O Filósofo e o Mundo: Ondas e Rochas |
É sempre bom nos remetermos à metáfora criada entre ondas e rochas. Ondas que, violentamente, saraivam
águas torrentes, com intuito de quebrar-lhe o mínimo possível de pedras que a compõem.
Somos nós, dentro de nossas possibilidades, tentando lidar com o dia a dia e
com seus desacertos, os quais, de alguma forma, no batem, e chegam a nos violar
a personalidade enraivada de forças, mas que, com o tempo, pode ceder.
Temos que ser fortes, firmes, naturais, invioláveis, como as
rochas que nasceram com essa natureza. E assim, são os filósofos, que não se
deixam ser corrompidos com princípios alheios, com opiniões fortuitas, nas
quais a imbecilidade paira em suas sombras quando colocadas a esmo.
E por isso se deve observar as intensões de indivíduos que
acreditam ter a verdade, a espiritualidade e o próprio bem em forma de palavras
elegantes, caráter elástico, mas que conquistam a todos, menos aquele que
entende que a busca sem amor é vã.
A busca, com meios
tortuosos, com fins de maquilar a verdade, como no passado o fora com os
falaciosos, só vale para uma sociedade que não quer entender que o principio de
tudo pode ter como espelho o próprio microuniverso do homem. Ou melhor, este
com imagem do principio de tudo.
O que, para nós, significa começar a entender melhor o ser
humano, sua cultura, seu intimo, no sentido religioso da questão, seus poderes
latentes, seu papel na sociedade, no mundo e no universo. Não separá-lo jamais
desses quesitos.
Fica mais fácil, no entanto, entende-lo em uma sociedade,
pois há quem diga que o homem é fruto do meio, o que para mim não é verdade.
Acredito na tradição, a qual diz que o homem é fruto de suas ações, sejam elas
consequentes ou não. Acredito que não há o “por acaso”, como dizem, e sim o “porque foi
necessário, justo”, mas que, a depender de tal premissa, podemos de alguma
forma, com nossos próprios atos, por meio de vontades, mudar nosso destino.
No sentido religioso, o homem atual se confunde com suas próprias
consequências. Prova disso são conflitos entre cristãos, muçulmanos e judeus em
torno de uma bíblia que prega a paz, o amor e bem a todos. Está certo que,
ainda que sejamos de ruas diferentes, entendemos de maneiras diferentes as questões,
então, não se pode pedir compreensão às culturas em torno de algo que exige
profundidade humana... Nunca terão.
As preocupações, pelo que temos percebido, são de proteger
politicamente Igrejas, Palavras, Santuários, os quais foram citados em versos bíblicos,
os quais, mal interpretados pelo tempo, causam danos a gerações.
O filósofo, na história, sabe que há a necessidade de cada
cultura lidar com seus referenciais. No entanto, não se pode cair em armadilhas
culturais, históricas, nas quais o maior de todos os problemas não é a
incompreensão, mas a falta de simples questionamentos, tangíveis, que servem
para melhorar ou balançar a estrutura, no bom sentido, da humanidade.
Se isso fosse possível, talvez, teríamos caminhos, antes
percorridos erroneamente, hoje, bem traçados e percorridos pelo homem atual.
No universo, por mais difícil que seja em visualizar, mais
ao mesmo tempo tão inata quanto os valores, pode o homem se sintonizar, porém,
não a curto prazo, pois, mesmo os filósofos distantes, que tinham como ideia o
homem como um microuniverso, sabiam que tal ideia não “pegaria” tão fácil assim,
pois somente alguns discípulos puderam ver e entender que tal realidade só se é
possível aos iniciados, ou aos que nela acreditam como evolução do homem
religioso. Não o de hoje.
Nesse grande manto, o universo, tão misterioso quanto
qualquer vida além-vida, não se pode dar passos além estrelas, com intuito de
descobrir se há ou não vidas além universo, pois propiciamos com isso a miséria
em larga escala, pois esqueceremos do próximo, e de nós mesmos.
É um belo assunto...
Vamos quebrar essa rocha!
Nenhum comentário:
Postar um comentário