sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A Grande Caverna Genocida

Democracia. O pior dos sistemas?



Um dia, passou num programa global um ensaio do que era a metafórica Caverna à qual Platão se referia em seu livro “A República”. Para isso, convidaram uma filósofa (dessas contratadas, editadas, e que pensam apenas no que os dirigentes querem...) e nos mostrou, com toda sua pompa, uma grande caverna, na qual trabalhavam carvoeiros, esses homens que nela entram bem de manhã, e dela saem apenas quando o sol se põe...

Em uma entrevista a um dos trabalhadores, ela sorria ao seu lado, e como era de manhã, pudera ver a hora em que ele entrava, mas também em que ele saía. O pobre homem, tão humilde, dizia que pelo seu emprego daria tudo. Ou seja, não sairia dele por dinheiro algum. E no final da reportagem, via-se um ser orgulhoso ao entrar em sua caverna, trabalhar, e sair apenas quando o apito do patrão soasse...

Não sei se isso serve de parâmetro, mas vejo que não só ele, mas há muitos que desejam o que ele deseja: não sair de seus empregos, pois o que lhes resta de dignidade está lá... Dentro. Porém, se visualizarmos de modo simbólico, tendo como referência a grande caverna mitológica do mestre Platão, estaremos nos colocando em um contexto em que, até mesmo, nós podemos estar dentro de um meio, achá-lo incômodo, dele reclamar, porém, jamais dele sair. Porque acreditamos, piamente, que dependemos dele para nossa sobrevivência...

Na maioria das vezes, é uma realidade. E o exemplo maior disso tudo talvez seja o próprio sistema em que vivemos, a Democracia, no qual aprende-se a odiá-lo pelas desonras que nos propicia, além da falta de valores que, no passado, permeavam. E hoje, tais valores não significam muita coisa, quando percebemos, por meio dos meios de comunicação, que a tolerância nossa de cada dia é a nossa arma.

Mas até quando?

Ainda ontem, um deputado que fora cassado pela instância maior do Judiciário, tinha sido preso em um dos piores presídios da capital (Brasília), e, como todo malfeitor, fora perdoado pelos seus camaradas na Câmara dos Deputados.

Natan Donadoni, preso por peculato e formação de quadrilha, é mais um dos que seguirão felizes, graças a uma democracia que produz uma constituição, faz seus filhos a respeitarem, e seus donos nela pisarem.
A tolerância a regimes como esse faz com que saibamos que há uma grande caverna, que nos alimenta, nos veste e nos dá bons empregos, mas ao mesmo tempo nos pisoteia, nos rouba, e, na maioria das vezes, nos faz eleger assassinos, dos quais saem mais assassinos de gerações.

O apelo à decência, à ética, à moral fica sem sentido.  É como se pedíssemos aos nossos pais, que estão a passos de nós, que nos ensinaram, nos amaram (e que nos amam), para viver em função de algo que a eles é inerente.

Talvez seja esse o nosso mal. O que nos faz “achar” que os eleitos democraticamente são pessoas éticas, seres humanos reais que nos representam; que estão por fazer seus ofícios (antigamente sagrados) do mais humilde ao mais rico, do mais ignorante ao mais sábio, mas que faziam por obrigação, pois escolheram estar ali, a nos representar em qualquer sentido, principalmente humano.

Mas é uma falácia acreditar que deputados e senadores, presidentes, governadores são melhores do que o mendigo que está debaixo de uma ponte, até mesmo do que um homicida preso à espera de sua soltura.
São genocidas em potencial todos estes que governam em um sistema que dá brecha para a corrupção e liberdade a hitleres travestidos. Pois, enquanto houver mais pobres e negros encarcerados, e gatos pingados de um ou outro parlamentar preso... Não se deve dar credibilidade a qualquer sistema semelhante a este.

A Caverna é real

Olhando por esse lado, fica fácil identificar os amos da caverna. Parece- nos a decadente Grécia, na qual Sócrates fora obrigado a tomar cicuta. E mais, sinto-me como um “pequeno sábio” em meio a um emaranhado de pobres homens que desejam ficar dentro de uma caverna que os massacram, todos os dias.

Vejo não só aquele trabalhador amar sua caverna, mas todos. Do menor ao maior, do sem escola ao mais graduado, do pensador ao mais racionalista, do varredor ao presidente... Todos amam a grande caverna, mesmo porque a falta de consciência gera obediência, enquanto a outros, sem ela, não seriam poderosos. Sem nós, eles não existiriam...


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Simples Organizações Complexas

O Pensar é de todos. Refletir para alguns.



Quando uma organização se faz, não se faz por si mesma, algo por traz dela impõe uma inteligência sutil, em que estruturas são erguidas, bases são feitas, paredes são levantadas, tetos são colocados... Depois, pessoas vocacionadas são chamadas, limites são impostos, leis são obedecidas, princípios se tornam leis e um caminho a essa organização é dado.

As organizações filosóficas do passado, nas quais Sócrates e sua filosofia eram referenciais, ou pelo menos, a essência do pensamento tradicional era o núcleo, tiveram um papel fundamental para a evolução humana. Seus caminhos, para o alto, para cima, para o sagrado. Seus princípios, os mais humanos possíveis. Seus organizadores, mestres iniciados em mistérios ocultos.

Eram escolas nas quais o indivíduo (que vem de indivisível...) entrava, aprendia, se iniciava, e se tornava outra pessoa. Ou, quando deixava sua escola, antes do momento final, ainda sim, tinha consciência de um mundo que precisava ser mudado, no tocante ao seu valor.

Nelas, nas escolas, dirigidas por sábios, não cabia o pensamento mundano, mas a percepção de valores que ele, o mundo, nos dava, quando em sua decadência nos fazia (e nos faz) refletir. E o candidato à iniciação, ao passar pelas provas internas, sabia que o mundo necessitava religar-se, compor-se, elevar-se. E por isso, estavam ali. Pela necessidade de religar-se com Deus, pois Ele estava sendo esquecido.

