A Ataraxia não é o símbolo do filósofo. |
"Não sou um sábio, sou um filósofo" (Pitágoras)
O Filósofo, aquele que anda de acordo com seus princípios,
que opina baseado em suas premissas internas, nunca dá um passo para trás. Suas
convicções, ao contrário daquele que se intromete deliberadamente em assuntos
alheios, são seus ladrilhos, são seus tijolos de um castelo que ele mesmo
construiu. Por isso, é Filósofo.
Atualmente, quando se fala em filósofos, se teme. Pois temos,
aí, uma palavra que, ao ver de determinados grupos, significa não crente, ateu,
ou mesmo aquele que não faz nada por uma sociedade que dele precisa. Na
realidade, quando um filósofo é criticado, podemos dizer que a mesma sociedade
ou grupo que o critica são tão perdidos quanto o primeiro, porque temos aí
homens que vieram com a ânsia de modificar uma estrutura para o Bem, sempre
levando em conta o artigo mais difícil dela: o homem. E nunca foram
reconhecidos por isso.
E assim, como sempre se diz, cria-se premissas, diálogos,
caminhos com o intuito de conhecer esse microuniverso (o homem), com vistas a modifica-lo;
porém, como o Universo é uma roda cujas extremidades possuem seus altos e
baixos, e nesses dois extremos temos filósofos e “filósofos”, é natural colocar
em dúvidas palavras que foram ditas no passado na boca de homens que se
prejulgam detentores da verdade...
O filósofo real não é dono da verdade; mas a busca incessantemente,
doa a quem doer. E, com esse propósito, em épocas nas quais ladrilhos há
somente com intuito de passar homens incrédulos à sua mudança, as dúvidas são
mais que normais; são necessárias. E por ela, a própria sociedade cria em seu
âmago outra necessidade... A de ir em busca das verdades básicas nas quais ela
própria é a coadjuvante.
Enquanto se busca as verdade básicas, como a mudança de
governos corruptos, liberdade de expressão, respeitos aos valores sociais,
religiosos, enfim, ao que agrada ao olhos do primeiro expectador, o filósofo,
que se sintoniza com a natureza que o cerca, que tenta compreender a si mesmo,
no sentido de compreender o próximo, parte para de um ponto mais vulnerável,
mais difícil de lidar, tão latente ao olhos do externo homem, que chega a ser
utopia quando se fala em “Conhecer a Si mesmo...”.
No entanto, considera-se atemporal toda a busca. Pois não se
pode dizer que se resolve problemas a curto prazo quando a proposta é o próprio
ser humano. Daí as críticas. Mesmo assim, pode-se dizer que está dentro do leque
filosófico reações contra ao que se pode expor, pois ninguém, às vezes, nem
mesmo o mais intelectual dos homens acredita.
Ponto Forte
Um dos pontos fortes do filósofo não é somente ser um
ignorante que busca, que ultrapassa os limites reais do visível, mas a alegria de
viver, de ir atrás dessas novas cortinas que lhe darão novas cortinas para
abrir novos universos a decifrar. Tudo isso dentro do que lhe compete, ou seja,
conhecer a si mesmo a fim de que um dia, se é que haverá, possamos partilhar
com uma sociedade mais forte o que tanto sonhamos.
E dentro desse ponto, o que me consta é ser forte em meio
aos “detentores da verdade”, que já nascem sabendo, ou possuem filhos com tal
talento, que, por serem detentores desses valores, não opinam, ou mesmo buscam,
pois não precisam.
Por essas e outras, deve-se manter a raiz da busca latente,
sempre em sintonia com a natureza, com os homens de bem, com aqueles de caráter
elevado, e fazer de nossa busca, por mais tosca que seja, uma busca maior que
nós mesmos, de modo que sejamos, sempre em épocas como essa em que vivemos,
apesar de tudo, honrados.
Questionamentos
Nada tira do homem natural, no entanto, o poder der ser um
filósofo, pois o somos de forma inata. E isso me lembra quando um dia aludia acerca da Bíblia junto a um amigo, dentro de um ônibus. Ele, fiel aos conceitos cristãos,
me ouviu falar acerca do primeiro filósofo, que, segundo a tradição, difícil de
dizer quem é ou era, pois nascemos todos com inerências de questionadores de um
mundo, sociedade, vida, e quando falei do primeiro filósofo, nesse sentido, ele
me disse... “Então, Adão foi o primeiro filósofo?”... Eu tive que rir e
confirmar!
Então, quando respiramos o primeiro ar, quando iniciamos
esse processo de seguir a vida como ela é, com nossas intuições primárias e
primitivas, temos em nós uma fatalidade... a de sermos filósofos. Pois nada nos
passa, e questionamos, vamos atrás, seguimos, batemos a cabeça e seguimos com
ou sem dores.
É belo por excelência, é real, é humano.
E como Epiteto
diria...
O Filósofo, aquele que anda de acordo com seus princípios,
que opina baseado em suas premissas internas, nunca dá um passo para trás. Suas
convicções, ao contrário daquele que se intromete deliberadamente em assuntos
alheios, são seus ladrilhos, são seus tijolos de um castelo que ele mesmo
construiu. Por isso, é Filósofo.
Vamos brilhar no escuro.
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