segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O Rio de Heráclito.

Decadência e ascensão: eles já sabiam.




...Como disse um dia um grande filósofo moderno, que sempre se baseou na tradição sábia dos grandes do passado, “É mais fácil fazer um foguete com as próprias  mãos e ir para a lua com ele, do que se conhecer a si mesmo”. É uma realidade.

Nunca na historia do homem se esteve tanto em desconformidade com os ideais humanos. Nunca se viu tamanhos absurdos humanos, unidos a grandes invenções tecnológicas, as quais têm trazido mais distâncias ao que realmente devia aproximarmos.

Como diria um imbecil dirigente de um clube de futebol, que sempre disse idiotices, mas que dessa vez, acreditem, acertou... “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!”...  Para ele serviu de desculpas a se safar de suas intenções escusas como diretor de futebol, mas para nós serve como parâmetro para dizer... Uma coisa é a tecnologia, a outra é o homem.

Muitos, no entanto, acreditam que as duas coisas estejam ligadas, no sentido de transformar o homem em uma das raças mais poderosas, mas inteligentes, mais racional, mas espiritual, do que as outras, enfim, mais em tudo. Prova disso é a linha imaginária que criaram para ilustrar o nível de evolução humana, riscando uma planilha em forma diagonal, desde um ponto no meio da folha, a outro, mais distante ainda, um pouco mais acima.

O ponto, como exemplo, demostra a posição do homem, e o outro, o nível que se encontra este. Ligando os dois pontos, tem-se uma diagonal, em forma de rampa, revelando nossa evolução desde a época das cavernas até a nossa – nível esse medido em todos os aspectos.

Digo, no entanto, que se fizéssemos algum gráfico para revelar nossa posição, teríamos que iniciar a partir de um ponto preciso, depois iniciar uma esfericidade que mal terminaria, iniciando outra, e assim por diante, a demonstrar quedas e ascensões, sem que haja fim...
Conclui-se que temos uma mola, cuja distância de cada grau seria um tanto quanto mais longínquo, mas que, também, a exemplo da História, nos mostraria o quanto demoramos em evoluir.

O sobe e desce nosso de cada dia dá para exemplificar o que tento dizer. Há dias em que estamos de bem com a vida, há outros que não; há dias em nos sentimos evoluídos, outros não; mas nessa constância de inconstâncias, aprende-se, ensina-se, em qualquer nível, e nos mostramos ascendentes, de acordo com primeiro e enganoso gráfico, mas em relação ao segundo, podemos dizer que estamos no substrato, no subsolo, na caverna, mesmo porque os valores em que tanto acreditamos são somente vistos como  belamente teóricos.

Não é de um todo teórico, claro. Se começarmos a levar como parâmetros nossas ações humanas – digo humanas no melhor sentido da palavra – teremos que entender que nossas ações, em relação ao passado, não se movem, porque no passado fizeram tanto quanto nós; mas tais ações, em comparação com outras, nos levam a dizer que estamos saindo das algemas, ou seja, alguma coisa está-se fazendo. As mesmas ações, em relação ao modernismo acelerado, voltam para um outro breu, não o anterior, ou seja, faz-se crer que estamos subindo e descendo, passando por diversas experiências válidas, mas caímos em buracos que nós próprios cavamos como nossos atos de loucura, desamor, covardia, corrupção... E depois subimos.

O universo é assim, feito de ciclos históricos, nos quais cabem quaisquer ciclos, inclusive o nosso. E temos que nos perguntar sempre, “em qual parte do meu ciclo estou?” – ou menos do que isso. É preciso apenas saber de nossa posição para iniciar um processo de progressão maior ou simplesmente iniciar qualquer que seja o processo para sairmos da penumbra em que estamos.

Civilizações

Egípcios, maias, hindus e gregos sabiam, em suas épocas douradas, que não seria para sempre aquela vestimenta natural e cultural a que tanto faziam questão de mostrar ao povo de sua época, mas um ponto evolutivo devia se impor sempre que houvesse a decadência: a sabedoria eterna de cada civilização. Quer dizer, as experiências eram em ciclos, mas a sabedoria estaria no ápice da história humana. E para quem conhece tais nações, sabe muito bem que somos tão tecnológicos quanto eles, mas em espiritualidade, nem nascemos ainda.

E com lastro ao que os grandes diziam, H.P.Blavastsky, fundadora da escola de Teosofia, acreditava que a roupagem humana muda, mas os ciclos não. Falava, aqui, do homem espiritual, que, de acordo com Uno, elevava-se em suas experiências vitais, e se fortificava no limiar do tempo, passando pelas nuances que os deuses lhe davam.  Ou seja, enquanto uns levavam (e levam) tempo para essa consciência universal, outros, em uma mesma sociedade, já teriam passado por diversos ciclos, e consequentemente sendo mais sábios.


E baseado nisso, o grande Heráclito soltou, “Não se banha em um rio mais de duas vezes”. Ou seja, a natureza tem seus ciclos, muda a todo instante, ainda que não percebemos. Contudo, nós seres humanos temos que passar por eles, com vistas à perfeição, ao sagrado.

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