Contudo, alguns desavisados de plantão, como sempre há em todas as épocas, não poderiam saber, como um todo, nem mesmo em particular, acerca do que acontecia nas dependências de tais escolas, pois, se houvesse essa possibilidade, chocar-se-ia com o que era dado pelos mestres e pelos educadores do mundo velho, e a finalidade daquela instituição, como sempre aconteceu, cairia do precipício.

Mas infelizmente desses desavisados, agora mal informados, alguns mais do que outros, tiravam conclusões precipitadas a respeito do que se realizava nas dependências das escolas; e como toda precipitação, destruíram algumas instituições que, segundo eles, eram de outro mundo. E eram.

Não se poderia comparar o que se dava em aulas normais a alunos normais, com discípulos das escolas de iniciação. O que poderia ocorrer, no mínimo, era uma avalanche de devastações no que se referia ao ensino interno.

Mesmo e apesar de..., hoje usufruímos de homens que respeitam as disciplinas antigas, contudo, para efeito prático, quase ninguém. Era realmente necessário que houvesse uma tangente ao que recebíamos (e o que recebemos) como educação.

Pois, para inicio de conversa, toda e qualquer tipo de educação era dada antes de qualquer formação, fosse um rei, rainha, um pedreiro, barbeiro, de modo a serem não só melhores no que faziam em suas profissões ou cargos, mas principalmente com pessoas.

ROMA

Houve vários exemplos de generais romanos, que se confrontavam com o inimigo, mas, não como qualquer general, tinham suas estratégicas, suas disciplinas romanas, baseadas em sua grande e cultuada educação; enquanto, em outros povos, não tendo como ser (ou ter), entravam em batalhas com a forma do físico, da estratégica fria, sem disciplina, apenas para vencer e conseguirem a liberdade.

Diante de tais exemplos, ainda hoje tentamos compreender o porquê alguns povos foram melhores do que outros em batalhas, mesmo com exércitos reduzidos, porém com homens cientes da vida e da morte. Cientes principalmente da morte.

Para isso, deuses e deusas eram clamados e ritos em seus nomes eram realizados, mas a grandeza desses atos não iremos compreender, pois governos posteriores queimaram e mudaram a história com a finalidade de elevar somente suas pessoas, não seus atos em relação às divindades. Foi a derrocada da civilização.

A QUEDA

Outra derrocada, no entanto, fora a mudança de comportamento com relação ao sagrado. Um professor meu de filosofia, tão esperto em assuntos relacionados a Roma, me disse um dia “... o Banho quente matou Roma”... Outros, menos do que ele, disseram... “A falta de patriotismo a matou”... Referia-se aos soldados romanos, que, na maioria das vezes, eram repatriados, ou seja, eram de outros países e depois se iniciaram como soldados romanos...

Porém, não o eram em sua essência. Ou melhor, não entendiam o que era ser... Romano. A agua quente?... Acredito que o grande professor estava sendo simplista ao tentar explicar o comportamento leniente do grande império, que um dia reinou por mais de setecentos anos. Dizendo que “banho de água quente”, como hoje, relaxa. E, em sua opinião, o Império Romano relaxou em todas as frestas, não só no recrutamento dos soldados, como também, ou principalmente, no quesito religião...

Quesito este talvez mais responsável pela queda de Roma. Para o professor, depois de abrir brechas ao Cristianismo, e sua desestrutura que mais tarde se estruturou, o qual tomou pontos principais com seus fiéis, o grande império ruiu e hoje só temos belezas externas de uma época que nos ensinou tanto...

O aprendizado.

O que eu quero dizer com isso? Que para se sair de uma caverna é preciso ter cautela. Não precisamos mostrar que somos idealistas, mas sim respeitar o que o Ideal quer. Ou seja, abrir devagar nossas possibilidades de sair de nossas prisões. Se sabemos que somos prisioneiros de um mundo obscuro, sem base, decadente, em primeiro plano devemos saber resgatar nossas teorias a respeito do que é Ideal.

Se temos a certeza do que queremos, não vamos abrir mão disso, porque já estamos dentro do que muitos não estão, ou seja, de uma verdade imensa, que nos faz se um tanto quanto conscientes do nosso papel ante à vida.


E a vida, essa fresta enraigada de mistérios que carregamos em nós, deve-se ser a ponte entre o que queremos e podemos. Contudo, antes de tudo, temos que ter a certeza do que somos, se não a luta não tem por quê.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Consciência das Algemas


Cada um, do seu modo, pode ter a consciência das amarras.




Voltando à Caverna metafórica, podemos nos remeter a vários seguimentos simbólicos, os quais podem ser demonstrados por nós mesmos. Ou seja, quando tentamos, com nossas ferramentas, nos educar com relação à política atual, traçando, em paralelo, a nossa própria politica.

E quando traçamos planos em educar nossos filhos baseando-nos em premissas tradicionais, mostrando a eles a força de um comportamento ético, em uma sociedade em que ética nada mais é que algo partidário!... Quando traçamos planos em fazer nosso filho comungar valores sagrados onde quer que esteja, em qualquer religião, em qualquer país, sem qualquer preconceito... Já é um passo fundamental, porém perigoso.

Querendo ou não, a sociedade já não mais pratica a religião de acordo com os preceitos antigos, nos quais ela, a religião, tinha esse nome graças às características de unir o homem aos mistérios, não a homens que se julgam sacerdotes a deuses inventados.

Na caverna, quando o individuo que se levanta, vai ao encontro da verdade, do Bem e da Justiça... Ele as tem, de modo que as sentiu e as buscou quando suas algemas começaram a sair de suas mãos duras pelo tempo...

