quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A Parte Humana



Sócrates: exemplo de humano em todas as medidas.



Ontem, assisti a um filme chamado “O Dia em que a Terra parou”, com Keanu Reeves. Conta a história de um extraterrestre que veio a terra com uma missão, destruir a civilização humana. Segundo o a ator, que faz o papel do E.T, que nos obriga a nos defendermos do pior, a decisão foi baseada em um Conselho (de dirigentes do universo, talvez), que, após séculos observando o ser humano, “apreciou” o que fizemos com a terra, e... Não gostaram. “Vocês tratam a terra como a si mesmos!” – o que ele queria dizer é que somos brutos em nossa natureza... “Se destruirmos a terra, destruiremos tudo; mas se destruirmos somente vocês, a terra sobrevive”.

Contudo, ao analisar o comportamento de um dos personagens, de um menino que era filho adotivo de uma das personagens, o qual sentira falta de seu pai desde o início da trama, além de não aceitar a forma que como era tratado pelas pessoas ao seu redor, o protagonista começou a refletir acerca do outro lado que ainda não havia visto no ser humano... A Emoção.
Numa cena, quase no fim do filme, o menino leva o E.T ao cemitério e pede, insistentemente, a ele que ressuscite seu pai, depois de entender que o personagem espacial tinha poderes além-humanos. “Há coisas que estão além do meu poder”, disse Keanu.

Após saber que o E.T estava a falar sério, o menino ajoelhou-se no meio dos túmulos e começou a chorar. Além da cena comovente, aparece a mãe adotiva dele, que, ao vê-lo desamparado, abraça-o...

O E.T muda de ideia. O mundo está a salvo.

A Parte Humana

Assim acontece se nos aproximarmos das pessoas, conhecermos melhor seu comportamento, sentir seu abraço sincero, ouvi-la de perto, e tentar entender o que a ela acontece, pois precisamos mais de sensações que nos ligam com o que há de bom em nós.
Isso é real. Não é filme. O que ocorreu nada mais era que uma grande metáfora do que podemos ser e sentir ao nos debruçarmos ante ao que pessoas são na realidade. Somos poços de problemas, temos nossas dores, nossos dilemas, e enraizados em problemas maiores, deixamos de lado o que precisamos e conversar com alguém acerca do somos e precisamos. É um pequeno treino do que é ser humano...

Sabemos que o grande problema da terra somos nós, esses seres pensantes, errantes como Don Quixotes, em busca de verdades ou tesouros falsos. Somos corpos e mentes na vigília de nossos bens ilusórios; somos coração e alma, incomodados com o que vemos, ouvimos e às vezes presenciamos.  Somos um pouco de tudo... Até mesmo do que não vimos e ouvimos.

No entanto, não precisamos temer, pois a necessidade maior nossa de cada dia é colocar em dia o que há muito nos deixa separado do que somos. E quando digo humanos, não me refiro à parte assassina, débil, fria, que se se aloja em nossa alma quando queremos algo a todo custo.

Falo da parte que nos transformou em Sebastian Bach, em Wolfgang Mozart, em poetas Drumonianos, em Michelangelos, em grandes homens que um dia jogaram suas sementes no mundo e até hoje nos educam em algum nível.

A maioria não sabe, mas todo o sistema de Educação porque passamos hoje, em termos de aprendizado, ou seja, como colher informações, levá-las e materializá-las em nossas vidas, foi obra de gregos filósofos como Platão, Aristóteles.  O primeiro, como interioriza-las, o segundo, como organizá-las materialmente.

Digo isso, porque, está claro que há mais Mussolines em grandes empresas, Hitleres, como presidentes, Stalinistas em ascensão. E sem podermos detê-los, somos obrigados a segui-los e nos transformarmos um pouco em seres cujas sementes estão crescidas, dando arbustos, árvores, e colhendo seus frutos. É o materialismo em sua maior extensão.

Somos materialistas também, mas precisamos entender que, mesmo assim, podemos elevar a parte que nos falta, a que deixamos de treinar e que, graças a homens que se revestiram de sábios sem sê-los, nos enganando desde épocas passadas, nos tornamos maçãs pobres, maracujás murchos, dentro de uma modernidade que se julga melhor do que aqueles que construíram templos sagrados aos deuses, e que foram implacáveis em busca da verdade, ao contrário de nós.


É a parte humana. A parte sábia. A parte mais divina que temos. Dela nos esquecemos. Vamos atrás dela.

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