quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Terra, Água, Sol e Vento, Um Sopro de Vida.

Os Quatro Elementos. Componentes de Deus.







E sol nasce por ele mesmo, adentrando em astros como a lua e em estrelas estáticas, num universo tão presente. Ausente apenas a brisa no espaço, dando margem ao vácuo, ao não ruído. O silêncio de uma respiração divina se faz.

E a brisa, ao descer do abrigo do espaço frio, torna-se vento; e por momentos, ao passar pelas surdinas, por janelas infinitas, se vai. Torna-se vento forte, levando a moça do rio, o homem na chuva, a poeira no rosto, o assopro à ferida.

Vem a tarde. Vento que debruça o capim e a vara forte; sol que machuca terra seca; homem que morre em busca de água. Trovão. Esperança na lavoura, cansada de morrer à míngua pela falta de terra, de água e vento.

E na montanha fria, tão fria pelo vento que vem do norte, nasce o homem forte, que sobe o pico, e, na escalada ao mundo gélido, sorri como menino em montanha-russa. Nela, o pássaro passa; um voo raso ao lado da cria que grita, pede, clama, e em nome do instinto cai do ninho, machuca-se, e morre.

A montanha obedece ao céu. Assim como a árvore que sobe com suas galhas, frutas que descem na gravidade caem na terra malvada, que envelhece o fruto, comido pelo fungo, pelo verme que passa, arrasa e desfaz a matéria.

Da matéria vem a tensão...

A tensão da árvore ao receber o vento, do lírio que se inclina com a brisa, da água que rebenta o dique, da lágrima que, roliça, cai dos olhos humanos, em nome de um coração ferido. A tensão dos pássaros, da folha que cai, amarela, envelhecendo e sendo levada pelo pequeno sopro da vida.

Nasce a matéria humana, como um girino no útero da mulher, chora feito um pequeno animal sem dor; vai ao peito por instinto, alimenta-se como um leão sem juba; cria corpo, desenrola-se em braços, pernas, sorrisos, choros, e obedece sua fome.

Cresce, se fortalece, cria o racional, inteligência, busca, e vai atrás do que seu coração pede: amor. Vem a experiência da guerra contra si mesmo, amadurece, reflete, abraça, vê, sente. Anda em seu caminho, não mais do pai. Sonha, realiza, vive e sobrevive. Se cansa, senta-se, enruga seus olhos e pele, mas não sua alma.

A busca se faz; o encontro demora. A luz do nascimento, não apreciada no inicio, vem como a do sol, como uma coroa dourada na cabeça do homem. Sem sorrisos, sem lágrimas, sem sonhos. Apenas o mistério em partir para um novo início, por trás das cortinas da visão.

E o grande sopro da vida se faz. 

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