E quando se deparou com o Bem, religiões que não tinham sentido com o sagrado caíram por terra; políticas, cujos interesses eram o próprio homem e não o ideal político, em sua mente, se dissiparam, porque amos da caverna – qualquer semelhança é mera coincidência com nosso sistema – eram responsáveis por histórias nas quais indivíduos inocentes se sentiam heróis sem ser, homens, sem ser, e ao passo dos conceitos desvirtuados da realidade, tomavam posse de governos sem ser governos...

Enfim, a Caverna não demonstra, mas Platão, por trazer à tona elementos de uma Grécia que manipulava seus filhos em função de algo temporal, não mostrava uma Grécia iniciática, que elevava os valores dos homens de bem, e respeitava-os como deuses.

Mas, como disse, há cavernas nas quais governos ainda tentam nos mostrar uma realidade inventada, uma mentira contada diversas vezes, um sistema frio, assassino, em que educação e saúde nada mais são que palavras ao vento.

E há muito, quando ainda havia poucos valores a serem cultivados, tínhamos Sócrates, e mais tarde, com menos valores ainda, os pré-socráticos, e o inicio das escolas iniciáticas, as quais foram peça principal de um tempo que não volta mais. E hoje, com nenhum valor, não temos ninguém, apenas meia dúzia de gatos pingados que se julgam filósofos, sábios, deuses, usando seus interesses, e inteligência, com vistas a enganar públicos em palestras.

Usar de artimanhas modernas não vale. O que realmente estamos atrás é de uma nova visão política que nos faça ver com olhos cheios de lágrima o que há muito procuramos, quando saímos da caverna... O Bem, a Beleza, a Justiça e a Verdade.

Politika di Kada

No Egito, a harmonia com o natureza era a política.



Feliz é aquele que maestria sua vida a partir de referenciais organizados, disciplinados, isto é, dentro de uma Ordem. Pois estão semeando valores a partir de políticas relativas, as quais se tornam absolutas quando religadas ao maior dos Valores. E são poucos, contudo, que o fazem e que estão diretamente ligados a Eles; e semeiam, e colhem , e vivem da melhor maneira possível, pois acreditam em ideais maiores que nós, seres humanos.

Em políticas relativas, as chamadas políticas casuais, podemos transformar, elevar, dar um caminho ao que tanto acreditamos.  Talvez a palavra política nos atrapalhe um pouco e nos faça caminhar devagar, com certo receio de considerar nosso projeto de reeducação humana algo sério.

Não deixamos, porém, que isso no aconteça. Mesmo porque já o temos em nossas possibilidades, em nossas veias e mentes como um sistema interesseiro do qual saem apenas homens com sede de poder e de organizar uma sociedade a partir de números. Assim como a própria Democracia o é. Sem os números, ela não existe. O fator humano é o que menos conta nesse e em outros sistemas.

Nossa sorte é que, graças a políticas clássicas, não arcaicas (que deixam de ser o que é pelo tempo), trazemos para o nosso âmbito familiar o que realmente vale à pena. Isso não é depender de números, mas de uma filosofia que deu certo quando praticada num passado do qual participamos um dia, mas não percebemos.

Quando me refiro a políticas clássicas, falo daquelas que permearam durante séculos e que foram fontes para países que até hoje, de algum modo, pegam a sua essência, ainda que seja em um país democrático, e transformam pessoas em reais seres humanos, ao contrário de outros que, desde quando somos pequenos, não deixam a máxima “país em desenvolvimento” jamais, e nos tratam como animais.

É uma falácia. É uma mentira. Para que um país possua uma política realmente voltada ao seu povo, é preciso que aquela nação seja, em primeiro lugar, civilizada. E não temos, por assim dizer, em relação aos referenciais passados, nenhuma.

Antes, havia uma religião equilibrada, baseada em princípios sagrados, não políticos interesseiros; tínhamos uma política, que por ser sagrada também, era ligada à religião. Prova disso eram os deuses citados no senado romano, antes de iniciar os trabalhos. Além, é claro, dos sacrifícios a eles.

A depender da nação, por exemplo, a egípcia, tínhamos uma política mais sagrada ainda, pois os deuses, onde quer que estivessem, eram vistos como forças místicas além-humano, e, jamais, eram desrespeitados.

Atualmente, quando se entra em senados, em tribunais, percebe-se signos religiosos, em paredes,  os quais fazem parte de uma cultura que obedece a um Deus. E mesmo assim, nessas instituições, o sagrado é esquecido, quase desconfigurado, desobedecido, e cuja riqueza se é retirada quando o comportamento humano se mostra ofensivo ao próprio Deus. Pois a força do desrespeito o faz desaparecer.

Para nós, hoje, levar como referenciais comportamentos dos grandes homens do presente é complicado, pois estes, como próprio país, se mostra sem eixo.

E qual o nosso eixo?

Nossa vontade de ver nossos filhos bem educados, respeitados, bem formados, políticos no melhor sentido da palavra, com um caminho sem pedras, com um sol que o ilumine, com forças suficientes para não sucumbir ao mundo velho, e viver em função de ideais nobres.
O nosso eixo é esse.

E por que somos incoerentes com nossos eixos? Porque não somos totalmente eixos, e sim reflexivos em relação a tudo que passamos, vivemos e experimentamos. Pois sabemos que nem tudo nesse  mundo vil pode ser usufuido, graças ao mal que um dia fora brotado e hoje enraizado como árvores imensas, tornando-se sequoias tão altas quanto o próprio céu. É a nossa ignorância tomando conta de nossas credibilidades – o que não podemos deixar.





Volto com mais política.

Política, Uma Canção Esquecida

Política: na origem, o melhor caminho.


Já entoamos a canção da célula que nasceu e cresceu, desenvolveu-se e se transformou em um ser humano. Já sussurramos ao ouvido do leitor um pouco do mistério perdido, da falta de busca que tanto faz parte da alma humana; no entanto, em respeito a várias entidades, filosóficas ou não, temos que dedilhar outras canções... A do desrespeito à essência que carregamos.

