terça-feira, 20 de agosto de 2013

O que nos falta

 
 
 
Quando nascem com a fortaleza, fica mais fácil enfrentar o mal. Ou o próprio homem. Sim, pois sabemos todos que, apesar da consciência em poder se elevar aos céus, em conversar com o divino, o faz, mas desce a montanha, cai, se machuca e não aprende com suas feridas.
Ao distorcer seu poder de Comunicação com os mistérios, em trazer ao profano palavras que poderiam ir ao paraíso, o homem se transforma em uma grande faca afiada, mas cortando do lado errado, ou melhor cortando o elemento errado.
No entanto, os fortes homens, que se inclinam de coração às causas belas, humanas e universais, estão mais perto das divindades, desde épocas passadas. E deles, hoje, precisamos, de modo que sejam seres que estejam tão em evidência quanto a lua ou sol que brilham tão bem.
Precisamos destes seres celestes, de mulheres e homens que se alimentam do Bem. Seja aquele que compõe a breve música com suas letras simples e ritmo idem, seja aquele guerreiro que, ao ir à guerra, respeita o próximo, respeita a guerra.
Pois a Luz do mundo está se indo, por causa da falta desses seres maravilhosos que nos iluminaram no passado, elevando um povo ao seu país, com liberdade, sapiência, divindade e acima de tudo humanidade.
Não precisamos olhar para baixo, a não ser que estejamos em um grande momento de nossas vidas, nos transformando em seres do céu, e nessa hora pegarmos com a mão aquele que um dia faria o mesmo por nós – nosso irmão, nosso companheiro.
Eu, hoje, por meio desses símbolos que, traduzidos, relatam experiências, transpassam a vontade íntima, além da sinceridade que lhes é a semântica, digo.. Busquemos o Passado. Olhemos para ele. Esquecemos estes que se subjugam seres humanos envoltos em carapaças de padres, pastores, bispos, dos quais palavras de amor falso, em nome de grandes que um dia se sacrificaram e se tornaram grandes sóis de homens de bem, e que hoje são apenas pontes para interesses rasteiros de vermes engravatados, que usam e abusam do seus poderes de fala, de uma comunicação acima dos pobres e humildes...!
Os reais homens de Bem, que souberam um dia o que é o Bem, não mais existem. Estão sendo traduzidos em livros amodernados, com inspirações ainda mais modernas com intuito de seres vendidos àqueles que um dia nunca souberam o que era uma Tradição.
Pois eu digo o que é. Tradição é a Alma do passado que nos pode trazer do nosso âmago, religado a Ela, o maior dos conhecimentos sagrados, o maior tesouros. E plantada pelos mestres iniciados – reais – e levados aos sacerdotes, idem, canalizada por povos sagrados, Ela, por mais que tenhamos nossa frialdade, está do nosso lado, deixando seus rastros em tudo que fazemos, porém apagados pela ignorância moderna, científica, robótica, política, filos-modernista, dando-nos o renascimento falso.
Entretanto, creio eu, que, depois de tudo porque passo, passamos e vamos passar ainda, durante séculos, alimentar um novo Renascimento não é de todo um mal. A questão é que o que nos atinge aqui e agora nos faz um pouco tristes em relação a tudo e a todos, pois não há, nem mesmo nas menores esferas, uma chance ao conhecimento.
Dele, poderíamos viver como no passado, mas não há meios. Os podres de coração se revezam em Democracias, em Tiranias e em regimes ditatoriais. Assim, assistimos a muitos se irem antes de entender o porquê da vida, ou sem mesmo entender que há ideais pelos quais lutar, não sistemas covardes, com o que vivo hoje.
Assistimos, do sofá, a sorrir da desgraça alheia – seja ela qual for – do mais pobre diabo ao mais santo, sua imbecil condição de humano sem ajuda. Tornamo-nos monstros.
A minha certeza, assim, sobrevoa entre a credibilidade de um passado, que um dia me disse que vivemos em ciclos, e por eles passamos hoje como o mais frio dos seres, no rodapé da Grande Roda, mas, como toda esfera, subiremos e atingiremos o ápice da compreensão humana, e nos tornaremos reais seres que vieram para fazer parte desse todo chamado Deus.

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