Sócrates: exemplo de humano em todas as medidas. |
Ontem, assisti a um filme chamado “O Dia em que a Terra
parou”, com Keanu Reeves. Conta a história de um extraterrestre que veio a terra
com uma missão, destruir a civilização humana. Segundo o a ator, que faz o
papel do E.T, que nos obriga a nos defendermos do pior, a decisão foi baseada
em um Conselho (de dirigentes do universo, talvez), que, após séculos
observando o ser humano, “apreciou” o que fizemos com a terra, e... Não
gostaram. “Vocês tratam a terra como a si mesmos!” – o que ele queria dizer é
que somos brutos em nossa natureza... “Se destruirmos a terra, destruiremos
tudo; mas se destruirmos somente vocês, a terra sobrevive”.
Contudo, ao analisar o comportamento de um dos personagens,
de um menino que era filho adotivo de uma das personagens, o qual sentira falta
de seu pai desde o início da trama, além de não aceitar a forma que como era
tratado pelas pessoas ao seu redor, o protagonista começou a refletir acerca do
outro lado que ainda não havia visto no ser humano... A Emoção.
Numa cena, quase no fim do filme, o menino leva o E.T ao
cemitério e pede, insistentemente, a ele que ressuscite seu pai, depois de
entender que o personagem espacial tinha poderes além-humanos. “Há coisas que
estão além do meu poder”, disse Keanu.
Após saber que o E.T estava a falar sério, o menino ajoelhou-se
no meio dos túmulos e começou a chorar. Além da cena comovente, aparece a mãe
adotiva dele, que, ao vê-lo desamparado, abraça-o...
O E.T muda de ideia. O mundo está a salvo.
A Parte Humana
Assim acontece se nos aproximarmos das pessoas, conhecermos
melhor seu comportamento, sentir seu abraço sincero, ouvi-la de perto, e tentar
entender o que a ela acontece, pois precisamos mais de sensações que nos ligam
com o que há de bom em nós.
Isso é real. Não é filme. O que ocorreu nada mais era que
uma grande metáfora do que podemos ser e sentir ao nos debruçarmos ante ao que
pessoas são na realidade. Somos poços de problemas, temos nossas dores, nossos
dilemas, e enraizados em problemas maiores, deixamos de lado o que precisamos e
conversar com alguém acerca do somos e precisamos. É um pequeno treino do que é
ser humano...
Sabemos que o grande problema da terra somos nós, esses
seres pensantes, errantes como Don Quixotes, em busca de verdades ou tesouros
falsos. Somos corpos e mentes na vigília de nossos bens ilusórios; somos coração
e alma, incomodados com o que vemos, ouvimos e às vezes presenciamos. Somos um pouco de tudo... Até mesmo do que não
vimos e ouvimos.
No entanto, não precisamos temer, pois a necessidade maior
nossa de cada dia é colocar em dia o que há muito nos deixa separado do que
somos. E quando digo humanos, não me refiro à parte assassina, débil, fria, que
se se aloja em nossa alma quando queremos algo a todo custo.
Falo da parte que nos transformou em Sebastian Bach, em Wolfgang
Mozart, em poetas Drumonianos, em Michelangelos, em grandes homens que um dia
jogaram suas sementes no mundo e até hoje nos educam em algum nível.
A maioria não sabe, mas todo o sistema de Educação porque
passamos hoje, em termos de aprendizado, ou seja, como colher informações, levá-las
e materializá-las em nossas vidas, foi obra de gregos filósofos como Platão, Aristóteles. O primeiro, como interioriza-las, o segundo,
como organizá-las materialmente.
Digo isso, porque, está claro que há mais Mussolines em grandes
empresas, Hitleres, como presidentes, Stalinistas em ascensão. E sem podermos
detê-los, somos obrigados a segui-los e nos transformarmos um pouco em seres
cujas sementes estão crescidas, dando arbustos, árvores, e colhendo seus
frutos. É o materialismo em sua maior extensão.
Somos materialistas também, mas precisamos entender que,
mesmo assim, podemos elevar a parte que nos falta, a que deixamos de treinar e
que, graças a homens que se revestiram de sábios sem sê-los, nos enganando
desde épocas passadas, nos tornamos maçãs pobres, maracujás murchos, dentro de
uma modernidade que se julga melhor do que aqueles que construíram templos
sagrados aos deuses, e que foram implacáveis em busca da verdade, ao contrário
de nós.
É a parte humana. A parte sábia. A parte mais divina que
temos. Dela nos esquecemos. Vamos atrás dela.
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