Em muitas civilizações, para inicio de conversa, podemos perceber que, ainda que haja  certa decadência de valores, podemos observar  que, nelas, um dia houve gerações que se importaram com a educação, com a política, com a segurança, com a opinião dos povos em relação às divindades, enfim, nada melhor do que recordar um tempo que nos parece chave para a melhoria do nosso caos social, o que respiramos hoje.

Muitos se perguntam? Por que temos que voltar ao passado?  O passado se foi e devemos enterrá-lo de modo a não acordá-lo mais de sua tumba. Não podemos fazer isso, ainda que em individualmente. Pois, um dia me disseram que somos um pouco do fomos, somos e seremos. Então, em termos coletivos, não podemos, de forma alguma, deixar de citar experiências que nos fizeram um pouco melhores, apesar dos pesares.

Claro que, atualmente, temos um quadro crítico, quase hediondo, de várias estruturas que, com o tempo, deixaram de ser elementos de base, núcleos de confiança para ser a razão da decadência civilizatória. A política é a pedra à qual me refiro.

Outras, claro, como religião, família, sociedade... Ciência são também pilares de um mundo que precisa se reerguer mesmo com pingo de esperança que possui. Mas, antes de tudo, o que rege a sociedade, o que a transforma em meio revoltoso ou não é a Política.

Nela, se decide caminhos ao povo, como melhor educação, melhor transporte, melhor moradia, salários, economia, enfim, hoje, o que temos e deixamos de ter nada mais é fruto de uma boa política – ou política nenhuma.

Para ser mais claro, a política funciona, como bons autores o indicam, como uma Ciência dedicada ao trato de governar um Estado ou Nação, ou compartilhar interesses... O termo tem origem no grego politiká, uma derivação de polis que designa aquilo que é público... Seu conceito, no entanto, é tão maior do que o usual.

E seu conceito, o usual, é que faz com que tenhamos uma ojeriza em relação à sua praticidade, ao seu real ideal. Que é o humano. Prova disso, é que um grande filósofo grego, chamado Platão, um dia, ao  explicar por intermédio de um mito por ele criado, o Mito da Caverna, a relação entre indivíduo e Justiça, explicou-nos,  o verdadeiro sentido de política.

O Mito da Caverna

Em “A República”, livro VII, Platão nos expõe uma metáfora de sua época, que, como toda civilização em decadência, no caso a Grécia Antiga, demostrava sua política injusta de violação aos valores , na não expressividade, ou seja, da falta de liberdade nas palavras, na restrição de filosofias individuais, as quais, no mais tardar, poderiam “corromper” a juventude, ou melhor, fazê-la pensar, questionar acerca do que se passava à época, ou mesmo, o significado de Justiça, Política, Deus... Enfim, coisas que, até hoje, amos de cavernas não tão alegóricas fazem questão de nos restringir do seu significado real.

E por passar pela época em que seu mestre Sócrates estava sendo subjugado pelos crimes que diziam ter cometido – influenciando pessoas com seu pensamento --, Platão, iniciado, fez a República, livro este que com o passar dos séculos ganhou notoriedade por influenciar, no bom sentido da palavra, inúmeras civilizações, mas ao mesmo tempo servir de instrumento para outras que nunca deviam ter nascido.

Hoje, bíblia dos filósofos modernos, a República, de Platão, educa, religa, engrandece, porém escurece os sentidos de quem quer ver nela informações frívolas, conceitos corriqueiros, e racionalismos científicos.

E a prova dessa porta que se abre e se fecha é do Mito da Caverna, que, no Livro Sete, deixa de ser uma questão temporal para ser universal, atemporal e mítica. No mito Platão nos faz imaginar vários indivíduos presos, desde criança, amarrados (algemados), virados contra uma grande parede, dentro de uma enorme caverna. Atrás deles, uma grande fogueira dita as regras com suas sombras refletidas na parede a que eles observam, desde a tenra idade...

Assim, imaginando formas, nossos personagens, presos, acreditam que elas são as reais pessoas (amos que passam por detrás deles, mas não são identificados) que os fazem reais escravos refletindo somente o que podem com o que veem.

Platão nos dá prova da filosofia a que tanto Sócrates pregava, ao demostrar, depois, o quanto a política da época enganava. É no momento em que um dos indivíduos se incomoda com as algemas, ou seja, o papel do filósofo em refletir acerca do sistema ou o papel do humano, quando a alma é desejosa de voar, ou do pensamento em elevar.

E o indivíduo, o filósofo, ao sentir a necessidade de levantar, buscar, pesquisar, voar, mudar o mundo, levanta. Quase que involuntariamente vai ao encontro da saída da grande caverna, passa pelos corredores íngremes, pontiagudos, e, enfim, se depara com a saída...

Nesse instante, o filósofo descobre a realidade que estava por detrás de seu mundo incriado,inato, construído apenas para satisfazer-lhe e aos seus irmãos de algema. Mais do que isso, o cena revela intuições filosóficas, com a descoberta do Bem, da Justiça do Amor; e, com os olhos ainda meio fechados pelo sol que nele batia, se vai...

O Bem, como  luz a humanidade, não pode ser total, poderíamos nos cegar. Temos que conhecer sua outra parte, o Mal, aquele que separa. Essa é a intenção do sol nos olhos... A parte que nos interessa, no entanto, é quando o individuo volta. Ao entender a realidade das coisas, do mundo, da vida... Ele se faz filósofo. Ou como diria na cultura hindu, seria um Krishina.
  
O filósofo se fez, e o Ideal Político idem.

A política, ao ver do filósofo Platão, nada mais é que ir ao encontro de sua real humanidade ou passar aos seus entes o mais belo de todos os sentidos, dos quais podemos extrair até mesmo a divindade. Ou seja, simplesmente uma lição ao que temos hoje.

