Estoicos. "Liberdade é seguir a Deus". |
Viver, Uma Arte.
Um professor meu dizia que, quando as sociedades falam de
amor, é porque lhes falta amor; quando falamos em paz, é porque, de alguma
forma, nos falta; e hoje, depois de muito tempo, após várias gerações de
escravidão negra pelos países do Ocidente, ainda se fala muito acerca da liberdade.
Mas o termo, assim como outros, sempre vai nos soar como se
fosse um arquétipo, ou simplesmente um gerador de manifestações, dentro de uma
sociedade que, por si só, vai às ruas por qualquer motivo. Essa não é a questão.
A questão é que Liberdade, essa bela palavra, nos traduz um
sentimento oposto ao de prisão, encarceramento, seja ele subjetivo, metafórico,
simbólico, literal, de maneira que, quando a pronunciamos, nos sentimos um
pouco livre de nossas amarras materiais ou não. Não tem importância. Podemos,
sim, ver dessa forma.
Porém, só não podemos nos distanciar do seu real objetivo,
de sua raiz, como se um fruto – conceito – caísse longe da própria árvore que o
gerou. Isto é, todos os conceitos relativos à liberdade devem, por assim dizer,
estarem próximos da realidade de sua semântica que, um dia, fez o termo se
religar ao sagrado, ao divino.
Estoicos.
Desde Sócrates, não se via conceitos tão bem empregados,
levados à pratica por uma sociedade fechada, porém séria ao ponto de ser
respeitada até hoje, mais de dois mil anos depois de sua criação.
Os estoicos, em seu comportamento, eram vistos como homens
de bem, apesar de se manifestarem pouco junto às pessoas – ao povo; mas eram,
acima de tudo, filósofos que traziam à tona conceitos que revitalizam – quando práticos
– o núcleo essencial daquela sociedade, que, com o tempo, infelizmente, foi se
esquecendo, deixando de lado, e desvirtuando para interesses relativos,
pequenos, e porque não dizer fora da esfera mística o real sentido da vida –
que era seguir o Ideal.
A palavra liberdade, a que clamamos hoje, tais quais filhos
presos pelo padrasto, tem sua finalidade social, mas os estoicos tinham uma
frase que, na compreensão humana, pode nos dizer tudo: “Liberdade é seguir a
Deus”.
Deus, não pessoal, não antropomórfico, não sombra do homem,
era o infinito, a Lei. E dessa lei retirávamos o leite natural de nossa vida, o
amor real, a harmonia com o Todo. Não era algo frio, nem ilógico, mas prático.
Assim como as sociedades egípcias, hindus, que um dia puderam nos mostrar como
era a liberdade – seguindo seus deuses –, os estoicos olhavam para cima, e em
nome da tradição – tão antiga quanto suas filosofias – resumiram conceitos, e
nos deixaram a beleza de segui-los com a praticidade dentro do que podemos...
Comportamento Nosso
Hoje, quando saímos em busca de aventuras, fora de nossas
obrigações diárias, sintetizamos a palavra liberdade no fazer o que queremos,
onde queremos, com quem queremos. E mais, arriscamos vidas alheias além da
nossa, caímos em bueiros, viramos modelo do mal, refletimos às avessas, nos
vingamos... E a liberdade, quase que esquecida, só nos lembra que devemos
deixar de seguir leis humanas, divinas, e correr junto às montanhas em busca de
nada.
Esse é o nosso erro. Pois, se não seguimos qualquer lei,
seja ela humana, divina, pessoal, intuitiva, estamos deixando de lado – e muito
– o que tanto buscamos: Liberdade. Prova disso, é quando entendemos a lei da
gravidade. E a respeitamos, pois, se não se pula todos os dias de prédios de
vinte a trinta andares conscientemente, a não ser que esteja com problemas
internos. Mas a gravidade é uma lei na qual o corpo menor é atraído pelo maior,
tanto aqui como em qualquer lugar do Universo, e quem quiser tirar a prova
disso vai ter que fazê-lo de paraquedas!
O sol nasce todos os dias, disciplinado, justo, claro, com
chuvas ou não, ele está sempre lá, “de de pé”, assinalando seu lugar. Quando
rodamos uma pedra presa em um barbante, e quando o soltamos, ela sai, bate em
algum lugar longe; ou seja, nunca, jamais, em nome do interesse humano ela vai
ficar estática no ar. Assim, entre milhões de exemplos, cito alguns naturais,
no quais sintetizamos a liberdade em que podemos estar inseridos, e estamos.
No entanto, em nossas personalidades, ainda meio deseducadas
pelo tempo, ampliamos nossas irresponsabilidades e esquecemos que o termo em
questão está em nós também. Em nossos atos, em nossos pensamentos, caminhos,
como se fosse uma senhora a nos ditar condutas sagradas, mas que, graças aos
apegos constantes, raciocinamos para baixo, não para cima, de acordo com nossas
reais naturezas.
A liberdade, para finalizar, já seguindo os grandes estoicos
“Não é o direito ou a capacidade de fazer o que se quer, mas a compreensão dos
limites de nosso próprio poder e dos limites naturais estabelecidos pela
providência divina.”
"Segue teu coração e serás livre."
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