terça-feira, 6 de agosto de 2013

Segredos que Não Morrem.

Cuidado, ele pode crescer e te domar!



Sabe daquele segredo que nem mesmo você quer se lembrar...? Daquele prisioneiro que, ao sair para a rua de sua alma, para a avenida de seu espirito, para a lua de sua noite mais escura... e quando se expõe com sua frialdade de dar medo, nos faz gelar os ossos, e repensar a vida como um mero sopro divino, e passa a ser o meio de vigília eterna de um ser que não pode sair, apenas ser lembrado, odiado, amaldiçoado pelo que não poderíamos ter feito.

Mas ele nasceu, se tornou jovem, e pelos olhos, um adulto a qualquer preço, e luta, como um monstro, para sair de seu cativeiro de ferro, abaixo de nossas consciências, daquela estrutura que edificamos com intuito de prendê-lo e nunca mais o virmos.

E, no entanto, seu choro enganoso nos faz perceber que quer nos fazer de tolos e nos confundir, sensibilizar, e trazê-lo à tona, como um herói que não é. É vil criatura que nasceu de nossas entranhas sujas, de nossa imaturidade com a vida, com o mundo que nos deu elementos para tanto. É o peso de nossa consciência, ou da falta dela, num momento em que Deus para nós era apenas um ponto luminoso em nossos sonhos.

Percebemos, assim, após nosso crescimento psicológico, que o melhor de tudo é o esquecimento daquele segredo, que virou homem, que se transformou em uma criatura além-compreensão humana, e que, agora, penso, se um dia todas as pessoas o têm, estaríamos alimentando, sem perceber, um gigante dentro do imaginário coletivo, em uma prisão maior ainda, porém de frágil estrutura.

A realidade é que se estamos reverberando acerca dele, desse monstro que se esconde em nossos subconscientes, é porque sua voz ressoa no castelo de nossos sonhos, e que, a depender, podemos enfrenta-lo, um dia, quando tivermos forças e ferramentas, como guerreiros advindos do nada...

Podemos ainda, pensar que esse segredo, esse dragão que se esconde com seu fogo brando, em seu ser, cresceu, se tornou o maior dos dragões, foi educado para incendiar seus pares, mas para respeitar seus criadores. Contudo, como dragão abandonado, é preciso entender que não conhece o dono, e a luta em torná-lo dele é a pior possível.

Pegamos, então, nossos elmos, espadas, cavalos e tornamo-nos cavalheiros dentro de nós mesmos, domemos esse ser que nos intimida nas vezes em que aparece somente a ponta de suas escamas, e mais, nos faz correr feito crianças para dentro do armário.

Não podemos deixar que a vida se resuma nisso. Tenhamos em nós outros monstros, talvez maiores que aquele, e que sejam monstros passivos de paz, de utopia, nem que seja para acalmar, por algum tempo, esse segredo que não morre.

Ele pode morrer.

Temos, contudo, uma chance de derrota-lo. Se um dia criamos alguma coisa, ainda que nos aspecto psicológico, podemos sim desenvolver uma técnica na qual a humanização de elementos internos pode ser tornar benéfica a nós mesmos.

No nosso caso, elevar-se, mudar de caminho. Repensar valores que há muito éramos a favor e hoje somos completamente contra. Não deixar resquícios dessa evidência, de que não somos mais o que pensamos no passado. Isso pode nos auxiliar a encarar segredos e monstros do passado como uma criança que não quer ir para a aula, mas levanta a cabeça porque não tem outro jeito. Iniciar um processo prático contra o que éramos, e se possível manifestar-se ante você mesmo, no espelho interno de sua alma, e entender que todas as coisas mudam, como seu corpo, mente, pensamentos, e seus sonhos também mudam.

Deixar a corrente de elevação tomar conta de sua vida, e começar a plantar novos frutos, bons, e ter a certeza de que aquele segredo, agora, é fruto passado, quase apodrecido, e que se um dia voltar após uma grande primavera, olhar para ele, frente a frente, e dizer que a pessoa que o fez está se indo com os fungos que o corroeram, e ao passo renascendo deles próprios.


Se isso não for possível, entender que o segredo deixou marcas inesquecíveis, e que ao contrario do que foi, pode ser lembrado em forma de energia positiva, ou seja, todas as vezes que o retirarmos do porão de ferro, olharmos para sua face hedionda,  e não corrermos, saiamos de nossa penúria e tentemos ser um pouco melhor com alguém que há muito tempo precisa de um abraço.

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