Assim, podemos abrir mais o conceito sobre Política e trazer elementos práticos dentro de nossa vida, seja familiar, social, religiosa até, fugindo do conceito moderno que nos remete a interesses partidários, individuais, assemelhando-se a filosofias modernas.





Volto daqui a pouco...

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O Falso Esoterismo


Deus Pã. Injustiçado pelo tempo.



Sabe-se que há muito os sábios do passado mantiveram em segredo a maioria dos mistérios que, hoje, se transformaram em uma forma exotérica de ensinar – diz-se exotérica, quando não mais é eso, ou se já, no instante em que deixa de ser internamente ensinado. Uma prova do exoterismo é a forma como lidam com os signos, os quais eram parâmetros iniciáticos dos grandes faraós, dos grandes reis, antes de Cristo. Hoje, popularmente conhecido como horóscopo, os signos são o norte para muitos, pois dita, genericamente, o que temos na personalidade...

Outra forma exotérica, os sonhos. Neles, chaves há no sentido de interpretar algo mais profundo na vida do homem, tanto que, mais uma vez, os grandes reis buscavam respostas dos seus em especialistas cuja competência não tem nada a ver com a nossa, a qual se baseia em interpretar o que ocorre com a nossa vida sentimental, pessoal, tal quais os signos do zodíaco. Os sonhos, aos reis, eram peças para vencer guerras; aos sacerdotes para a descoberta dos mistérios; aos faraós, para a proteção do seu povo... E assim por diante.

Não longe de ser exotérico, são os ensinamentos ditos como ocultos, por mestres de esquina, os quais nem mesmo sabem como se propagou o que “ensinam”. Sem falar naqueles que transformam todos os símbolos que eram vistos e revistos em escolas iniciáticas em instrumentos poderosos ao mal; ou seja, quebrando a natureza física do objeto para realizar materialmente seus desejos sórdidos, frios e desumanos. Assim são aqueles que realizam bruxarias entre outros males a dizer que o “demônio” pediu...

Se entrarmos um pouco no círculo da maçonaria, vamos ver vários símbolos, os quais representam um pouco do universo dentro do qual se religam vários outros símbolos. O Bode, por exemplo, se olharmos bem para a sua face, temos um triângulo de cabeça para baixo, o que, na realidade, é mais uma peça de leitura interna, que, nas lojas maçônicas, não se poderia deixar de ter em suas paredes, em suas iniciações, às vezes, como máscaras na cabeça dos membros, enfim... O Triângulo representava, em si, a tríade universal, a qual, segundo a Tradição, é a manifestação de Deus.

Mas... O bode, assim, como outros animais sagrados que tiveram representatividade de elevação, foram e estão sendo cultuados como símbolos dos mal, da separatividade. A ignorância é tanta que, segundo uma grande teósofa, filósofa e escritora que preservava e preservou em vida a essência da Tradição, mostra em seus livros a decadência das interpretações dos símbolos.

Em um deles, a grande teósofa (H.P. Blavatsky) revela que a figura de do deus Pã fora construída baseada em deuses pagãos, o qual significava Deus em Tudo. Porém, culturas como a nossa, ou pelo menos parecida, distorceram a realidade, levando a crer que a figura era, mais uma vez, para o mal.

O deus Pã, para quem não sabe, tinha, da cintura para cima, corpo de homem;  da cintura para baixo, corpo de cavalo, e em sua cabeça um chifre, fosse ele de alce ou de touro. Era uma divindade pelágica especial à Arcádia, e guardava os rebanhos. Seu corpo, nada mais era que a simbologia perfeita entre os homens e a natureza, o que para nós não significa nada, mesmo porque temos um conceito limitado acerca do que é Natureza...

Hoje, se fizermos essa representatividade para um cristão ou um xiita qualquer, não titubeará em dizer que é do mal, pois há muito escrituras, em particular a deles, foram estruturadas para ocultar o que era também divino, sagrado e que servia para centralização cultural de um povo.

Os sábios, aqueles que resguardavam tantos mistérios, também foram traídos. Na história, sabe-se que traidores houve em todos os sentidos, o que fez com que muito do que se sabia transformasse em exotérico, assim aconteceu com muitos padres de igrejas católicas, os quais, em determinada época, na qual havia a possibilidade de resguardar os símbolos, o fizeram o contrário.

Enfim, para crescerem sem fazer esforços, padres traíram o Conhecimento, entregando os símbolos que eram vistos como sagrados ao povo, ou seja, deixando à mercê de interpretações que, até hoje, são motivos de desgastes entre religiões. Claro, o misticismo fora quebrado.

Sei que se eu expuser todas as formas de conhecimento esotéricos que se transformaram em exotéricos, teremos problemas mais tarde. Então falaremos do conhecimento que ainda se resguarda dentro do Caos civilizatório e seu papel na evolução humana.



No próximo texto.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A Parte Humana



Sócrates: exemplo de humano em todas as medidas.



Ontem, assisti a um filme chamado “O Dia em que a Terra parou”, com Keanu Reeves. Conta a história de um extraterrestre que veio a terra com uma missão, destruir a civilização humana. Segundo o a ator, que faz o papel do E.T, que nos obriga a nos defendermos do pior, a decisão foi baseada em um Conselho (de dirigentes do universo, talvez), que, após séculos observando o ser humano, “apreciou” o que fizemos com a terra, e... Não gostaram. “Vocês tratam a terra como a si mesmos!” – o que ele queria dizer é que somos brutos em nossa natureza... “Se destruirmos a terra, destruiremos tudo; mas se destruirmos somente vocês, a terra sobrevive”.

