terça-feira, 13 de agosto de 2013

O Outro Lado do Espelho (ii)




...Se um dia, no entanto, tivermos que nos modificar internamente em atos e pensamentos, temos que entender que é preciso passar por uma avalanche de reestruturações. Não é só respeitar mais próximo, ser educado nas horas vagas, ou mesmo ser gentil com os velhinhos, como forma de zerar nossos pecados.

A mudança, como fora salientado diversas vezes, deve ser medida pelo grau de entendimento que temos para consigo mesmo e universo – ou Deus. Se somos apenas aquele que acredita em histórias da carochinha, precisamos dar mais que passos, precisamos de outra vida, pois nessa não aprenderemos nada além de complementos básicos, mas vitais para o nosso dia a dia.

Ao dizer histórias da carochinha, quero dizer em histórias arcaicas, das quais não podemos tirar nada a não ser firulas engraçadas ou meramente formas pessoas, em que, mais tarde muitos olharão e vão dizer que tais histórias não serviram para nada. O mundo está cheio delas. A maior delas, no entanto, com certeza, é a do deus pessoal (antropomórfico), a qual, depois de séculos, passou a ser uma verdade intransponível, ou seja, sobre a qual ninguém pode tecer julgamento (ou transpor), caso contrário teremos execrações em massa.

Mas... Como faísca que cai dentro do gesso, posso tecer algum comentário, mínimo, a respeito, deixando uma coceirinha ou uma vontade de quebrar logo com tudo!

Segundo alguns especialistas, principalmente egiptólogos respeitados, como Christian Jaq, a crença em um deus pessoal pode ter vindo de há séculos quando, um dia, o Egito possuía vários clãs que compunham aquela nação, sem restrição de divindades – pois o Egito era politeísta.

Em meio a essa junção de deuses em um só país, o grande AKenathon (1353-1336 a. C), faraó que levou todos os deuses a um só, o Sol, teve um entendimento horizontal acerca das divindades egípcias, as quais, antes deles, possuíam seus altares simbólicos e que eram, em essência, adoradas.

Dizem que, após essa notória capacidade de reunir todos os elementos em um, o Sol, Akenathon influenciou clãs à época, as quais, em um reinado diferente do dele – desse faraó monoteísta, combinaram toda a estrutura simbólica em um outro – o que temos hoje.

Bem mais tarde, toda essa estrutura com um caráter volúvel – pois era violento, misericordioso, de paz, de guerras de tribos..., fora reconhecida até mesmo por papas, na realidade tão pessoal quanto nós, como uma semântica humana (máscara) advinda de Zeus, o maior dos deuses do Olimpo grego.


Enfim, temos aqui uma estrutura que pode se assemelhar a nós mesmos em comportamento, em pensamento, até mesmo em sentimento, e isso deixa bem claro que somos portadores imaginação tão belas e ao mesmo tempo perigosas para as gerações, quanto o que somos.

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