segunda-feira, 31 de março de 2014

Cidade Proibida

À feminilidade da mulher.



Sobrevoei teu corpo sem maldade,
E ao pousar em tua cidade,
Invadi seu aeroporto.
Adentrei em teu porto,
E naveguei em teu juízo...
Subi em teus edifícios,
Desci ao chão de tuas cascatas,
E na tua arena,
Foste a minha valquíria
Que cavalgaste sem fim.
Colhi frutos em teu pomar,
Surfei em tuas ondas,
Amei o teu amor, sem amar;
Deu-te luas e sóis distantes,
Ao passo, vidas errantes,
Como espírito em mim
A zombar.
Me deste um lar,
E dele eu saía
Tal menino vadio sem rosto,
Que nascia.
Que morria em seu corpo,
Além do palco que se abria,
E por meio dele,
Somente dele,
Prometeu, 
A peça que eu via.

Percorri tuas estradas,
E nelas perdi minha vida,
Colidi com  meus sonhos impuros,
E com o céu que me cobria.
Voltei ao teu mundo de amor,
Surrupiei o pouco que tu tinhas,
Recebi o fogo entrelinhas,
Tornei-me o rio que corria sozinho.
Recebi o teu ninho...
Contudo, embarquei em teus lábios,
Tão meus quanto livres eram,
E em razão de teus lírios que brotavam,
Cantei a canção que em presença
Gritava...

Te amo.

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