Contudo, ao analisar o comportamento de um dos personagens, de um menino que era filho adotivo de uma das personagens, o qual sentira falta de seu pai desde o início da trama, além de não aceitar a forma que como era tratado pelas pessoas ao seu redor, o protagonista começou a refletir acerca do outro lado que ainda não havia visto no ser humano... A Emoção.
Numa cena, quase no fim do filme, o menino leva o E.T ao cemitério e pede, insistentemente, a ele que ressuscite seu pai, depois de entender que o personagem espacial tinha poderes além-humanos. “Há coisas que estão além do meu poder”, disse Keanu.

Após saber que o E.T estava a falar sério, o menino ajoelhou-se no meio dos túmulos e começou a chorar. Além da cena comovente, aparece a mãe adotiva dele, que, ao vê-lo desamparado, abraça-o...

O E.T muda de ideia. O mundo está a salvo.

A Parte Humana

Assim acontece se nos aproximarmos das pessoas, conhecermos melhor seu comportamento, sentir seu abraço sincero, ouvi-la de perto, e tentar entender o que a ela acontece, pois precisamos mais de sensações que nos ligam com o que há de bom em nós.
Isso é real. Não é filme. O que ocorreu nada mais era que uma grande metáfora do que podemos ser e sentir ao nos debruçarmos ante ao que pessoas são na realidade. Somos poços de problemas, temos nossas dores, nossos dilemas, e enraizados em problemas maiores, deixamos de lado o que precisamos e conversar com alguém acerca do somos e precisamos. É um pequeno treino do que é ser humano...

Sabemos que o grande problema da terra somos nós, esses seres pensantes, errantes como Don Quixotes, em busca de verdades ou tesouros falsos. Somos corpos e mentes na vigília de nossos bens ilusórios; somos coração e alma, incomodados com o que vemos, ouvimos e às vezes presenciamos.  Somos um pouco de tudo... Até mesmo do que não vimos e ouvimos.

No entanto, não precisamos temer, pois a necessidade maior nossa de cada dia é colocar em dia o que há muito nos deixa separado do que somos. E quando digo humanos, não me refiro à parte assassina, débil, fria, que se se aloja em nossa alma quando queremos algo a todo custo.

Falo da parte que nos transformou em Sebastian Bach, em Wolfgang Mozart, em poetas Drumonianos, em Michelangelos, em grandes homens que um dia jogaram suas sementes no mundo e até hoje nos educam em algum nível.

A maioria não sabe, mas todo o sistema de Educação porque passamos hoje, em termos de aprendizado, ou seja, como colher informações, levá-las e materializá-las em nossas vidas, foi obra de gregos filósofos como Platão, Aristóteles.  O primeiro, como interioriza-las, o segundo, como organizá-las materialmente.

Digo isso, porque, está claro que há mais Mussolines em grandes empresas, Hitleres, como presidentes, Stalinistas em ascensão. E sem podermos detê-los, somos obrigados a segui-los e nos transformarmos um pouco em seres cujas sementes estão crescidas, dando arbustos, árvores, e colhendo seus frutos. É o materialismo em sua maior extensão.

Somos materialistas também, mas precisamos entender que, mesmo assim, podemos elevar a parte que nos falta, a que deixamos de treinar e que, graças a homens que se revestiram de sábios sem sê-los, nos enganando desde épocas passadas, nos tornamos maçãs pobres, maracujás murchos, dentro de uma modernidade que se julga melhor do que aqueles que construíram templos sagrados aos deuses, e que foram implacáveis em busca da verdade, ao contrário de nós.


É a parte humana. A parte sábia. A parte mais divina que temos. Dela nos esquecemos. Vamos atrás dela.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A Célula do Impossível

Células que nascem em todos os níveis.


...Quando cessam os heróis fardados, quando estacionam os homens de bem, como diria a máxima luterkinguiana, os maus aparecem. Não devemos cessar jamais nossos ideais de paz, de amor, de humanidade, pois apenas eles nos dão esperanças de um mundo melhor. E nada melhor do que tentar tudo isso por meio do conhecimento, ou da labuta diária a qual nos remete ao bem ou ao mal, em uma experiência só nossa.

...Pensemos... Antes de nascermos, éramos apenas uma ínfima parte do universo, a menor partícula existente, entre o físico de nossa mãe biológica e o mistério que nos preparava de antemão para o confronto com a vida. Uma célula, que hoje, a depender do que somos como profissionais, é um engenheiro, arquiteto, motorista, advogado, servidor, garçom... enfim, inúmeras formas em que nos transformamos, nos formamos, e nos alimentamos como tais para uma vida financeira melhor...

A célula, assim, crescida, torna-se também forte, gigante, negra, branca, amarela, magra... Com aspectos físicos tão diferenciados que, às vezes, acredito que há outras formas físicas humanas que não conhecemos – como... Não sei.

E quando tratamos de outras células, aquelas que denominamos ideias, como lidamos com elas?... Difícil retirar de nossa cabeça quando entra nela uma ideia. A prova disso é quando eu digo, não pensem em mesa. Aí, todos já a imaginam a mesa... Não tem jeito...

Hoje, os grandes males do homem moderno se baseiam em refinar essa possibilidade, dando margens para que as ideias, como células, nasçam em nossas mentes por intermédio de mentiras em que não se acreditam há tempos, ou que se transformaram em verdades, necessárias ao mais humilde do ser.

Verdades que, de tanto repetidas, vieram a se tornar luzes em túneis fabricados, os quais na realidade não passam de cavernas metafóricas em nome de um grande interesse: o de que não se pode ir em busca do conhecimento humano, pois se se descobriria a liberdade na primeira vez que soubéssemos seu significado. E como uma célula, cresceria dentro de nós, e ao alimenta-la, dando o que mais necessita – uma pequena decisão, que mais tarde seria como um pingo num lago estático, e que nos deixaria visionários de nós mesmos, a pequena célula nos nortearia.

