segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O Falso Esoterismo


Deus Pã. Injustiçado pelo tempo.



Sabe-se que há muito os sábios do passado mantiveram em segredo a maioria dos mistérios que, hoje, se transformaram em uma forma exotérica de ensinar – diz-se exotérica, quando não mais é eso, ou se já, no instante em que deixa de ser internamente ensinado. Uma prova do exoterismo é a forma como lidam com os signos, os quais eram parâmetros iniciáticos dos grandes faraós, dos grandes reis, antes de Cristo. Hoje, popularmente conhecido como horóscopo, os signos são o norte para muitos, pois dita, genericamente, o que temos na personalidade...

Outra forma exotérica, os sonhos. Neles, chaves há no sentido de interpretar algo mais profundo na vida do homem, tanto que, mais uma vez, os grandes reis buscavam respostas dos seus em especialistas cuja competência não tem nada a ver com a nossa, a qual se baseia em interpretar o que ocorre com a nossa vida sentimental, pessoal, tal quais os signos do zodíaco. Os sonhos, aos reis, eram peças para vencer guerras; aos sacerdotes para a descoberta dos mistérios; aos faraós, para a proteção do seu povo... E assim por diante.

Não longe de ser exotérico, são os ensinamentos ditos como ocultos, por mestres de esquina, os quais nem mesmo sabem como se propagou o que “ensinam”. Sem falar naqueles que transformam todos os símbolos que eram vistos e revistos em escolas iniciáticas em instrumentos poderosos ao mal; ou seja, quebrando a natureza física do objeto para realizar materialmente seus desejos sórdidos, frios e desumanos. Assim são aqueles que realizam bruxarias entre outros males a dizer que o “demônio” pediu...

Se entrarmos um pouco no círculo da maçonaria, vamos ver vários símbolos, os quais representam um pouco do universo dentro do qual se religam vários outros símbolos. O Bode, por exemplo, se olharmos bem para a sua face, temos um triângulo de cabeça para baixo, o que, na realidade, é mais uma peça de leitura interna, que, nas lojas maçônicas, não se poderia deixar de ter em suas paredes, em suas iniciações, às vezes, como máscaras na cabeça dos membros, enfim... O Triângulo representava, em si, a tríade universal, a qual, segundo a Tradição, é a manifestação de Deus.

Mas... O bode, assim, como outros animais sagrados que tiveram representatividade de elevação, foram e estão sendo cultuados como símbolos dos mal, da separatividade. A ignorância é tanta que, segundo uma grande teósofa, filósofa e escritora que preservava e preservou em vida a essência da Tradição, mostra em seus livros a decadência das interpretações dos símbolos.

Em um deles, a grande teósofa (H.P. Blavatsky) revela que a figura de do deus Pã fora construída baseada em deuses pagãos, o qual significava Deus em Tudo. Porém, culturas como a nossa, ou pelo menos parecida, distorceram a realidade, levando a crer que a figura era, mais uma vez, para o mal.

O deus Pã, para quem não sabe, tinha, da cintura para cima, corpo de homem;  da cintura para baixo, corpo de cavalo, e em sua cabeça um chifre, fosse ele de alce ou de touro. Era uma divindade pelágica especial à Arcádia, e guardava os rebanhos. Seu corpo, nada mais era que a simbologia perfeita entre os homens e a natureza, o que para nós não significa nada, mesmo porque temos um conceito limitado acerca do que é Natureza...

Hoje, se fizermos essa representatividade para um cristão ou um xiita qualquer, não titubeará em dizer que é do mal, pois há muito escrituras, em particular a deles, foram estruturadas para ocultar o que era também divino, sagrado e que servia para centralização cultural de um povo.

Os sábios, aqueles que resguardavam tantos mistérios, também foram traídos. Na história, sabe-se que traidores houve em todos os sentidos, o que fez com que muito do que se sabia transformasse em exotérico, assim aconteceu com muitos padres de igrejas católicas, os quais, em determinada época, na qual havia a possibilidade de resguardar os símbolos, o fizeram o contrário.

Enfim, para crescerem sem fazer esforços, padres traíram o Conhecimento, entregando os símbolos que eram vistos como sagrados ao povo, ou seja, deixando à mercê de interpretações que, até hoje, são motivos de desgastes entre religiões. Claro, o misticismo fora quebrado.

Sei que se eu expuser todas as formas de conhecimento esotéricos que se transformaram em exotéricos, teremos problemas mais tarde. Então falaremos do conhecimento que ainda se resguarda dentro do Caos civilizatório e seu papel na evolução humana.



No próximo texto.

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