quinta-feira, 13 de março de 2014

Rios Cansados

O cansaço vem e as palavras com ele.



Fria em gelo seco, esperas se vão.
Neros se formam em penumbras,
Tumbas se abrem em nobre falso,
Escuridão.

Luas se caem em noites gélidas,
Sóis se calham em selvas e brumas,
Horizontes se vão tão curvos,
É a solidão.

Matas se espelham no alto em mão,
Curvas se fazem, estradas, ferragens,
Alhures se perdem cegos,
Pavão.

Sons se estranham em verso,
Na aguda essência que se foi,
Universo infinito mudo,
O que queres que sou?

Amantes em folha verde
Num rio prata da noite vêm,
Respiram lentos o amor da vida,
Que se esvai ferida,
Pelos homens que não a tem.

E a montanha se cala ante a tudo,
Espera o dia nascer querido,
Cheio de brisas, ventos líricos,
Aludo.

Rosas presas à terra tocada,
Em cores virgens em tons de marcela,
Colírio aos meus pequenos,
À tua parte donzela.

E nela se vai meu coração vazio,
Minha alma pobre e vadia,
Que um dia, se foi fria,

Tão imortal pelo tempo,
pelo Rio.

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