Assim, como células, nasceram as grandes ideias, baseadas em preceitos realmente verdadeiros, humanos, universais, os quais, religados com os deuses, nos tornaram, no passado, homens e mulheres que, apesar dos pesares, lutaram em favor de causas maiores que a nós mesmos. Até mais que isso: chegando à divindade. Por isso a comunicabilidade, na maioria das vezes, de grande sábios com outros que nem mesmo sabiam dos primeiros.

Uma comunicabilidade forte, que nos trouxe a possibilidade de nos comunicar também com eles, quando temos a possibilidade de pensar e realizar atos, com vistas aos mestres.  Não mestres que se julgam mestres, mas aqueles que estão longe de nós fisicamente, e que deixam sua sabedoria, a pingos, evaporar na brisa de um mundo que, com certeza, até mesmo o conhecimento pode ser deturpado.

Heróis fabricados.

Mais do que heróis fabricados em fundo de quintal, de guerreiros debaixo de câmaras de televisão, de filósofos teóricos, que se indignam com questionamentos; mais dos religiosos que brigam em seu próprio nome, a dizer que não é, mas sim da grande figura que a entidade “segue”.

Na verdade, sabemos a quem buscar, e como consertar nosso mundo. Se temos toda essa visão de conhecimento acerca do que podemos ou não, temos estruturas para ir atrás – só não temos ainda homens e mulheres de ideias, mas – temos a força de um mestre latente em nós, a qual se revela mais forte quando a indignação nos toma conta, e nos faz ajoelharmos aos seus pés.


Vamos aprender, de perto, o significado de suas palavras...

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O que nos falta

 
 
 
Quando nascem com a fortaleza, fica mais fácil enfrentar o mal. Ou o próprio homem. Sim, pois sabemos todos que, apesar da consciência em poder se elevar aos céus, em conversar com o divino, o faz, mas desce a montanha, cai, se machuca e não aprende com suas feridas.
Ao distorcer seu poder de Comunicação com os mistérios, em trazer ao profano palavras que poderiam ir ao paraíso, o homem se transforma em uma grande faca afiada, mas cortando do lado errado, ou melhor cortando o elemento errado.
No entanto, os fortes homens, que se inclinam de coração às causas belas, humanas e universais, estão mais perto das divindades, desde épocas passadas. E deles, hoje, precisamos, de modo que sejam seres que estejam tão em evidência quanto a lua ou sol que brilham tão bem.
Precisamos destes seres celestes, de mulheres e homens que se alimentam do Bem. Seja aquele que compõe a breve música com suas letras simples e ritmo idem, seja aquele guerreiro que, ao ir à guerra, respeita o próximo, respeita a guerra.
Pois a Luz do mundo está se indo, por causa da falta desses seres maravilhosos que nos iluminaram no passado, elevando um povo ao seu país, com liberdade, sapiência, divindade e acima de tudo humanidade.
Não precisamos olhar para baixo, a não ser que estejamos em um grande momento de nossas vidas, nos transformando em seres do céu, e nessa hora pegarmos com a mão aquele que um dia faria o mesmo por nós – nosso irmão, nosso companheiro.
Eu, hoje, por meio desses símbolos que, traduzidos, relatam experiências, transpassam a vontade íntima, além da sinceridade que lhes é a semântica, digo.. Busquemos o Passado. Olhemos para ele. Esquecemos estes que se subjugam seres humanos envoltos em carapaças de padres, pastores, bispos, dos quais palavras de amor falso, em nome de grandes que um dia se sacrificaram e se tornaram grandes sóis de homens de bem, e que hoje são apenas pontes para interesses rasteiros de vermes engravatados, que usam e abusam do seus poderes de fala, de uma comunicação acima dos pobres e humildes...!
Os reais homens de Bem, que souberam um dia o que é o Bem, não mais existem. Estão sendo traduzidos em livros amodernados, com inspirações ainda mais modernas com intuito de seres vendidos àqueles que um dia nunca souberam o que era uma Tradição.
Pois eu digo o que é. Tradição é a Alma do passado que nos pode trazer do nosso âmago, religado a Ela, o maior dos conhecimentos sagrados, o maior tesouros. E plantada pelos mestres iniciados – reais – e levados aos sacerdotes, idem, canalizada por povos sagrados, Ela, por mais que tenhamos nossa frialdade, está do nosso lado, deixando seus rastros em tudo que fazemos, porém apagados pela ignorância moderna, científica, robótica, política, filos-modernista, dando-nos o renascimento falso.
Entretanto, creio eu, que, depois de tudo porque passo, passamos e vamos passar ainda, durante séculos, alimentar um novo Renascimento não é de todo um mal. A questão é que o que nos atinge aqui e agora nos faz um pouco tristes em relação a tudo e a todos, pois não há, nem mesmo nas menores esferas, uma chance ao conhecimento.
Dele, poderíamos viver como no passado, mas não há meios. Os podres de coração se revezam em Democracias, em Tiranias e em regimes ditatoriais. Assim, assistimos a muitos se irem antes de entender o porquê da vida, ou sem mesmo entender que há ideais pelos quais lutar, não sistemas covardes, com o que vivo hoje.
Assistimos, do sofá, a sorrir da desgraça alheia – seja ela qual for – do mais pobre diabo ao mais santo, sua imbecil condição de humano sem ajuda. Tornamo-nos monstros.
A minha certeza, assim, sobrevoa entre a credibilidade de um passado, que um dia me disse que vivemos em ciclos, e por eles passamos hoje como o mais frio dos seres, no rodapé da Grande Roda, mas, como toda esfera, subiremos e atingiremos o ápice da compreensão humana, e nos tornaremos reais seres que vieram para fazer parte desse todo chamado Deus.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O Outro Lado do Espelho: com os pés no chão.


