quarta-feira, 26 de março de 2014

Para a Preservação da Espécie




Há sempre os dois lados. Pense.




Muitos não acreditam, mas a preservação da espécie realmente depende de nós, seres humanos. Não estou a me referir a animais, plantas, pedras, planetas, mas a comportamentos necessários a um bom relacionamento, no qual somente o equilíbrio humano é ferramenta desejada, porém de difícil acesso.

Falo da paciência, do dom de ver os dois lados da moeda. Não há outro meio pelo qual conseguimos nos preservar, pois precisamos urgentemente, em nome de nossa sobrevivência, buscá-la. E em nome dela, Epiteto, grande filósofo estoico, já dizia que “tudo tem dois lados”. É vero.

Na história de cada um, no ver a vida de cada um, podemos sempre entender o leasing acima, e dentro do que temos, respeitar, aceitar, conviver e viver o que mais amamos, a própria vida com alegria. Não é um sonho, é real.

Um exemplo prático.

Se somos chateados por nossos irmãos, recebemos toda a carga astral daquele momento, em que duas ou mais pessoas discutiram, se elevaram emocionalmente, e caíram em pensamentos frios, desagradáveis. Pode-se nessa circunstância levar o lado da mágoa ou tentar entender que, por ser irmãos, há laços que os ligam e que os fizeram crescer juntos. Não há motivos para prosseguir com pensamentos que os separam, e os fazem odiosos pelo resto de nossa existência.

Muito pelo contrário.

As discursões, na realidade, por mais afincadas em terrenos crus, podem e devem salientar ensinamentos a qualquer das partes, sejam amigos, irmãos, maridos, esposas, enfim, de modo que possam, no mais tardar, trazer à tona mais paciência, mais amor, e carinho a todos.

Claro que há discursões que nos fazem mais atentos, como se fossem escudos invisíveis, mas também nos fazem cruéis, a ponto de, antes mesmo de iniciar a batalha, já estamos ferindo o suposto inimigo.

Na verdade, não há inimigo concreto, e se houver, há aquele criamos, educamos, alimentamos, e o tornamos mais fortes para explicitar os nossos piores sentimentos. E assim, o desiquilíbrio nos vem em forma de discussões, brigas, separações, maltratos, etc, fazendo-nos pensar duas vezes antes de jogar a funda no gigante imaginário, o qual não era imaginário, nem mesmo gigante, e sim um ser humano tal qual a você.

Entre Amizades...

É algo mais comum, no entanto, podemos usar do mesmo artificio, porque há possibilidades inúmeras de criar meios separativos entre as partes, por mais amigos que sejam. E o  mais comum, em geral, é por causa de coisas pequenas, como falatórios, brigas por mulheres, brigas por futebol.

O certo, nesse caso, se não moram juntos, seria cada um, em sua consciência relativa, ir para seu lugar, pensar naquilo que os fez unidos, na grande amizade que independe de futebol, mulheres, coisas materiais, e preservar a essência dela, ou seja, no dia em que os dois começaram sua longa conversa, e o que até hoje os mantém.

Casal

Nesse caso, há enciclopédias, psicólogos, sites, blogs, faces da vida e da morte, com intuito de resolver não só brigas entre casais, mas batalhas dantescas das quais, nem mesmo quando das cavernas, o homem conseguia tantos motivos.

Mas precisamos acreditar em nós, em nossa capacidade de sermos felizes, seja individual, ou mesmo coletivamente. Não somos monges, então seremos obrigados sempre pensar em outros além de nós mesmos. Buscar uma deixa, com intuito de sorrir mesmo com balas passando em nossos rostos – não literalmente, claro!

Mas entender que não vivemos sozinhos, nem mesmo quando nascemos ou quando morremos. Há sempre alguém, assim como sempre haverá, nos auxiliando, dando-nos a mão, nos levantando, carregando, por mais grosso, infiel, altruísta, nefasto, ignorante que sejamos naquele dia.

Em casal, há uma vertente natural que nos une. E devemos buscá-la todos os dias de nossas vidas. Não importa o que seja, mas que, se estamos (ou se você está) até agora com pessoa amada, mesmo com todas as brigas, desamores, batalhas, dores, é porque se sabe, no fundo, que a vida precisa ser assim. Só não podemos fazer das batalhas um cotidiano, mesmo porque nascemos em paz, e vivemos em paz, para que, um dia, possamos morrer em harmonia com Deus, e com todos que ficaram.

Basta o equilíbrio do pensamento.

Há laços físicos, sim; mas esses laços se vão com o tempo. Há laços psicológicos, mas estes, como toda certeza, vão nos fazer mais volúveis com o tempo, pois um quer ser mais que o outro, no sentido de ser mais inteligente, informado, racional, menos empírico. A separatividade se inicia. E os olhos não são mais os mesmos, as conversas se reduzem a meras frases de efeito emocional; saídas individuais...

O que fez o casal se unir? Será que foi a caneta do cartório, o padre da igreja, com promessas cristãs? Não. O que os fez religados, não ligados, foi um universo que uniu as mesmas estrelas, os mesmos planetas, os mesmos átomos, a mesma semântica natural da vida. Foi o mesmo universo que reuniu, por meio de sua Vontade, sem a casualidade humana, o oceano primordial vital, que nos banha com seu grande Amor.

O Fim da Tormenta

Seja qual for a razão de nossos lamentos, temos que entender que há sempre dois lados da moeda. A vida e a Morte, a nosso ver, podem ser os dois lados. Para muitos, inclusive para mim, é apenas um, e tenho motivos para tanto. Mas se o vir desse modo, melhor, pois nos faz reflexivos em relação ao que podemos “encontrar” do outro lado, e isso incita o medo, o pavor, a sensação de castigo, ao que fazemos em terra...

Por mais pessoal que seja o pensamento, nos ajuda viver em relação ao próximo, não apenas em relacionamentos, mas em sociedades, em comunidades, pois o medo também é humano, quando levado para o lado estratégico da palavra.


Para o fim dessa tormenta, no entanto, precisamos colher humanidade para que possamos distribui-la. Não adianta, somos humanos. Se quisermos ser bem tratados, como humanos, temos que sê-lo. 



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