais complexa do que se pode
esperar. E dentro desse contexto, assopraram da assessoria do presidente uma
reles solução... Pedir ao ditador que entregue as armas químicas, de modo que
elas fiquem ao resguardo da ONU...
Não sabemos se o fio de Ariadne se esconde nas mãos de
pessoas que querem uma batalha calma ou uma guerra estúpida, nas quais pessoas inocentes
que não têm nada a perder senão a própria vida, mas uma coisa é certa, só
existe um meio de exterminar com a injustiça de um ditador. É cortando o nó de
suas falas e ameaças, incutindo a Justiça real, aquela que revela que aquele
que invade o país do ditador é a mesmo que invade uma pequena injustiça e a
desfaz.
Não queremos que um país invada o outro para embutir seus
valores ou usando leis arcaicas para tanto. Se dissessem... “vamos invadir,
pois há pessoas como nós, morrendo de forma cruel, sem chances de revido”. “Vamos
invadir, pois de ditadores o mundo está cheio. E não precisamos de mais um”. “Vamos
invadir, pois como dizia os gregos, ‘se queremos paz, preparemo-nos para a
guerra’”. Ai, sim... O novelo do fio estaria por vir.
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