 
 
Da maneira como nascem, se espelhando no passado, nos seus antepassados, criando meios de nos fazer lembrar que “traímos” os deuses no mau uso do poder, tentando quebrar o espelho que nos reflete e criar outro a refletir o conhecimento do céu, de Deus, vivem os sábios.
Contudo, homens de grandes entidades racionalistas sabiam (e sabem) disso, porém, como maçons, teosofistas, filósofos, e com igrejas de todos os níveis (até hoje), iniciando seu próprio caminho, revelam-se pobres em reconhecer que não sabiam o suficiente para atingir a maturidade de um grego, egípcio, romano...
Querem, na realidade, juntar-se a outros, combinar reuniões, falar de Deus, dos simbolismos arcaicos, serem especialistas na concepção do universo, mas o uso da ferramenta é de um todo burra.
Estão usando suas inteligências em favor de uma expectativa falsa, deixando de lado o que mais necessário é: a humildade, a virtude, a ética – não apenas em teorias maravilhosas --, nas decisões em favor do povo, da humanidade (!), enfim... Realizam-se, deixando que os ideais naturais daqueles livros sagrados virem apenas ideias sem transmutação.
É o que menos precisamos para mudar nossas concepções internas. É preciso, antes de tudo, que respeitemos o passado, seu legado e entender que muitos respeitam, pois, até mesmo a máfia, possui suas regras e as obedecem, e por que não o fazemos com as nossas?...
Por que é mais fácil seguir regras do mal do que as do bem? Simplesmente porque temos  uma personalidade voltada à terra, nos sentido mais chão possível e metafórico da palavras, e falar de céu, seja simbolicamente ou não, leva-nos a trabalhar um lado que necessitou ser trabalhado, assim como um braço que faz exercício e o outro não.
E quando falamos de espírito, por mais que tenhamos nossas metamorfoses internas, devemos entender que é apenas uma metamorfose, que denominamos como espírito. Este nunca, jamais, deveria ser objeto de falácia, de teorias vãs, pois reflete apenas uma vontade e não uma prática natural de ser do ser humano.
É preciso refletir antes de dizer espírito. Pois tudo se torna cultural, ou seja, em qualquer lugar do mundo, seja na África, seja na China, teremos diferentes concepções teóricas e práticas em relação a essa palavra. Até mesmo de igreja para igreja, o que faz com que, na maioria das vezes, conflitos se façam e se revelem questões religiosas (ou melhor, sectárias!), é o conceito que temos acerca de algumas palavras.
Mas, aqui e agora, nossa intenção não é buscar o espirito, mas o primeiro degrau de nossas possibilidades, o qual se torna, a cada dia, mais difícil de visualizar em razão de nossa ignorância, que se tornou uma bola de neve maior que a terra. Imagine subir.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O Outro Lado do Espelho - O Pingo que Somos (iii)





Deixar de acreditar em pontos do passado que um dia foram formas míticas, é uma necessidade do mundo atual. Não podemos, no entanto, de uma hora para outra, estarmos livres daquilo que um dia nos educou para um mundo voltado somente àqueles que se subjugam detentores de inteligência o bastante para dizer que são poderosos, pois possuem conhecimento. Ledo engano.

Não somos poderosos, por isso, mas porque sabemos lidar com o poder; para isso é preciso ter vocação para tanto, ou seja, possuir uma maestria – seja em qualquer tipo de função voltada ao homem – natural, sem apegos, sem dependência de qualquer coisa. O poder, nesse instante, recai sobre o que podemos fazer em função de um todo, ao qual chama um outo maior, ao infinito, porém que possua uma organização, disciplina, ou melhor, uma natureza arquetipal , ideal, ou como diziam os mestres, de acordo com o Arquiteto Universal.

Nem que seja um pingo d´água, mínimo, mas que possua vínculo com o Oceano Vital. Ser esse pingo d água é que a questão. É uma questão complexa, pois nos faz entender de forma relativa o que o Absoluto nos mostra. Enfim, é como se todos, de alguma forma, acreditassem que uma bola, na sua mais incrível esfericidade, fosse vista por visões diferentes, ao passo de confundi-la com uma pedra – e suas várias formas. É assim que apreciamos o Absoluto.

E nas grandes civilizações, nas mais sábias, quando um faraó ou um rei sábio era designado para subir ao trono, sabia que teria que demonstrar, na prática, um pouco do Absoluto, do Invisível, do Um, o qual estaria dentro de cada um, mas que se salientava naquele que era designado para representá-lo.

E um faraó, principalmente, ainda que com aparência humana, com sentimentos idem, não daria trégua a uma personalidade egoísta, aos mais ínfimos interesses que jaziam em sua alma, pois sabia que tínhamos um ser que sobressaia não apenas na teoria, ou seja, em suas máximas, mas na prática diária com seu povo, num trabalho árduo em que o sagrado – religado aos deuses – era a ponte para a realização dos sonhos dos seus filhos*.

Assim o foi Arthur, o grande cavalheiro que um dia fora escudeiro, que se transformou em um dos reis mais lendários e míticos da história da humanidade. Lendário, porque mudou o modo de pensar de diversas tribos com sua bondade, e mítico, porque fora tão mágico o seu reino, que a história se encarregou de liga-lo ao sagrado; enfim, cada instrumento de sua história começou a ter um simbolismo, e profundo, só visto em culturas tão antigas quanto à dele.

Sem falar nos antigos avathares, cuja vida era transpor montanhas com sua fé, além de passarem por provas iniciáticas, desde a tenra idade, nos deixaram marcas na alma, que até então são como a eterna semântica nossa de cada dia.

Estes, e muitos outros, eram homens que se igualavam a deuses no que faziam, por isso se igualavam ao Absoluto, como pingos ao Oceano maior. E o que eles são, como pingos, pode criar em nós, durante nossa estada nesse mundo, novos pingos, menores talvez, porém um tanto quanto gêmeos aos do passado. Aos mestres do passado.


Como diria aquele sábio, “por que não?... Um dia um oceano também já foi um pingo! Não é mesmo?”



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* O povo egípcio era tratado como filho espiritual do governante.

A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....